O programa Shane Hui – A Voz das Aldeias completa seu primeiro ano no ar, neste 19 de abril, quando o Brasil celebra o Dia dos Povos Indígenas, reiterando o compromisso de dar visibilidade às vozes, culturas e tradições dos povos originários do Acre.
Transmitido todos os sábados, às 8h, pelas rádios Aldeia FM e Difusora Acreana, o programa é apresentado e produzido pelo jornalista Nelson Liano.
Desde sua estreia em 2024, Shane Hui se destacou como um importante espaço de escuta e valorização das comunidades indígenas acreanas.
“O programa nasceu da necessidade de amplificar as vozes dos nossos povos tradicionais. A ideia partiu da secretária extraordinária de Povos Indígenas, Francisca Arara, e, quase simultaneamente, o líder indígena Mapu Hunikuin apresentou uma proposta semelhante à Secretaria de Comunicação do governo do Acre. Assim, no Dia dos Povos Indígenas de 2024, o Shane Hui foi ao ar pela primeira vez”, relembra Nelson Liano.
Ao longo desse primeiro ano, diversas lideranças e artistas indígenas passaram pelos microfones do programa. Em várias ocasiões, a produção foi realizada diretamente das aldeias, mergulhando na vivência e nas tradições de povos como os Yawanawa, Hunikuin, Puyanawa, Shanenawa, Nukini, Madha e Nokekoi. Além da música e da espiritualidade, temas sociais e demandas das comunidades foram amplamente debatidos.
O Shane Hui também ampliou seu alcance, levando a voz indígena a eventos globais, como a COP do Azerbaijão e a Semana do Clima de Nova York. Com um olhar voltado às soluções para os desafios enfrentados pelas aldeias, o programa tornou-se uma ferramenta essencial de escuta ativa para instituições como o Instituto de Mudanças Climáticas, a Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas e a Secretaria do Meio Ambiente do Acre.
Para celebrar esta data simbólica, a edição especial deste sábado, 19, é dedicada aos povos do Vale do Juruá – especialmente ao povo Puyanawa e ao povo Nokekoi. A equipe do Shane Hui esteve nas comunidades, registrando depoimentos, rituais e expressões culturais que evidenciam a força da ancestralidade indígena.
Carol Puyanawa, jovem comunicadora de seu povo, destacou o orgulho de viver e preservar sua cultura:
“O Dia dos Povos Originários representa resistência, é uma forma de honrar nossas origens e nossos ancestrais. Cada vez que cantamos e falamos nossa língua, estamos fortalecendo nossa identidade. Ser indígena é viver em conexão com a natureza e com nossa história.”
O povo Puyanawa, além de ser guardião de saberes milenares, é atualmente o maior produtor de farinha da região de Mâncio Lima. Joel Puyanawa, cacique da comunidade, falou sobre os desafios de manter viva a tradição diante da proximidade com os centros urbanos:
“Nosso esforço sempre foi transmitir nossa cultura às novas gerações. Ensinar nossos valores, preservar nossa história, ocupar nosso tempo com nosso trabalho e nossas celebrações. Isso é o que nos mantém unidos em nossa terra.”
A espiritualidade também é parte vital da resistência indígena. Por meio da música, o cacique do povo Nokekoi compartilhou o papel das canções em sua cultura:
“A música tem poder. É através dela que afastamos energias ruins. Ela nos conecta com nossos ancestrais, com a natureza e com nossa essência. As novas gerações estão redescobrindo essa força e usando suas vozes para expressar os desafios que enfrentam.”
A edição comemorativa do Shane Hui é uma celebração à cultura viva dos povos originários do Acre — um tributo às suas lutas, saberes e à força que os mantém firmes na preservação de suas raízes. Em um ano de existência, o programa se tornou mais do que uma voz — tornou-se um elo entre passado, presente e futuro.
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