A desindustrialização do Brasil ocorreu graças à abertura econômica adotada pelos diversos governos do País desde 1990 que fez com que o mercado brasileiro sofresse a invasão de insumos e produtos importados de baixíssimos preços, principalmente da China, que levou muitas indústrias brasileiras à falência por enfrentar a competição predatória de insumos e produtos importados.
Para reindustrializar o Brasil, a primeira providência consistiria em o governo Lula abandonar o modelo econômico neoliberal adotado no Brasil desde 1990 que promoveu a impatriótica abertura do mercado brasileiro aos produtos importados. A reindustrialização do Brasil só acontecerá se o Brasil abandonar o modelo econômico neoliberal ainda em curso com sua substituição pelo modelo econômico nacional desenvolvimentista que foi responsável pelo maior crescimento econômico da história do País com base no processo de industrialização substitutiva de importações ocorridas de 1930 a 1980, quando o Estado brasileiro atuou como indutor do desenvolvimento econômico e social que é a condição para sustar a desindustrialização do País.
Reindustrializar o Brasil significa, não apenas adotar a política de substituição de importações, mas também contribuir para a eliminação ou redução da dependência do País em relação ao capital e tecnologia estrangeiros. É esta situação de dependência econômica e tecnológica em relação ao exterior que explica a incapacidade do Brasil de promover seu desenvolvimento econômico e social ao longo da história e a desindustrialização em curso na economia brasileira. A reindustrialização do Brasil deve ser acompanhada de ações que contribuam, também, para a modernização da indústria brasileira com sua inserção na indústria 4.0. O governo Lula precisa considerar que o Brasil só reverterá o processo de desindustrialização se adotar as estratégias descritas a seguir:
1) Abandonar o modelo econômico neoliberal com sua substituição pelo modelo nacional desenvolvimentista com o Estado brasileiro atuando no planejamento da economia nacional e como indutor do processo de desenvolvimento econômico e social.
2) Incentivar a implantação de indústrias substitutivas de importações de insumos e produtos com financiamento e concessão de incentivos fiscais para assegurar a autossuficiência nacional.
3) Promover a abertura seletiva da economia brasileira para proteger a indústria nacional da competição predatória de insumos e produtos importados.
4) Promover o fortalecimento da indústria nacional existente no Brasil com a oferta de financiamento e concessão de incentivos fiscais.
5) Promover o desenvolvimento da indústria de bens de capital nacional para torná-la competitiva de forma permanente no mercado internacional.
6) Levar ao fim a dependência econômica e tecnológica do País em relação ao exterior promovendo o progresso científico e tecnológico autônomo, único capaz de tornar a empresa nacional competitiva de forma permanente no mercado internacional, com o fortalecimento das universidades e centros de pesquisas do Brasil.
7) Promover a modernização da indústria brasileira com sua inserção na indústria 4.0 incentivando a realização de investimentos relevantes e de capacitação intensiva de gestores, engenheiros, analistas de sistemas e técnicos nas novas tecnologias, além de parcerias e alianças estratégicas com entidades de outros países e a realização de investimentos maciços na educação para qualificação das pessoas com foco em tecnologia.
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* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.
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