Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) foi destaque no painel "Florestas Produtivas: Caminhos para a Recuperação Sustentável e Econômica", promovido pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema). O evento, realizado nesta terça-feira, 19, reuniu representantes dos estados do Pará, São Paulo, Maranhão e Rondônia, e buscou discutir estratégias para o manejo sustentável das florestas públicas e recuperação de áreas degradadas. O Pará, com sua vasta experiência em concessões florestais, foi protagonista no compartilhamento de boas práticas.
O painel ocorreu no estande do Consórcio Interestadual da Amazônia Brasileira, foi uma oportunidade para os gestores estaduais apresentarem suas experiências e desafios. A delegação do Pará foi representada pela diretora de Gestão de Florestas Públicas de Produção do Ideflor-Bio, Ana Claudia Simoneti, que apresentou aos presentes, as inovações e benefícios do modelo de concessões florestais adotado pelo Governo do Estado. Entre os temas abordados, estiveram as concessões de manejo florestal, a concessão para restauração e o modelo híbrido, que ira combinar manejo e restauração em uma única estratégia.
Pioneirismo -A experiência do Pará em concessões florestais remonta há 13 anos, quando o Governo do Estado, por meio do Ideflor-Bio, assinou os primeiros contratos de manejo florestal sustentável das florestas públicas. Na ocasião, o estado deu um passo importante para a gestão ambiental da região, permitindo a colheita sustentável de recursos naturais, com um controle rigoroso para garantir a conservação da biodiversidade. Desde então, o modelo tem se mostrado eficiente, tanto em termos ambientais quanto econômicos, consolidando-se como um exemplo para a Amazônia e outros estados da região Norte.
Atualmente, o Pará já possui mais de 600 mil hectares de florestas sob concessão, com a expectativa de que até 2026 cerca de 2 milhões de hectares sejam disponibilizados para o manejo sustentável. Essa abordagem não só garante a proteção das florestas, mas também proporciona uma fonte de renda e desenvolvimento para as comunidades locais, incentivando a criação de empregos e a economia verde. Segundo o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, "a concessão florestal no Pará representa um modelo de equilíbrio entre a preservação ambiental e a geração de benefícios sociais e econômicos. Estamos mostrando ao mundo que é possível conciliar o desenvolvimento com a conservação da Amazônia", frisou.
A diretora de Gestão de Florestas Públicas do Ideflor-Bio, Ana Claudia Simoneti, também destacou os avanços do estado. Para ela, "as concessões de manejo florestal e a introdução do modelo híbrido, que integra manejo e restauração, têm sido fundamentais para a proteção de vastas áreas florestais. As florestas sob concessão estão mais protegidas contra atividades ilegais, como o desmatamento e o garimpo, e têm gerado benefícios diretos para as populações locais, ao mesmo tempo, em que contribuem para o combate às mudanças climáticas", enfatizou.
Diferenciais -O modelo de concessão florestal do Pará tem sido um exemplo de como é possível utilizar os recursos naturais de maneira sustentável, com a garantia de que as florestas sejam preservadas a longo prazo. Empresas privadas são autorizadas a realizar a colheita, mas devem seguir regras rigorosas, com critérios técnicos e socioambientais estabelecidos pelo Ideflor-Bio. Além disso, essas empresas devem investir em atividades de manejo que garantam a regeneração das florestas, evitando impactos negativos para o ecossistema local.
Um dos grandes diferenciais do modelo de concessões do Pará é a criação de novas possibilidades com a concessão para recuperação de áreas degradadas. A concessão para restauração, faz parte da estratégia do Estado, e é uma inovação importante, que visa reverter os danos ambientais causados pelo desmatamento e garantir a regeneração de áreas antes degradadas. O modelo híbrido, que combina o manejo sustentável e a restauração florestal, permitirá a recuperação de áreas estratégicas, ao mesmo tempo, em que contribui para a produção de recursos de forma sustentável.
Para o futuro, o Pará pretende expandir ainda mais esse modelo, com novos projetos de concessão para manejo e restauração, buscando envolver mais comunidades locais e aumentar o impacto positivo na preservação ambiental. A experiência do estado serve de inspiração para outras regiões da Amazônia, demonstrando que o manejo florestal sustentável é não só viável, mas essencial para a preservação da floresta e a geração de benefícios econômicos e sociais.
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