Este artigo tem por objetivo informar que mais de um terço das árvores do planeta Terra estão ameaçadas de extinção tomando por base o artigo sob o título “COP16 sur la biodiversité: plus d'un tiers des espèces d'arbres de la planète sont menacées d'extinction”, publicado em 29/10/2024 pela Francetvinfo, disponível no website <https://www.francetvinfo.fr/
Por ocasião da 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, COP 16, realizada este ano em Cali (Colômbia), a União Internacional para a Conservação da Natureza efetuou uma nova avaliação da saúde das árvores do planeta. De acordo com o relatório da IUCN, a biodiversidade não é apenas animal, é também vegetal. Mais de uma em cada três espécies de árvores está em perigo de extinção. O número total de espécies de árvores é estimado em 58.000. Das 47.282 espécies sobre as quais os cientistas dispõem de informações bastante completas, pelo menos 16.425 estão ameaçadas de extinção. Na América do Sul, continente que abriga a maior diversidade de árvores do mundo, 3.356 das 13.668 espécies documentadas estão ameaçadas de extinção, segundo a IUCN.
Entre as espécies ameaçadas estão a castanha-da-índia, conhecida na Europa pelas suas propriedades medicinais, o mogno de folhas grandes, um precioso mogno da América Latina utilizado para construção e mobiliário e, também, muitas espécies de eucalipto e magnólia. De acordo com o relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza, a humanidade é a principal causa da extinção das árvores do planeta. A deflorestação para agricultura intensiva ou através do aumento da exploração de madeira, de parasitas e de espécies invasoras, bem como as alterações climáticas causadas pela humanidade, estão entre as principais ameaças citadas pela UICN. Como componente determinante de muitos ecossistemas, as árvores são fundamentais para a vida na Terra através do seu papel nos ciclos de carbono, água e nutrientes, na formação do solo e na regulação do clima, lembrou a UICN.
De acordo com o relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o desaparecimento de espécies de árvores representa uma grande ameaça para milhares de outras plantas, fungos e animais que partilham os seus ecossistemas. Ameaça também a vida e o bem-estar da humanidade, que depende das florestas para alimentação, lenha e madeira para construção, mas também para medicamentos, purificação do ar e regulação do clima através da absorção dos gases do efeito estufa, especialmente o carbono. As mudanças climáticas globais ameaçam cada vez mais a sobrevivência das árvores, especialmente nos trópicos, e contribuem para a subida do nível do mar e a ocorrência de tempestades mais fortes e frequentes como as que se registraram no Brasil nos últimos tempos. Devido à deflorestação ou desmatamento realizado para o desenvolvimento urbano e agrícola, o relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza apontou, também, a ocorrência de ataques às árvores por espécies invasoras, pragas e doenças.
Faltou, entretanto, ao relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza apontar os verdadeiros responsáveis pela ameaça de extinção das árvores e pela mudança climática global que é o sistema capitalista, predador da natureza. Faltou ao relatório da UICN apontar a necessidade de construção de uma sociedade sustentável em todo o planeta que, entre outros objetivos, assegure a existência de uma base biológica restaurada e estabilizada, que o uso da terra siga os princípios básicos de estabilidade biológica (retenção de nutrientes, balanço de carbono, proteção do solo, conservação de água e preservação de diversidade de espécies) e que as áreas rurais tenham maior diversidade do que atualmente com o manejo equilibrado da terra, onde haja a rotação de culturas e cultivo de espécies, e não haja culturas desperdiçadas.
É importante destacar que, na construção de uma sociedade sustentável, as florestas tropicais precisam ser conservadas, não haja desmatamento para obtenção de madeira e outras produtos, a necessidade de que milhões de hectares de novas árvores sejam plantadas nas cidades e nas áreas rurais, os esforços para deter a desertificação transformem áreas degradadas em terras produtivas, o uso exaustivo de pastagens seja eliminado, assim como a cadeia alimentar de sociedades afluentes inclua menos carne e mais grãos e vegetais. Na construção de uma sociedade sustentável, os valores que enfatizam quantidade, expansão, competição e dominação, que são características do modo de produção capitalista, que enfatiza a busca cega para o crescimento econômico a todo custo, sejam abandonados dando origem a uma economia sustentável de modo que o crescimento econômico seja menos intensivo no consumo de matérias-primas e energia e mais equitativo na distribuição de seus resultados à população. Finalmente, na construção de uma sociedade sustentável, é preciso que uma verdadeira revolução política e cultural seja realizada em todo o mundo para que o paradigma do desenvolvimento atual seja substituído pelo paradigma do desenvolvimento sustentável.
Estamos, pelo exposto, diante de um momento crítico na história da Terra e da humanidade, numa época em que é preciso escolher o caminho a ser dado ao seu futuro. À medida que o mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, a humanidade enfrenta ao mesmo tempo grandes perigos e grandes promessas em relação ao seu futuro. Devemos reconhecer que no meio de uma magnífica diversidade de culturas e modos de vida, somos uma comunidade terrestre com um destino comum. Para construir uma sociedade sustentável, é um imperativo que todos nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade para com cada um e para com todos, visando a continuidade da vida no planeta e das futuras gerações. Devemos unir forças para criar uma sociedade global sustentável baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e na cultura da paz.
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Para ler o artigo completo de 6 páginas em Português, Inglês e Francês, acessar os websites do Academia.edu <https://www.academia.edu/
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