Na noite desta quinta-feira (13), a Câmara Municipal de Alagoinhas recebeu a cerimônia de abertura da 1ª edição da Festa Literária Internacional da Casa do Poeta de Alagoinhas (FLICAS). O evento reuniu estudantes universitários, escritores locais, professores, gestores escolares, artesãos, artistas visuais e a comunidade em geral.
A iniciativa conta com o apoio da Prefeitura de Alagoinhas, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo (Secet), que reforça a importância do festival para o fortalecimento do cenário sociocultural do município. “É com imensa satisfação que a Secet faz parte de um evento como esse, uma verdadeira festa cultural, algo que Alagoinhas precisa. Quero, em nome do nosso secretário, João Henrique Paolilo, disponibilizar a Secet para darmos continuidade a parcerias como essa”, enfatizou o gerente de cultura, Jackson Santos.
A programação da FLICAS foi elaborada para estimular reflexões sobre identidade cultural e patrimônio imaterial, com destaque para a valorização dos povos indígenas do município. As atividades seguem até o próximo dia 15 de março, no Centro de Cultura de Alagoinhas, e entre os destaques estão: oficinas de artesanato, teatro e dança, conduzidas por cerca de 40 profissionais das artes. A participação da escritora suíça Chiara Mari será o marco de internacionalização da festa. A expectativa da organização é reunir um público de aproximadamente 5.000 pessoas ao longo dos três dias.
“Estamos muito animados porque fazer cultura é maravilhoso, fazer literatura é inspirador. É fundamental conhecermos nossas origens, nossos antepassados e reverenciarmos nossa ancestralidade. Esse é um tema relevante, atual e que precisa ser amplamente debatido”, enfatizou a presidente da FLICAS, Luana Cardoso.
Identidade Indígena e Mais Diversidade
Representando a Secretaria Municipal de Educação, a professora Cristiane Mendes enalteceu a FLICAS por trazer o tema da ancestralidade como eixo central. “Durante esses dias, estamos vivenciando um evento profundamente identificado com nossa terra e cultura. Isso nos lembra do débito histórico que temos e da necessidade de políticas afirmativas que contemplem os povos indígenas e suas histórias em Alagoinhas”, ressaltou a professora, que possui ancestralidade de povos originários.
Para a estudante Jailane Pereira dos Santos, a FLICAS tem um impacto significativo na aprendizagem e no contato direto com a literatura. “Fiquei sabendo do evento através da professora. e vejo essa realização como algo positivo, pois incentiva as pessoas a lerem mais e a conhecerem novos livros”, destacou. Já a também estudante Thiala Cristiana Reinaldo Barreto ressaltou o estímulo que eventos como esse proporcionam para a cena cultural da cidade, promovendo discussões relevantes. “É uma forma de interação entre as pessoas em prol do conhecimento sobre os povos originários, valorização destes, além de ser uma forma de união entre passado e presente, uma maneira de estarmos interagindo com as nossas culturas e crenças, porque querendo ou não somos todos descendentes. Conhecer de onde viemos e de onde nossa cultura vem é algo fundamental”, afirmou.
De acordo com Dalta Pires de Azevedo, que tem descendência indígena da etnia Waiãpi, a valorização dos povos originários na primeira edição da FLICAS fortaleceu a identidade do evento. “Nosso Brasil tem origens indígenas, e muitas vezes não damos o devido valor a isso. Esse evento é uma ressignificação, uma maneira de reconhecermos nossa história e cultura. Espero que seja apenas o primeiro de muitos, e estarei presente em todas as próximas edições”, concluiu.
Sobre a CASPAL
A Casa do Poeta de Alagoinhas é uma referência na promoção da literatura e das artes no município. Além de incentivar novos talentos, a instituição busca integrar a arte ao cotidiano da cidade, estimulando escritores, poetas e artistas visuais a fortalecerem a identidade cultural local. A sede está localizada no Mercado do Artesão, sala 01, na Praça da Bandeira, no Centro de Alagoinhas.
Programação Completa
Quinta-feira (13 de março)
Local: Câmara de Vereadores de Alagoinhas
Horário: 19h
Temática: A literatura em nosso território
Sexta-feira (14 de março)
Local: Centro de Cultura de Alagoinhas
Horário: 8h às 22h
Temática: Somos território indígena
Sábado (15 de março)
Local: Centro de Cultura de Alagoinhas
Horário: 8h às 13h
Temática: Diversidade e inclusão
Jailane Pereira dos Santos
Thiala Cristiana Reinaldo Barreto
Mín. 26° Máx. 27°