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Internacional Crimes de Guerra

ATÉ QUANDO CONTINUARÃO OS CRIMES DE GUERRA E CONTRA A HUMANIDADE DE ISRAEL NO ORIENTE MÉDIO?

O primeiro crime contra a humanidade foi o praticado contra o povo palestino após a Primeira Guerra Mundial.

08/10/2024 às 22h10
Por: Colunista Fonte: Fernando Alcoforado*
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Reprodução Internet / Estudo aponta que mais de 6 mil pessoas, entre manifestantes, paramédicos e jornalistas foram atingidos por militares israelense - Foto: Said Khatib/AFP
Reprodução Internet / Estudo aponta que mais de 6 mil pessoas, entre manifestantes, paramédicos e jornalistas foram atingidos por militares israelense - Foto: Said Khatib/AFP

Este é o resumo do artigo de 8 páginas que tem por objetivo demonstrar que o povo palestino vem sendo vítima de crimes contra a humanidade praticados pelo Império Britânico desde o fim da 1ª Guerra Mundial até 1948 e de crimes contra a humanidade e de guerra praticados pelos diversos governos de Israel desde a criação do Estado de Israel em 1948Os crimes contra a humanidade são tipos penais decorrentes de condutas que envolvam, com conhecimento do autor ou autores, um ataque, generalizado ou sistemático, contra a população civil, do qual decorra um conjunto de atos ilícitos qualificados pela sua gravidade. Por sua vez, os crimes de guerra definidos pelo Estatuto do Tribunal Penal Internacional de Haia e as convenções de Genebra são os que contemplam ataques à população civil, uso de armas ou métodos de guerra proibidos, homicídio, tortura, uso indevido de uniformes de entidades humanitárias, entre outros. Estes crimes contra a humanidade e de guerra estão sendo praticados no Oriente Médio pelo governo de Israel na atualidade não apenas contra o povo palestino, mas também, contra o povo do Líbano. 

Os crimes contra a humanidade e os crimes de guerra praticados contra os palestinos começaram bem antes da criação do Estado de Israel em 1948 por parte do Império Britânico que contribuiu para a usurpação do território da Palestina em benefício dos judeus do fim da 1ª Guerra mundial até 1948 quando o Estado de Israel foi constituído. Esses crimes tiveram continuidade a partir da criação do Estado de Israel em 1948 com a ocupação de Israel sobre o território palestino da Cisjordânia e da Faixa de Gaza após a Guerra dos Seis Dias em 1967, com o massacre da população palestina e a destruição da Faixa de Gaza desde 2023 com o objetivo de aniquilar o Hamas e com a invasão do Líbano e o bombardeio de sua população civil com o objetivo de aniquilar o Hezbollah e suas lideranças. Até 1948, os judeus contaram com o apoio do Império Britânico na sua luta contra os palestinos e seus aliados. Após 1948, o Estado de Israel contou com o decisivo apoio do imperialismo norte-americano que o transformou em ponta-de-lança de seus interesses políticos e militares no Oriente Médio.    

O primeiro crime contra a humanidade foi o praticado contra o povo palestino após a Primeira Guerra Mundial com a usurpação de seu território pela Federação Sionista judaica a favor dos judeus contando com o apoio do Império BritânicoA Primeira Guerra Mundial teve consequências danosas para a Palestina. A derrota da Turquia (Império Otomano), aliada da Alemanha derrotada na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que exercia a dominação sobre a Palestina, teve consequências decisivas para o futuro desta região. Após o conflito mundial, foi criado, pelo artigo 22 do Pacto da Liga das Nações a 28 de Junho de 1919, o sistema dos Mandatos que se destinava a determinar o estatuto das colônias e dos territórios que se encontravam sob o domínio das nações vencidas. O Mandato britânico para a Palestina foi aprovado pelo Conselho da Liga das Nações a 24 de Julho de 1922. O Mandato britânico para a Palestina deixou de considerar como objetivo levar à plena independência a população que então a habitava, isto é, a população palestina. Ao invés disso, atendendo ao desejo da Federação Sionista, promoveu a criação de um lar nacional judaico, isto é, a criação de um estado judaico com gente que, na sua maioria esmagadora, estava ainda espalhada pelo mundo e, por conseguinte, deveria ser trazida de fora.

