Durante a Semana Santa, a procura por pescados cresce em todo o país e, em Sergipe, essa tradição movimenta indústrias como a Central do Salmão, instalada com apoio do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI). Referência no beneficiamento de pescados como salmão, camarão e bacalhau, a empresa recebe, há quatro anos, o incentivo fiscal do Governo de Sergipe, através do programa gerido pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise) e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec).
O presidente da Codise, Ronaldo Guimarães, destaca a missão do programa, que oferta incentivos fiscais e locacionais para apoiar a instalação e ampliação de indústrias no estado e impulsionar negócios locais. “O PSDI é um dos principais instrumentos do Governo do Estado para atrair e consolidar empreendimentos industriais em Sergipe. A cada empresa incentivada, geramos mais desenvolvimento, renda e oportunidades para os sergipanos”, ressalta.
O secretário da Sedetec, Valmor Barbosa, destaca que a Central do Salmão é um dos exemplos de indústrias que crescem em Sergipe através do apoio estadual do PSDI. “O programa do Governo de Sergipe é um dos mais atrativos para implantação de indústrias no Brasil, e promove um cenário propício para investimentos, movimentando a economia e gerando oportunidades concretas para o povo sergipano”, salienta.
A empresa nasceu da necessidade de reforçar a indústria do segmento no estado. “Comprávamos de estados vizinhos e eu enxergava que o mercado sergipano precisava ter uma indústria de pescados para gerar emprego e renda, aqui em Sergipe. O incentivo do PSDI foi de suma importância. Sem ele, não teríamos possibilidade de implantar a indústria. Com o incentivo fiscal, passamos a ficar mais competitivo e fazer frente às indústrias de fora”, afirma o sócio-proprietário William Fontes.
Semana Santa
Durante o período da Semana Santa, a indústria aumenta a produção e gera postos temporários. “Apenas durante essa semana, temos uma concentração de vendas de um mês inteiro. Para esse período, começamos a nos preparar com dois meses de antecedência. Intensificamos as horas extras e contratamos para empregos temporários”, explica William Fontes. A produção da indústria é de até 1.700 quilos de pescado por dia, chegando a 35 toneladas por mês.
O diferencial da empresa está no cuidado com a qualidade, com câmaras separadas para cada tipo de produto, processos manuais minuciosos no corte e limpeza dos pescados, e tecnologia de empacotamento. “Implementamos embaladoras automáticas à vácuo, que conseguem manter uma qualidade melhor”, destaca William. Para os congelados, o diferencial é o ultracongelamento a -30°C, seguido do glazeamento, uma técnica que aplica uma fina película de água sobre o pescado e que garante a preservação dos produtos por até 12 meses.
Emprego e renda
A implantação da indústria teve impacto direto na geração de emprego e renda. Hoje, são 13 empregos diretos na fábrica e mais de 50 indiretos com a cadeia produtiva local. “O segmento do pescado gera muitos empregos indiretos. Trabalhamos com produtores locais, pescadores artesanais, profissionais de refrigeração de câmara, refrigeração de ar condicionado, indústria de gelo, indústrias de embalagem, entre outros”, elenca o sócio-proprietário.
O impacto é também social. Yslan Bezerra, peixeiro, começou como servente de pedreiro na obra e recebeu a oportunidade de ingressar na indústria. “Sou filho de pescador e, atualmente, estou como peixeiro profissional. O salmão quem corta sou eu. Faço o filé de salmão fresco que vai para restaurantes de sushi, e sei que aqui o peixe é de ótima qualidade. Hoje, tenho uma moto e uma casa, que consegui através da renda do meu trabalho”, conta.
Para a empacotadora Milena Santos, a indústria trouxe crescimento para sua vida. “Essa oportunidade de trabalho representa muita coisa para mim. É uma oportunidade de conhecer coisas novas e, principalmente, de crescer profissionalmente. A indústria gera desenvolvimento e oportunidades de emprego. Sem a indústria não tem como o Brasil se movimentar. São 9,13 milhões de postos de trabalho e isso dá muita oportunidade para o trabalhador sair da parte informal”, relata.
Com produção focada no mercado de Sergipe, e uma parte destinada aos estados vizinhos Bahia e Alagoas, a empresa fornece os pescados para uma clientela específica. “Nosso mercado é basicamente peixarias, supermercados pequenos, restaurantes, bares e hoteis”, completa o sócio-proprietário da empresa.
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