Exemplo marcante de degradação urbana para evidenciar a necessidade imperiosa de que o planejamento urbano racional seja levado avante, também, na maior cidade brasileira. É evidente a genialidade dos arquitetos no planejamento urbano de Amsterdã e dos engenheiros holandeses no planejamento territorial bem-sucedido da Holanda e do papel da Engenharia, sobretudo a hidráulica, no esforço de domar as águas dos rios e do mar do Norte na Holanda para evitar inundações.
Diferentemente de Amsterdã, São Paulo não é uma cidade planejada que não está integrada ao planejamento territorial do Estado de São Paulo porque este, também, não existe. Diferentemente de Amsterdã que classifica suas ruas em ruas residenciais, ruas de compras pequenas, ruas comerciais com muito trânsito, avenidas largas arteriais e rodovias intermunicipais especificando em quais delas é permitida a circulação de carros, motos, bicicletas, transporte público, transporte de carga, etc, isto não existe em São Paulo.
Diferentemente de Amsterdã que é considerada a cidade mais verde do mundo, São Paulo não tem metas de desenvolvimento sustentável e uma cultura ecológica que contemple a eliminação do uso do plástico e a redução das emissões de carbono, além de não adotar medidas de economia circular que considere o reuso de materiais e de resíduos resultantes das atividades humanas. Diferentemente de Amsterdã que é considerada a quinta cidade mais inteligente do mundo, São Paulo não adota medidas para tornar a cidade inteligente como, por exemplo, o uso de energia renovável para caminhões de lixo elétricos, pontos de ônibus movidos a energia solar, transporte público de baixo carbono, abastecimento de eletricidade de carros elétricos por toda a cidade, de forma a priorizar o uso de energia elétrica em relação ao combustível fóssil nos veículos automotores da cidade, entre outras medidas.
Recentemente, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a revisão do Plano Diretor da cidade, lei que orienta o crescimento da cidade e estabelece regras gerais para a construção de edifícios. O Plano Diretor da cidade vai fazer com que seus bairros vivam à sombra de prédios enormes, além de conviverem em áreas com mais trânsito e poluição. Trata-se de uma, absurdo que uma cidade como a de São Paulo dominada por grande quantidade de edifícios altos ou arranha-céus e tem suas ruas congestionadas por automóveis, se adote um Plano Diretor que contribui para o aumento ainda maior do número de arranha-céus e de automóveis nas ruas congestionadas de São Paulo comprometendo o bem-estar de sua população. Um fato é evidente: a revisão do Plano Diretor de São Paulo vai contribuir para degradar ainda mais a cidade de São Paulo.
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* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.
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