Os palestinos viram no patrocínio que deram primeiro a Grã-Bretanha e depois a Liga das Nações ao projeto sionista de criação do lar nacional judaico na Palestina a negação do seu direito à independência. Os palestinos se sentiram espoliados. Naturalmente, os palestinos se opuseram ao projeto da criação do lar nacional judaico na Palestina desde o primeiro instante. A resistência palestina aconteceu na revolta de 1936-1939. Em abril de 1936, distúrbios locais entre árabes e judeus degeneraram numa revolta generalizada dos palestinos. A revolta era contra a colonização judaica da Palestina e as autoridades britânicas, o poder estrangeiro, de quem os palestinos exigiam a constituição de um governo nacional. As autoridades britânicas responderam com uma repressão violenta e os judeus com represálias. A diáspora judaica terminou em 1948, quando foi criado o Estado de Israel. Com a formação do Estado de Israel, em maio de 1948, houve a ocupação da Palestina pelos judeus quando muitos deslocados da Segunda Guerra Mundial e refugiados judeus migraram para o novo estado soberano. Estima-se que 170.000 deslocados de guerra e refugiados tenham imigrado para Israel no período entre o final da Segunda Guerra Mundial e o ano de 1953. 

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O segundo crime contra a humanidade e, também, crime de guerra, que foram praticados contra o povo palestino após a Guerra dos Seis Dias contra o Egito, a Síria e a Jordânia em 1967 foram os que resultaram na ocupação pelos judeus dos territórios palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza estabelecidos pelo Plano de Partilha da ONU em 1948 que criou o Estado de Israel.  Durante este período, Israel ocupou a península do Sinai, a Cisjordânia, a faixa de Gaza, as Colinas de Golã e o sul do Líbano depois da Guerra dos Seis Dias contra o Egito, a Síria e a Jordânia em 1967. A evolução do conflito entre judeus e palestinos fez com que Israel conquistasse progressivamente o território da Palestina de 1947 até o momento atual. Esta situação não pode continuar porque é geradora de conflito permanente entre judeus e palestinos. O mapa da Palestina tem se modificado ao longo dos anos com o avanço de Israel sobre território palestino. Dificilmente a paz entre judeus e palestinos poderá ser celebrada mantidas essas condições.

O terceiro crime contra a humanidade acrescido pelos crimes de guerra foi o praticado pelo governo de Israel contra o povo palestino recentemente no território palestino da Faixa de Gaza e a destruição de sua infraestrutura em resposta ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 ao território israelense, quando o governo de Israel, em represália, transformou a Faixa de Gaza em escombros e a situação humanitária de seus cerca de 2,4 milhões de habitantes se tornou catastrófica. Os bombardeios sobre a Faixa de Gaza pelo governo de Israel, que prometeu erradicar o Hamas, são implacáveis. O número de palestinos mortos alcança mais de 40 mil desde o início da guerra entre Israel e o Hamas e um total de 83.680 feridos em Gaza desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023. A situação em Gaza é de dor, angústia e revolta dos sobreviventes, os quais se deparam com o horror de corpos mutilados, frequentemente de crianças. Com esse assassinato em massa de palestinos, Israel se afasta cada vez mais da possibilidade de ser aceita como Estado regular, permanente, nessa região para integrar-se e sobreviver.

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O quarto crime contra a humanidade acrescido pelos crimes de guerra foi o praticado pelo governo de Israel com os bombardeios contra o Líbano e sua população com o seu propósito de aniquilar o Hezbollah e suas lideranças. Israel infligiu danos enormes ao Hezbollah nas últimas semanas, matando mais de uma dúzia de comandantes de alto escalão e destruindo aparentemente milhares de armas em ataques aéreos. Israel também foi responsabilizado pelas explosões de pagers e walkie-talkies que deixaram milhares de membros do Hezbollah mutilados, cegos ou mortos. No entanto, a morte do comandante supremo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um dos bombardeios no Líbano foi o maior golpe de todos. Os ataques israelenses mataram mais de mil pessoas nas duas últimas semanas no Líbano, incluindo 87 crianças e 56 mulheres. Até um milhão de pessoas — um quinto de sua população — foram forçadas a abandonar suas casas fugindo dos bombardeios de Israel.

