Quando meus pais acharam por bem colocar seu pequeno filho e único no Colégio Jesus Maria José, perto do Campo Grande, eis que residia no bairro do Canela, dois boníssimos Diretores, Maria e José, muito católicos, receberam meus pais e o pequeno do casal com risos da maior sinceridade. Matriculado aos 4 ou 5 anos do primário, foi recomendado o pai ou a mãe ficar alguns dias também no Colégio, pois havia choros.
Na primeira semana o meu revezou com minha mãe e fiquei acostumado com os coleguinhas. A Professora de nome D. Hildete, adorável por todos os títulos, achou meu nome comprido na hora da chamada e combinou-se chamar-me de Zé Mário.
Meu é José (do avô paterno), Mário (do avô materno), Peixoto (do avô materno) e Costa Pinto (do avô paterno). Assim fui registrado em uma segunda-feira do carnaval (segunda-feira gorda).
Bem, Zé Mário sentenciou a bondosa Professora Hildete. Como papai era Professor, também, sociólogo, levou para os Diretores Maria e José, que pessoas boas, um livro sobre Heráldica... sobre aspectos dos nomes contidos no Almanaque de Gotha (Alemanha). Ali continha nomes imensos, muitas vezes com 80 nomes de uma pessoa! Se acharam meu nome grande calcule os desse resumo de Almanaque.
Os anos se passaram, a vida tem que ser vivida com estudos e trabalhos produtivos, eis que fui interno no Colégio Werneck em Petrópolis no chamado curso de ginásio. Os Professores saiam com os alunos para visitarem o Museu Imperial, onde morou a Família Real. Tinha 16 ou 17 anos aguentando o frio de Petrópolis, só aguentei 7 a 8 meses, porém jamais saiu de minha cabeça, da minha cachola, com que me deparei.
O Almanaque de Gotha. Se não me engano, 23 livros com nomes da aristocracia europeia. Nomes enormes. Nomes de aristocratas no Brasil e na Bahia. Contudo, foi em Madrid já aposentado, morando, pesquisando as Bulas Papás sobre os Cátaros que viveram perto de Marseille, França, na Gran Via, vejam o que encontrei: - a Bula Papal onde Inocêncio II dizia "Matem todos os Cátaros", em latim, o que os Templários cumpriram.
Eram seis andares de livros, era uma livraria perto da famosa loja "El Cortes Ingles", que pertenciam a duas irmãs milionárias muitas vezes, também perto da "Plaza dela Sol", onde fica o centro de Madrid, informa um urso creio de bronze. Pois, nessa livraria da Gran Via havia o Almanaque de Gotha "completo", disseram-me e o preço não tenho a vaidade de informar. Caríssimo. São dezenas de livros que Russos, Ingleses e Franceses levaram da Cidade de Gotha totalmente destruída na II GUERRA MUNDIAL.
Em Gotha não ficou um sobrado de pé. Deu tempo de levarem os livros do Almanaque de Gotha e, em Londres, famílias aristocráticas da Europa, inclusive herdeiros dos Reis e Rainhas, registraram o Almanaque e tem sido, pelo que soube tempos depois, em Londres, que processavam que copiassem o que continua nesse Almanaque. Antes de tocar nesse assunto no nosso livro HISTÓRIA é MEMÓRIA, PODER DO CRÂNIO DA EDUCAÇÃO E DA, procurei saber.
Amigos disseram que era público e poderia citar dizendo a fonte. Pois lá tem nomes da Princesa Izabel, Princesa Leopoldina do Brasil. Leopoldina Tereza Francisca Carolina Michaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon nasceu no Rio de Janeiro a 13 de julho de 1847, e casou-se a 15 de dezembro de 1864 com Luís Augusto Maria Eudes de Saxe Coburgo e Gotha, fique de Saxe. Neto de Luís Felipe, rei da França, era um rapaz de 19 anos quando veio para o Brasil. E esteve na Bahia.
EM 19 de março de 1866 nascia da Princesa Leopoldina: Pedro Augusto Luis Maria Rafael Gonzaga de Saxe Coburgo e Bragança que, na forma do artigo 109 da Constituição do Império, ganhava a condição de sucessor da Coroa, "eventual".
Esse pessoal esteve na Bahia e andou "bonde de burro", foi ver o Senhor do Bonfim até tomar o navio inglês "Rhone" e ir para a França, pois ninguém é de ferro. Agora, fico a pensar: o meu nome os Professores Maria, José e Hilda acharam grande. Era bom folhear o Almanaque de Gotha!
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