O local, sede da faculdade, abrigou o ato “Manifestação em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito Sempre”, com a participação de juristas, políticos, movimentos sociais, entidades e representantes da sociedade civil. Além da carta da USP da qual eu fui um dos signatários junto com mais de 1 milhão de brasileiros, o manifesto “Em Defesa da Democracia e da Justiça, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e que teve a adesão de 107 entidades, também foi lido no evento. Estas manifestações deixaram a mensagem de que quem atentar contra a democracia no Brasil terá a decidida oposição da grande maioria do povo brasileiro.
Foi dado o recado de que os golpistas não alcançarão seus objetivos de implantar uma ditadura no Brasil porque haverá resistência por parte da grande maioria do povo brasileiro.
Estas manifestações ocorreram porque todos que dela participaram chegaram à conclusão de que o propósito de Bolsonaro é o de que as eleições não se realizem porque, de acordo com as pesquisas eleitorais, ele sabe que não renovará seu mandato e, se as eleições ocorrerem, e sua derrota acontecer, tentará desencadear um golpe de estado sob o falso argumento de que houve fraude nas eleições para implantar uma ditadura de extrema-direita no Brasil.
Como é improvável sua vitória nas eleições presidenciais, Bolsonaro procura conturbar a vida nacional com um ataque recheado de mentiras repetidas contra a cúpula do Judiciário do Brasil.
Para alcançar seu objetivo, Jair Bolsonaro tenta desmoralizar o sistema eleitoral do País, que é acusado por ele sem provas de fraudar eleições desde 2014, como fez no dia 18/07 ao fazer uma preleção para dezenas de embaixadores convidados se empenhando em desmoralizar as eleições no Brasil. Um dia após o presidente Jair Bolsonaro repetir mentiras sobre a confiança no sistema eleitoral brasileiro em encontro com embaixadores, três associações de servidores da Polícia Federal emitiram em 19/07 uma nota conjunta manifestando confiança nas urnas eletrônicas afirmando que nunca foi apresentada qualquer evidência de fraude no sistema eleitoral. O documento é assinado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol).
As manifestações do dia 11/08 são similares às da Diretas Já para a Presidência da República que ocorreram entre março de 1983 e abril de 1984, quando a grande maioria da população brasileira pressionou o Congresso Nacional para aprovar emenda constitucional para o povo voltar a eleger seu presidente da República. Naquela época o povo brasileiro lutava pela redemocratização do Brasil e, no momento atual, luta pela manutenção da democracia.
Apesar de as recentes manifestações poderem contribuir para inibir futuras ações golpistas no País, tudo indica que Bolsonaro não vai aceitar o resultado das eleições de 2022 porque, de acordo com as pesquisas eleitorais, perderá no segundo turno para todos os demais candidatos à Presidência da República, sobretudo para o ex-presidente Lula, e há rumores de que um eventual golpe de estado estaria sendo por ele planejado e que teria o apoio de determinados setores das Forças Armadas, de policiais militares, de milicianos e de seus apoiadores na sociedade civil.
O golpe de estado seria a tentativa de Bolsonaro de implantar uma ditadura sob seu comando para impor à sociedade brasileira seu pensamento retrógrado e, também, evitar ser levado às barras de tribunais para responder pelos crimes que vem praticando desde que assumiu a presidência da República. A barbárie do golpe de estado poderá ocorrer antes ou depois das eleições. Diante desta perspectiva, as forças defensoras da civilização e da democracia devem se preparar para este enfrentamento e não apenas para derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022. Nas eleições de 2022, o Brasil precisa da união da grande maioria do povo brasileiro para fazer com que a civilização e a democracia se sobreponham à pretendida barbárie e ditadura bolsonarista.
O Brasil precisa resgatar os ideais de busca da felicidade humana, da justiça e da igualdade social. Do confronto entre as forças defensoras da civilização e da democracia com as defensoras da barbárie e da ditadura bolsonarista, é preciso que dela resulte a manutenção da democracia representativa no Brasil com a vitória de um dos candidatos democratas (Lula, Ciro Gomes ou Simone Tebet, entre outros).
Este artigo foi publicado, também, nos websites do (Academia).edu <https://www.academia.edu/
* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.
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