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VIVA O DIA DO ENGENHEIRO DO BRASIL, UM DOS GRANDES RESPONSÁVEIS PELO PROGRESSO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO NO MUNDO

Hoje, 11 de dezembro, é celebrado o Dia do Engenheiro cuja profissão foi regulamentada no Brasil.

11/12/2022 às 22h20
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Fernando Alcoforado*
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Foto: Reprodução internet
Foto: Reprodução internet

Presidente Getúlio Vargas através do decreto 23.569, de 11 de dezembro de 1933, que também criou o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, responsáveis pela fiscalização da profissão. Para comemorar esta data e homenagear a Engenharia e todos os colegas  Engenheiros do Brasil e do mundo, o texto  “A Engenharia e o progresso científico e tecnológico” abordado no Capítulo 3- Ciência e avanço do conhecimento da humanidade do livro A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA E SUA CONTRIBUIÇÃO AO PROGRESSO E À SOBREVIVÊNCIA DA HUMANIDADE do Engenheiro Fernando Alcoforado, publicado pela Editora CRV de Curitiba, através do qual destaca a gigantesca contribuição da Engenharia ao progresso científico e tecnológico no Brasil e no mundo, é apresentado a seguir:

A ENGENHARIA E O PROGRESSO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

A Engenharia e o Engenheiro existem desde os mais remotos tempos. Pode-se afirmar que Engenharia e Engenheiro existem desde o aparecimento do homem na face da Terra. Se entendermos a Engenharia como a arte de usar a técnica para realizar aquilo que a imaginação humana concebe, verificaremos que, enquanto existir a humanidade, a Engenharia estará presente. A Engenharia, compreendida como a arte de fazer, consiste em aplicar conhecimentos científicos e empíricos à criação de estruturas, processos e dispositivos, que são utilizados para converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento das necessidades humanas.

A Engenharia é sinônimo de progresso técnico. A Engenharia tem sido utilizada ao longo da história da humanidade como um meio para a conquista de melhores condições de vida para a sociedade em todos os países do mundo e também para fins militares. A Engenharia é o meio através do qual as pessoas podem adquirir condições para habitar melhor, se transportar com mais rapidez, se comunicar com mais extensão e rapidez, adquirir conforto e segurança, ter acesso a alimentos mais nutritivos e saudáveis, etc. O bom funcionamento da Engenharia, portanto, não é de interesse apenas dos profissionais e empresários do setor. É de interesse de toda a sociedade, sendo também sinônimo de desenvolvimento. Desde os primórdios da humanidade, muita gente se ocupou de diversas tarefas que hoje são atribuições do engenheiro que realizaram incontáveis e magníficas obras de Engenharia da Antiguidade, como o Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egito, os Jardins Suspensos da Babilônia, a Acrópole e o Partenon de Atenas, os antigos aquedutos romanos, a Via Ápia, o Coliseu de Roma, Teotihuacán no México, as Pirâmides dos Maias, Incas e Astecas e a Grande Muralha da China, entre muitas outras obras.

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O primeiro engenheiro foi provavelmente Imhotep que projetou e supervisionou a construção da Pirâmide de Gizé no Egito, uma pirâmide de degraus em Saqqara, por volta de 2630 a.C.-2611 a.C. [1]. Desde a Antiguidade até o século XV, as obras de engenharia foram muito mais fruto do empirismo e da intuição do que do cálculo e de uma verdadeira engenharia. A investigação científica, inclusive nas ciências físicas e matemáticas, era quase mera especulação, em geral sem ter como alvo aplicações práticas. Havia, quando muito, alguma aplicação com finalidades militares. Leonardo da Vinci e Galileu Galilei, nos séculos XV e XVII, por exemplo, podem ser considerados os precursores da Engenharia de base científica porque o que eles fizeram era regido por leis físicas e matemáticas [2].

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Na história da ciência, chama-se Revolução Científica o período que começou no século XVI com o Renascimento e prolongou-se até o século XVIII com a Revolução Industrial. A partir desse período, a Ciência, que até então estava atrelada à Filosofia, separa-se desta e passa a ser um conhecimento mais estruturado e prático. O Renascimento trouxe como uma de suas características a utilização de um senso crítico mais elevado e uma maior atenção às necessidades humanas que permitiu ao homem observar mais atentamente os fenômenos naturais em vez de renegá-los à interpretação da Igreja Católica que ditava seu pensamento durante a Idade Média. Eventos marcantes da Revolução Científica, no início do século XVI, foram a publicação das obras "Das revoluções das esferas celestes" por Nicolau Copérnico e "Da Organização do Corpo Humano" por Andreas Vesalius. A publicação do “Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo” por Galileu Galilei e o enunciado das Leis de Kepler impulsionaram decisivamente a Revolução Científica [3].

