No oeste do Pará, Barco Papa Francisco já realizou mais de meio milhão de atendimentos levando saúde à população

Pelos rios da região oeste paraense, a embarcação “Papa Francisco” segue levando saúde e assistência a quem precisa. O barco, que leva o nome do pontífice falecido recentemente após 12 anos como líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana, está prestes a completar seis anos de expedições por comunidades ribeirinhas do Baixo Amazonas, Calha Norte, Xingu e Tapajós. E neste período, 526.202 mil atendimentos de saúde foram realizados em 17 municípios.

O projeto é resultado de uma parceria entre o Governo do Pará e a Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. O convênio, para possibilitar a realização de 22 expedições por ano, levando consultas médicas, exames laboratoriais e de imagem, entrega de medicação, internações, além de cirurgias de baixa e média complexidade à população ribeirinha. São cerca de três mil atendimentos por expedição.

“O Barco Hospital Papa Francisco é mais do que uma embarcação — é um símbolo do cuidado que o Governo do Pará tem com as populações ribeirinhas. Em quase seis anos, já somamos mais de meio milhão de atendimentos, garantindo acesso a serviços de saúde essenciais para quem vive em regiões de difícil acesso. Inspirados pelo legado de acolhimento e amor ao próximo, deixado pelo Papa Francisco, seguimos firmes no compromisso de oferecer dignidade, assistência e qualidade de vida a quem mais precisa", destacou a secretária de Estado de Saúde Pública, Ivete Vaz.

O Barco Hospital Papa Francisco foi construído com recursos de indenização de dano moral coletivo firmado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT 15 - Campinas) com a empresa Raízen Combustível e o Ministério Público do Trabalho. A embarcação foi inaugurada no dia 19 de agosto de 2019, em Belém. No evento, o governador Helder Barbalho assinou um termo de fomento para o funcionamento do projeto. De lá para cá, as expedições não pararam mais e a assistência chegou às comunidades ribeirinhas.

Atendimentos- A dona Margarida Sousa Almeida é moradora da comunidade São Joaquim, no Rio Erepecuru, em Oriximiná, e foi só elogios ao atendimento. “Deus está mandando essa saúde para o nosso quilombo, é muito importante. Nós nunca tivemos essa oportunidade e agora temos vários tipos de atendimento aqui. Não só eu, mas todas as pessoas que foram atendidas gostaram muito”, comemorou.

Já Nildece Sousa dos Santos, da comunidade Pancada, também em Oriximiná, passou por uma cirurgia no barco hospital. “Só tenho a agradecer a esse povo que veio do Papa Francisco. São voluntários que vêm prestar esse trabalho aqui para nós, ribeirinhos do Rio Erepecuru”.

Em cada expedição, a equipe oferta especialidades médicas fixas, como clínica geral, oftalmologia, pediatria e radiologia, além do atendimento odontológico, mas cada comunidade atendida tem um perfil que é levado em conta na hora de definir os serviços de saúde. Casos onde sejam identificadas a necessidade de um atendimento que não está disponível na embarcação, o paciente é encaminhado para o Serviço Único de Saúde, através da regulação entre o município de origem e a Sespa.

Com a missão de levar assistência de qualidade à população ribeirinha, o Barco Hospital segue exemplos deixados pelo Papa Francisco, como o acolhimento a quem precisa e o amor ao próximo.

“Aqui no Pará, as pessoas chamam os barcos apenas pelo nome. É muito interessante quando alguém relata que o Papa Francisco esteve na comunidade, esteve na casa daquela pessoa. O barco leva o nome de um Papa que tinha um olhar muito inclinado ao povo da Amazônia. Para nós, também é uma grande responsabilidade dar continuidade ao grande legado que este homem deixou. O Papa Francisco sempre será lembrado por este projeto e tudo o que a gente construiu nesta região”, ressaltou o coordenador do Barco Hospital, Frei Ezequiel Salvático.

Estrutura- O Barco Hospital mede 32 metros de extensão e conta com 20 tripulantes fixos, entre equipes técnica e marítima, mais de 10 a 15 profissionais voluntários que se revezam nas expedições, que duram entre 7 e 10 dias.

A estrutura moderna conta com consultórios médicos, odontológicos, centro cirúrgico, sala oftalmológica completa, laboratório de análises, sala de medicação, sala de vacinação e leitos de enfermaria, além de equipamentos para diagnósticos, como raio-X digital, mamografia, ecocardiograma, ultrassom, eletrocardiograma. Além da atenção básica de saúde à população, as equipes atuam na prevenção e diagnóstico precoce do câncer com a realização de exames e triagem.

A embarcação também conta com o apoio de duas ambulanchas, que atuam fazendo triagens nas comunidades como retaguarda para quaisquer intercorrências mais graves que necessitem de atendimentos de urgência e emergência.