Estes desafios são os seguintes: 1) reativar a economia baiana; 2) reduzir o desemprego que afeta a população baiana há vários anos; 3) combater a pobreza; 4) combater a violência; 5) reduzir os desequilíbrios de desenvolvimento regional; 6) superar as fragilidades existentes em seus sistemas de saúde pública e de saneamento básico; 7) solucionar os gigantescos problemas que afetam a educação básica e o ensino superior; 8) solucionar o problema da escassez hídrica no Semiárido da Bahia; 9) enfrentar eventos climáticos extremos visando evitar suas consequências danosas para a população e para a economia da Bahia; e, 10) fortalecer a democracia na Bahia e no Brasil ameaçada pelo neofascismo bolsonarista.
Para reativar a economia da Bahia, o futuro governo da Bahia deveria considerar as estratégias seguintes: 1) a execução de obras federais paralisadas no Estado; 2) a execução de novas obras públicas de infraestrutura econômica (energia, transporte e comunicações) e infraestrutura social (educação, saúde, habitação e saneamento básico) contando com o apoio do futuro governo federal; 3) o incremento das exportações; 4) o incentivo à utilização da capacidade ociosa na indústria que deve ser da ordem de 50%; 5) a atração de investidores para substituir importações do Estado da Bahia; e, 6) reversão da desindustrialização da Bahia com um robusto programa de implantação de indústrias de pequeno e médio portes no interior do Estado.
Para reduzir o desemprego, o futuro governo da Bahia deveria considerar a adoção das estratégias seguintes: 1) a reativação da economia baiana com as estratégias acima descritas; 2) o incentivo ao desenvolvimento da Economia Social e Solidária, que é um novo modo de produção, em que o lucro deixa de ser o principal objetivo e sim a geração de emprego; e, 3) o desenvolvimento da Economia Criativa com o estimulo a trabalhos baseados nas tradições culturais de cada região da Bahia e ao crédito para setores criativos da economia como Moda, Arte, Mídia Digital, Publicidade, Jornalismo, Fotografia e Arquitetura. A solução dos problemas de desemprego na Bahia depende das ações que venham a ser desenvolvidas pelo governo da Bahia, mas principalmente pelas medidas que sejam adotadas pelo governo Lula para reativar a economia nacional.
Para eliminar a pobreza na Bahia, a primeira ação a ser implementada consiste na redução do desemprego com as estratégias de reativação da economia baiana e de combate ao desemprego acima descritas complementadas pela adoção pelo governo Lula da estratégia de transferência de renda básica ou renda mínima universal para a população pobre, especialmente aquela situada em condição de extrema pobreza e em situação de rua (20 mil habitantes), com o novo programa Bolsa Família. O governo da Bahia deveria apoiar o futuro governo federal alocando, também, recursos no financiamento do programa de transferência de renda básica ou renda mínima universal para a população pobre que é absolutamente necessária porque grande parte dela é inapta para ser incorporada ao mercado de trabalho.
Para solucionar os problemas da violência na Bahia, é preciso que sejam desenvolvidas ações pelo governo da Bahia para reativar a economia baiana, mas principalmente pelas medidas que sejam adotadas pelo futuro governo Lula para reativar a economia nacional. A política de renda básica para a população pobre com o novo programa Bolsa Família poderia colaborar na redução da criminalidade e no aumento do consumo de bens e serviços pela população pobre. Esta política proporcionaria como benefício haver menor gasto com a repressão policial e estrutura carcerária em consequência da redução da criminalidade e dos moradores de rua e a elevação da arrecadação de impostos resultante do aumento do consumo da população pobre.
Para reduzir os desequilíbrios de desenvolvimento regional, o futuro governo da Bahia deveria promover: 1) a integração dos polos de crescimento e desenvolvimento da Bahia (Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itapetinga, Lençóis, Jequié, Ilhéus, Itabuna, Porto Seguro, Eunápolis, Teixeira de Freitas, Juazeiro, Irecê, Guanambi, Bom Jesus da Lapa, Barreiras, entre outros) a serem ligados uns aos outros, por estradas (rodovias, ferrovias e hidrovias); 2) aproveitar o potencial de desenvolvimento endógeno de cada município e de cada região; e, 3) viabilizar suas interligações econômicas e com outras regiões do Brasil e do exterior. A integração econômica do Estado da Bahia requer a descentralização administrativa do governo do Estado através da criação de estruturas de desenvolvimento regional que articulem as ações dos governos federal, estadual e municipal em suas diversas regiões.
Para superar as fragilidades existentes em seus sistemas de saúde pública e de saneamento básico, o futuro governo da Bahia deveria considerar o aumento do investimento na infraestrutura de saúde pública para superar suas deficiências, bem como na infraestrutura de saneamento básico para atender as necessidades da população buscando superar suas deficiências. Para solucionar os gigantescos problemas que afetam a educação básica e o ensino superior, o futuro governo da Bahia deveria considerar a adoção das estratégias seguintes: 1) promover investimentos maciços visando melhorar o desempenho do sistema de educação da Bahia com a oferta de educação de qualidade e a elevação do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica); 2) adotar medidas de assistência social aos alunos para combater a evasão escolar dos estudantes da Bahia e melhorar a defasagem idade-série para todas as etapas da escolaridade; 3) elevar a capacitação dos docentes; 4) propor ao futuro governo Lula o fim da Emenda Constitucional 95 do Teto de Gastos, aprovada em 2016 que compromete o desenvolvimento da educação no Brasil e a elaboração de um novo Plano Nacional de Educação voltado para o futuro; 5) elevar o patamar de qualidade da educação da Bahia realizando maciço investimento principalmente na formação dos professores, em material de apoio e na melhoria da estrutura e funcionamento das instituições de ensino; 6) universalizar o ensino com a utilização do sistema de educação a distância (EAD); 7) superar as deficiências da educação da Bahia contando com o apoio do governo Lula.
Para solucionar o problema da escassez hídrica no Semiárido da Bahia, que corresponde a 70% do território do Estado da Bahia, é preciso promover a integração das bacias do Rio São Francisco com as bacias dos demais rios existentes na Bahia e a implantação de açudes em pontos estratégicos de seu território para eliminar ou reduzir a escassez hídrica do Semiárido baiano. Para enfrentar eventos climáticos extremos visando evitar suas consequências danosas para a população e para a economia da Bahia, é preciso realizar o controle de inundações provocadas por chuvas intensas e pela elevação do nível do oceano em consequência das mudanças climáticas. Para fortalecer a democracia na Bahia ameaçada pelo neofascismo bolsonarista, o governo Jerônimo Rodrigues precisa colocar em prática um plano de governo que atenda aos interesses de toda a população baiana sem exceção, reative a economia baiana, assista aos deserdados sociais e persevere na construção de uma sociedade sustentável em íntima colaboração com o governo Lula.
Estes são, portanto, os 10 desafios a serem enfrentados pelo futuro governo da Bahia comandado por Jerônimo Rodrigues. Esperamos que nossas propostas de estratégias possam ser acatadas pelo novo governo da Bahia visando a superação dos 10 desafios. Esta é nossa contribuição para o sucesso do governo Jerônimo Rodrigues da Bahia.
Para ler o artigo de 6 páginas, acessar os websites do Academia.edu <https://www.academia.edu/
* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.
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