Pelo exposto, pode-se afirmar que os massacres praticados pelo governo de Israel contra a população civil da Faixa de Gaza com o propósito de aniquilar o Hamas e contra a população civil do Líbano com o propósito de aniquilar o Hezbollah representam a continuação dos crimes contra a humanidade e dos crimes de guerra praticados pelo Império Britânico desde o final da 1ª Guerra Mundial, quando teve início o processo de ocupação da Palestina pelos judeus, e os praticados pelos governos israelenses desde a criação do estado de Israel em 1948. Os massacres pelo governo de Israel da população civil da Faixa de Gaza e da população civil do Líbano não estão contribuindo para mobilizar os países amantes da paz diferindo do que aconteceu durante a 2ª Guerra Mundial quando houve uma mobilização no sentido de aniquilar o império nazista na Europa. Até quando os governos dos países amantes da paz assistirão passivamente os crimes de guerra e contra a humanidade praticados pelo governo de Israel? Até quando a ONU sairá de sua passividade para mediar os conflitos no Oriente Médio? Até quando a maioria dos governos dos países árabes ficará assistindo os massacres israelenses na Faixa de Gaza e no Líbano sem nenhuma atitude concreta para cessar a ação belicista do governo israelense à exceção do governo do Irã?  Até quando os judeus amantes da paz em Israel e no mundo continuarão assistindo passivamente o massacre israelense na Faixa de Gaza e os bombardeios contra a população civil no Líbano em cumplicidade com os crimes de guerra e contra a humanidade praticados pelo governo Netanyahu?  É importante observar que Israel só terá condições de existir como nação no Oriente Médio se for aceito pelos povos que vivem na Palestina e no mundo árabe. Enquanto continuar sua ação belicista contra os povos e países da região, Israel estará cavando sua própria sepultura. A existência de Israel no futuro depende do que o povo judeu fizer no momento atual para afastar o governo fascista de Netanyahu substituindo-o por um governo democrático capaz de dialogar com os palestinos e os países da região.

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Para assistir o vídeo, acessar o website https://www.youtube.com/watch?v=xGyR_okQT4Y

Para ler o artigo de 8 páginas em Português, Inglês e Francês, acessar os websites do Academia.edu <https://www.academia.edu/124480518/AT%C3%89_QUANDO_CONTINUAR%C3%83O_OS_CRIMES_DE_GUERRA_E_CONTRA_A_HUMANIDADE_DE_ISRAEL_NO_ORIENTE_M%C3%89DIO>, <https://www.academia.edu/124480568/HOW_LONG_WILL_ISRAELS_WAR_CRIMES_AND_CRIMES_AGAINST_HUMANITY_CONTINUE_IN_THE_MIDDLE_EAST> e <https://www.academia.edu/124480578/JUSQU_A_QUAND_LES_CRIMES_DE_GUERRE_ET_LES_CRIMES_CONTRE_L_HUMANITE_COMMIS_PAR_ISRA%C3%8BL_AU_MOYEN_ORIENT_CONTINUERONT_ILS>, do SlideShare <https://pt.slideshare.net/slideshow/ate-quando-continuarao-os-crimes-de-guerra-e-contra-a-humanidade-de-israel-no-oriente-medio-pdf/272225242>, <https://pt.slideshare.net/slideshow/how-long-will-israel-s-war-crimes-and-crimes-against-humanity-continue-in-the-middle-east-pdf/272225265> e <https://pt.slideshare.net/slideshow/jusqu-a-quand-les-crimes-de-guerre-et-les-crimes-contre-l-humanite-commis-par-israel-au-moyen-orient-continueront-ils-pdf/272225297>, do WordPress <https://wordpress.com/post/blogdefalcoforado.com/4872>, <https://wordpress.com/post/blogdefalcoforado.com/4875> e < https://wordpress.com/post/blogdefalcoforado.com/4878> e do Linkedin <https://www.linkedin.com/pulse/at%C3%A9-quando-continuar%C3%A3o-os-crimes-de-guerra-e-contra-m%C3%A9dio-alcoforado-ovguf/?trackingId=JbPqpe6ToQi3BAJSjLqdVg%3D%3D>, <https://www.linkedin.com/pulse/how-long-israels-war-crimes-against-humanity-continue-alcoforado-futpf/?trackingId=NVYGwn74oVbkATDeofIhkw%3D%3D> e < https://www.linkedin.com/pulse/jusqua-quand-les-crimes-de-guerre-et-contre-lhumanite-alcoforado-f9ysf/?trackingId=5G3VnDjmYc6hko0bqsd%2BRA%3D%3D>.

 

  • Fernando Alcoforado, 84, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, do IPB- Instituto Politécnico da Bahia e da Academia Baiana de Educação, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017),  Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023), A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023), Como construir um mundo de paz, progresso e felicidade para toda a humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2024) e How to build a world of peace, progress and happiness for all humanity (Editora CRV, Curitiba, 2024).  
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Sobre Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona. Professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997),De Collor a FHC — O Brasil.
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