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Em série da Rádio MEC, Ruy Castro traz canções de carnavais antigos

Imortal apresenta clássicos do cancioneiro nacional e conta histórias

09/02/2025 às 15h03
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
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© Tânia Rêgo/Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

No mês que antecede a folia, a Rádio MEC estreia a série A Música do Carnaval , produção inédita apresentada pelo jornalista e escritor Ruy Castro. O programa sobre marchinhas e sambas de carnavais antigos vai ao ar na emissora pública com edições semanais a partir deste domingo (9), às 21h.

Com quatro episódios de uma hora, o conteúdo mescla clássicos do cancioneiro nacional e histórias narradas pelo imortal a respeito de cada obra. A atração destaca curiosidades e revela bastidores sobre os intérpretes, os compositores e essas preciosidades do repertório popular.

"Nesta série de programas vamos apresentar dezenas de grandes marchinhas e sambas dos carnavais do passado. Mas não é por nenhum saudosismo. É que o carnaval também é cultura, e a cultura é de todas as épocas", define o jornalista, sobre as canções criadas entre as décadas de 1930 e 1960.

A nova produção original de Ruy Castro, Heloisa Seixas e Julia Romeu está disponível em várias plataformas. Além de acompanhar no dial, o ouvinte pode conferir o conteúdo exclusivo no app Rádios EBC , na transmissão em streaming no site da emissora pública e em formato podcast pelo Spotify.

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Na estreia, o seriado resgata marchinhas como Hino do Carnaval Brasileiro , de Lamartine Babo; A Jardineira , de Benedito Lacerda e Humberto Porto; Nós, os Carecas , de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr; Pierrô Apaixonado , de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres; e Aurora , de Mario Lago e Roberto Roberti, entre outras.

Gêneros carnavalescos

Ruy Castro aborda o tema das músicas lembradas no programa.

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"As marchinhas, tanto as alegres quanto as mais românticas, gostavam de falar do próprio carnaval. Também serviam para fazer crítica social e para descrever o cotidiano do brasileiro. Quase todas eram assim: engraçadas, maliciosas e nada inocentes", pontua.

Grandes intérpretes do país entoavam esses sucessos. "Todos os cantores daquele tempo, mesmo os mais românticos, cantavam carnaval. Até mesmo o talvez maior de todos: Orlando Silva", lembra o jornalista que ainda menciona nomes como Carmen Miranda, Aracy de Almeida, Mario Reis, Almirante e Francisco Alves, conhecido como "O Rei da Voz".

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"Ainda que a partir dos anos 1930 as marchinhas tenham reinado na folia, elas não estavam sozinhas. Havia também os sambas de carnaval, que eram gravados especialmente para a época e tocavam no rádio sem parar. Não confundir com os sambas-enredo, cantados pelas escolas de samba. Ambos – sambas e marchinhas – foram os dois grandes gêneros carnavalescos até os anos 1960", diz Ruy Castro.

O pesquisador explica como era essa dinâmica no cotidiano. "Todos os compositores importantes faziam tanto marchinhas quanto sambas de carnaval. As composições eram gravadas em meados do segundo semestre e lançadas no fim do ano. Tocavam o tempo todo no rádio, o povo aprendia e, quando chegava o carnaval, as multidões cantavam nas ruas. Esta era a magia do carnaval", celebra.

O clássico Cidade Maravilhosa , marchinha de André Filho, em versão instrumental, com Zaccarias e sua orquestra, embala o prefixo da série com a alegria que marcava os bailes de carnaval do século passado e atravessa gerações. "Todos a conhecemos muito bem. Embora tenha sido composta para o carnaval de 1935, ela se tornou em 2003 o hino oficial da cidade do Rio de Janeiro", ratifica o jornalista.

Sobre Ruy Castro

O jornalista e escritor Ruy Castro começou sua trajetória profissional como repórter em 1967, no Rio de Janeiro, e atuou nos principais veículos da imprensa carioca e paulistana. Em 1988 passou a se dedicar aos livros e fez sua estreia como escritor em 1990, com o lançamento de Chega de saudade: a história e as histórias da bossa nova .

É autor de biografias de Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda, reconstituições históricas sobre a bossa nova, o samba-canção e o Rio de Janeiro dos anos 1920, além de romances e obras sobre cinema e literatura. Em 2021, foi agraciado com o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL). No ano seguinte, foi eleito para ocupar a cadeira 13 da ABL .

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