A Fundação Hemominas apresentou, na última sexta-feira (7/2), o Fenotcard, um cartão que será entregue a cerca de 1.400 pacientes com Doença Falciforme (DF) participantes do projeto REDS-IV-P (Retrovirus Epidemiology Donor Study). O evento contou com profissionais de hemoterapia e hematologia e pacientes da Fundação Hemominas.
O FenotCard contém a fenotipagem eritrocitária de cada paciente, ou seja, traz os dados sobre a constituição genética da pessoa com DF, bem como as características que impactam na transfusão sanguínea.
Assim, o cartão facilita a conduta dos profissionais de saúde durante os procedimentos transfusionais, pois possibilita a escolha do sangue mais compatível com o paciente, evitando a transfusão de bolsa de sangue incompatível, o que pode ocasionar reações adversas.
Na abertura do evento, a presidente da Hemominas, Júnia Cioffi, falou da importância de os pacientes terem o cartão em mãos quando precisarem de um atendimento transfusional. Segundo Júnia, a intenção é ampliar a confecção dos cartões a todos os pacientes.
Alguns pacientes foram convidados para receber os primeiros cartões FenotCard. Maurílio da Conceição, 44 anos, que já faz tratamento no Hemocentro há 37 anos, foi um dos primeiros a receber o cartão. “Isso é uma grande conquista. Fico agradecido e feliz porque o reconhecimento da doença falciforme está aumentando a cada dia”.
O coordenador do Cetebio e pesquisador do REDS, André Belisário, destacou a importância da pesquisa. “Me sinto privilegiado em poder entregar algo palpável à população, fruto de um trabalho de pesquisa’, enfatizou.
“Não adianta fazer pesquisa em laboratório para ficar no papel. É preciso retornar o resultado do conhecimento adquirido em prol da população”, destacou a diretora de Relações Externas e Intercâmbios da Fundação Pró-Sangue e investigadora do programa REDS, Carla Luana Dinardo
A pesquisadora ressaltou que foi percebendo a dificuldade de acolhimento e escuta dos pacientes falciformes por parte dos profissionais de saúde, que surgiu o Projeto Dandara. “O Dandara é um complemento, uma forma de educar e explicar ao paciente sobre a sua condição, seus direitos e sobre o racismo”.
A presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Dreminas), Maria Zenó Soares da Silva, lembrou que 95% das pessoas com DF são negros e negras e comemorou a parceria bem consolidada com a Hemominas e a Secretaria de Estado de Saúde . “A Hemominas é nossa casa, um SUS que funciona. Aqui somos bem recebidos e acolhidos”.
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