Com a Revolução Científica, os objetivos do homem de ciência e da própria ciência acabaram sendo redirecionados para uma era livre das influências místicas da Idade Média. Desde o início da Revolução Científica, há aproximadamente quatro séculos, o exercício da Engenharia tem evoluído rapidamente com a crescente utilização simultânea dos conhecimentos obtidos nas mais diversas áreas das atividades científicas. O nascimento da Engenharia moderna foi consequência de dois grandes acontecimentos que ocorreram na história da humanidade no século XVIII: a Revolução Industrial na Inglaterra e o movimento filosófico e cultural denominado de Iluminismo na França. Na medida em que se desenvolviam as ciências matemáticas e físicas, a Engenharia foi se estruturando, mas somente no século XVIII foi possível chegar-se a um conjunto sistemático e ordenado de doutrinas, que constituíram a primeira base teórica da Engenharia.

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A Engenharia moderna se caracteriza pela aplicação generalizada dos conhecimentos científicos à solução de problemas dedicando-se, basicamente, a problemas da mesma espécie que a engenharia do passado, porém, com a característica distinta e marcante que é a aplicação da ciência. É sabido que a Engenharia está presente em todo o setor produtivo, a saber: nas fábricas, nos canteiros de obras habitacionais e de infraestrutura, nas universidades, nos laboratórios científicos, nos centros de pesquisas tecnológicas, nos transportes, na geração de energia, nas comunicações, na produção de alimentos, entre outros empreendimentos. As grandes mudanças que vêm ocorrendo na vida das pessoas, no mundo moderno, foram geradas pela tecnologia que é alimentada pelo conhecimento acumulado e os grandes investimentos em pesquisa e inovação. A humanidade precisa da Engenharia porque é ela que transforma o conhecimento acumulado em universidades e centros de pesquisa, públicas e privadas, em produtos e serviços disponibilizados à sociedade [4].

A transformação do conhecimento produzido em laboratórios por profissionais de várias áreas, inclusive engenheiros, cabe aos engenheiros projetar e realizar. Não é à toa que em todas as definições da engenharia, e são muitas, encontramos as palavras “aplicação prática de princípios científicos visando à transformação da natureza com economia de recursos”. O ser humano tem atualmente ao seu dispor produtos que o conhecimento e a tecnologia se agregam de forma nunca alcançada antes. O futuro aponta agora para a Engenharia Genética, que associada à informática, oferece enorme possibilidade de contribuição para solução do problema da fome no mundo. As comunicações instantâneas globais, os novos produtos químicos e farmacêuticos, a intensificação no consumo e produção de energia e transportes, o aumento da produtividade agrícola, a incrível cooperação tecnológica acrescentada à medicina, são exemplos flagrantes dessa revolução científica e tecnológica.

Modernamente, são inúmeros os empreendimentos no mundo que contaram e contam com o decisivo apoio da Engenharia tais como as gigantescas usinas hidrelétricas de Três Gargantas na China e Itaipu no Brasil/Paraguai, edifícios como o Empire State Building em New York, o Capital Gate na cidade de Abu Dhabi nos Emirados Árabes Unidos e o Kingdom Tower construído na cidade de Jeddah, Arábia Saudita, que possui 275 andares, atingindo a incrível marca dos 1,6 mil metros de altura, pontes como a mais longa do mundo sobre o mar de 36,48 quilômetros construída na cidade litorânea de Qingdao na China e a Rio-Niterói no Brasil, grandes estádios de futebol, shopping-centers, aeroportos, ferrovias, rodovias e viadutos, navios transatlânticos, navios superpetroleiros e supergraneleiros, aviões a jato, foguetes e naves espaciais, entre outros.

A Engenharia deve ser entendida, portanto, como uma cultura, aberta para a sociedade, ativa na promoção de seu desenvolvimento procurando como propósito a melhor qualidade de vida. Como o desenvolvimento tecnológico depende fundamentalmente da capacidade em Engenharia, pode-se afirmar que educação, ciência, engenharia e tecnologia estão intimamente relacionadas. Os engenheiros são os maiores responsáveis pela concretização das inovações geradas pela ciência e pela tecnologia. A Engenharia é estratégica para o progresso da humanidade.

REFERÊNCIAS

1.     WIKIPEDIA. Pirâmide de Djoser. Disponível no website <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pir%C3%A2mide_de_Djoser>.

2.     ALCOFORADO, Fernando. Os desafios da engenharia brasileira na era contemporânea. Disponível no website <http://lcfaco.blogspot.com/2014/12/os-desafios-da-engenharia-brasileira-na.html>.

3.     ALCOFORADO, Fernando. A gênese da ciência e sua evolução ao longo da história.   Disponível no website <https://www.academia.edu/44100166/A_G%C3%8ANESE_DA_CI%C3%8ANCIA_E_SUA_EVOLU%C3%87%C3%83O_AO_LONGO_DA_HIST%C3%93RIA>, 2020.

4.       ALCOFORADO. Fernando. Os cinco grandes desafios da engenharia brasileira na era contemporânea. Disponível no website <https://www.slideshare.net/falcoforado/os-cinco-grandes-desafios-da-engenharia-brasileira-na-era-contempornea>.

* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017),  Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022) e de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022).

 

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Sobre Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona. Professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997),De Collor a FHC — O Brasil.
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