São vários os problemas ambientais que afetam a Amazônia. A exploração e o processamento industrial da madeira estão entre as principais atividades econômicas da Amazônia ao lado da mineração e da agropecuária. A exploração e o processamento industrial da madeira é um dos grandes responsáveis pela destruição da Floresta Amazônica porque contribuem para o aumento dos desmatamentos. O extrativismo mineral também representa uma fonte de degradação ambiental da Amazônia porque provoca alterações no lençol freático, impacta sobre a fauna e a flora, promove o assoreamento e erosão do solo e invade áreas habitadas por populações indígenas, entre outros fatores. Outra atividade danosa ao meio ambiente da Amazônia diz respeito às práticas agrícolas que contribuem para a substituição da mata por pastagens e lavouras na Floresta Amazônica, exaurindo o solo e provocando um desequilíbrio total no ambiente onde vivem milhares de espécies de animais, dos quais muitos já estão em fase de extinção.
Outro grande problema ambiental existente na Amazônia diz respeito à implantação de rodovias que tem transformado profundamente sua organização regional até então definida em torno dos rios. Passou-se de uma Amazônia estruturada em função das vias navegáveis, drenando os fluxos para o Leste, a uma região dominada pelas rodovias que levam ao Sul-Sudeste. As rodovias permitem abertura de áreas da Amazônia que estão inacessíveis hoje e promovem uma migração dos focos de desmatamento. Além disso, foram implantadas várias hidrelétricas na Amazônia, destacando-se, entre elas, a de Belo Monte, no rio Xingu no Pará, Jirau e Santo Antônio no Rio Madeira em Rondônia, Estreito e várias outras no rio Tocantins no Maranhão com consequências irreversíveis para numerosos povos indígenas da Amazônia, entre eles povos sem contato com a sociedade brasileira, que alteram substancialmente as condições de vida da região.
A Floresta Amazônica está ameaçada de destruição, portanto, devido ao desmatamento e queimadas resultantes da expansão da atividade agropecuária e madeireira, à exploração mineral que vem deixando um legado de pobreza e sérios impactos socioambientais, à implantação de rodovias que vêm causando grandes impactos ambientais na Amazônia e às hidrelétricas cujos reservatórios planejados estão provocando tantos impactos negativos ao meio ambiente que a sua construção não deveria ter ocorrido. Associe-se a tudo isto, o processo de urbanização na Amazônia que não obedece a qualquer consideração ambiental. As áreas urbanizadas da Amazônia carecem de serviços para atendimento à população e as moradias estão desprovidas de qualquer sistema de infraestrutura, de saneamento e de equipamento urbano. É oportuno observar que, de todos os problemas ambientais da Amazônia, os desmatamentos e queimadas são os mais danosos porque são responsáveis pela destruição da vegetação, de “habitat” e da morte de animais, da extinção local de espécies, da perda de matéria orgânica no solo e da sua exposição à erosão. Além disso, contribuem também para o efeito estufa com a liberação de grandes quantidades de CO2. A gestão ambiental atual da Amazônia poderia alcançar elevada eficácia na eliminação dos problemas acima descritos se existisse nesta região uma estrutura organizacional capaz de congregar todos os órgãos públicos e privados na busca do desenvolvimento sustentável.
Para evitar a devastação da Floresta Amazônica e assegurar que os recursos naturais existentes na Amazônia sejam utilizados racionalmente em benefício da grande maioria da população nela residente e do progresso econômico e social do Brasil, bem como ocorra o combate ao aquecimento global, é imprescindível que haja uma gestão ambiental eficaz com base em uma estrutura em rede que integre as ações de todos os órgãos públicos e privados que atuam na Amazônia. O principal objetivo da estrutura em rede é contribuir para viabilizar uma gestão ambiental integrada da Amazônia com base na qual todos os órgãos públicos e privados que atuam na região operem de forma articulada para promover seu desenvolvimento sustentável. A implantação de uma gestão ambiental integrada da Amazônia para promover seu desenvolvimento sustentável deveria ser o principal projeto a ser apresentado pelo Brasil na futura COP 28.
Portanto, para evitar a destruição da Floresta Amazônica e assegurar que os recursos naturais existentes na Amazônia sejam utilizados racionalmente em benefício da população nela residente e do progresso econômico e social do Brasil, bem como no combate ao aquecimento global é imprescindível a defesa a todo o custo da integridade da Floresta Amazônica com a adoção de estratégias visando a consecução dos objetivos descritos a seguir:
1- Combate ao aquecimento global
2- Defesa das comunidades indígenas
3- Combate aos desmatamentos e queimadas
4- Recuperação de Áreas Degradadas e Alteradas
5- Criação de Unidades de Conservação
6- Combate à degradação ambiental urbana da Amazônia
7- Combate ao caos fundiário
8- Prestação de serviços ambientais
9- Organização da atividade produtiva
10- Desenvolvimento do setor florestal
11- Desenvolvimento do setor madeireiro
12- Desenvolvimento do ecoturismo
13- Organização da atividade pesqueira
14- Desenvolvimento da agropecuária
15-Desenvolvimento da agricultura familiar
16- Produção de energia elétrica ecologicamente recomendável
17- Promoção de incentivos econômicos
18- Elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE)
19- Elaboração de Legislação e Normas Ambientais
20- Desenvolvimento da Gestão Ambiental
21- Disseminação da informação
22- Desenvolvimento das atividades de Ciência e Tecnologia
23- Promoção da capacitação e educação ambiental
24- Combate à hidropirataria
25- Desenvolvimento da navegação fluvial
26- Combate à criação de novos Estados e Territórios
27- Implantação de estrutura em rede para realizar o desenvolvimento sustentável da Amazônia
As estratégias associadas a cada uma dos objetivos acima descritos estão detalhados no livro de Fernando Alcoforado, Amazônia Sustentável, publicado pela Editora Viena de Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo em 2010. Este artigo utilizou como fonte de referência este livro já citado.
Para assistir o vídeo, acessar o website https://www.youtube.com/watch?
Para ler o artigo completo de 6 páginas em Português, Inglês e Francês com as estratégias necessárias à revolução da educação no Brasil, acessar os websites do Academia.edu <https://www.academia.edu/
* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.
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