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CAUSAS DA VIOLÊNCIA NO BRASIL E SUAS SOLUÇÕES.

Este é o resumo do artigo de 6 páginas que tem por objetivo apresentar as causas e as soluções que poderiam eliminar a violência no Brasil.

19/10/2023 às 23h09
Por: Colunista Fonte: Fernando Alcoforado*
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Foto: Reprodução internet
Foto: Reprodução internet

Cada vez mais, os meios de comunicação deixam explícito que o Brasil está crescentemente vulnerável à violência, obrigando-nos a constatar que ela invadiu todas as áreas da vida e das relações sociais do cidadão brasileiro. Segundo o jornal El País, o Brasil é o país que mais mata no século XXI. O agravamento da violência no Brasil resulta, entre outros fatores, do desemprego em massa e da evasão escolar, conforme constatou o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do governo federal. O horror do desemprego em massa sem precedentes na história do Brasil com cerca de 12,9 milhões de brasileiros desempregados e desalentados (força de trabalho potencial que não busca trabalho) e cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes de 11 a 19 anos que não estão frequentando a escola no território nacional explicam em grande medida a escalada da violência no Brasil.

Embora o Brasil esteja entre os onze países com o PIB mais alto do mundo, é o segundo país mais desigual do mundo com a segunda maior concentração de renda do planeta. O Brasil tem a 2ª maior concentração de renda do mundo, segundo relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado em dezembro de 2019. O Brasil está atrás apenas do Catar, quando analisado o 1% mais rico. Pesquisa comparativa liderada por Thomas Piketty, autor de O Capital no século XXI publicado em 2014, aponta que o Oriente Médio tem 61% da renda nas mãos de seus 10% mais ricos, seguido por Brasil e Índia, ambos com 55%, e a África Subsaariana, com 54%. A existência do desemprego em massa, da elevada evasão escolar e das desigualdades sociais resultam da incapacitação do Estado brasileiro provocada pelo modelo econômico neoliberal adotado por todos os governantes do País desde 1990 que tem sido o grande responsável por levar o País à devastação social na atualidade, acentuada desindustrialização do País, crise fiscal da União, Estados e Municípios, elevação desmesurada da dívida pública federal, o desemprego em massa e a excessiva concentração de renda que demonstram a inviabilidade do modelo econômico neoliberal implantado no Brasil.

Com a implantação do modelo econômico neoliberal, houve a  incapacitação do Estado brasileiro de investir em políticas sociais desde 1990 com sua transformação em estado mínimo para intervir o mínimo possível principalmente na economia do país e, também, em questões sociais. Com a introdução do modelo econômico neoliberal no Brasil de abertura da economia brasileira ao capital internacional e aos produtos importados houve, como consequência, o declínio econômico do Brasil que fez com que houvesse queda na arrecadação de tributos do governo federal e aumento do déficit público com a consequente incapacitação do governo brasileiro de realizar investimentos econômicos e sociais. Para financiar o déficit público, o governo federal se endividou excessivamente, resultando o aumento exponencial dos encargos com o pagamento de juros e amortização da dívida pública. Este fato fez com que cerca de 40% do orçamento da União tenha sido destinado ao pagamento dos juros e amortização da dívida pública, como ocorreu em 2019, por exemplo, quando o orçamento da União destinou 38,27% dos recursos do governo para pagamento dos juros e amortização da dívida pública e apenas 13,78% para gastos sociais.

O golpe de misericórdia contra o Estado brasileiro ocorreu com a imposição da política do teto de gastos governamentais adotado pelo governo Michel Temer e com a autonomia do Banco Central adotado pelo governo Jair Bolsonaro. Com o teto de gastos públicos, o Estado brasileiro ficou limitado em sua capacidade de promover investimento público devido à asfixia financeira em que ficou submetido e, também, com as taxas de juros maiores do mundo praticadas pelo Banco Central que contribuiu para aumentar a dívida pública e inviabilizar a capacidade do governo federal de adotar políticas econômicas, fiscais e monetárias, compatíveis com as necessidades do País. A insuficiência de recursos governamentais destinados às políticas econômicas e sociais no Brasil tem contribuído para o agravamento das desigualdades sociais, as quais têm proporcionado o tensionamento do ambiente social que contribui para o aumento da violência no País. O arcabouço fiscal do governo Lula aprovado pelo Congresso Nacional melhorou a situação ao admitir que o gasto do governo pudesse se elevar com o aumento da arrecadação de tributos. No entanto, não soluciona a crise fiscal do governo brasileiro porque não equaciona a questão central que são os elevados encargos do governo federal com o pagamento da dívida pública.

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Para eliminar a violência no Brasil, é preciso fazer com que o péssimo ambiente social existente no Brasil deixe de atuar de forma maléfica sobre as populações marginalizadas econômica e socialmente. Para que o ambiente social seja benéfico para as populações marginalizadas do Brasil, é preciso que seja adotado um novo modelo de sociedade que possibilite a superação do desemprego, da evasão escolar, das desigualdades sociais e uma convivência civilizada entre todos os seus habitantes que é o Estado de Bem Estar Social nacional desenvolvimentista. Este modelo de sociedade tem que ser nacional desenvolvimentista porque o Estado brasileiro assumiria o papel de indutor do desenvolvimento econômico e social e a abertura econômica com o exterior seria seletiva e o novo modelo a ser adotado no Brasil seria, também, de bem estar social similar ao Estado de Bem Estar Social existente nos países da Escandinávia (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia) para reduzir as crescentes desigualdades sociais. 

Para combater as desigualdades sociais, o desemprego, a evasão escolar e a extrema pobreza da população, o governo federal deveria assumir as rédeas da economia nacional abandonando o fracassado modelo econômico neoliberal para reativar a economia brasileira e o pleno emprego com a execução, de imediato, de um amplo programa de obras públicas de infraestrutura (energia, transporte, habitação, saneamento básico, etc) com a participação do setor privado para combater o desemprego em massa atual elevando os níveis de emprego e  a renda das famílias e das empresas para, em consequência, promover a expansão do consumo das famílias e das empresas resultantes, respectivamente, do aumento da massa salarial das famílias e da renda das empresas com os investimentos em obras públicas para fazer o Brasil voltar a crescer economicamente. Além disso, o governo federal deveria adotar a imediata auditoria da dívida pública seguida de renegociação com o alongamento do tempo de pagamento dos juros da dívida interna pública do país visando a redução dos encargos governamentais com o pagamento da dívida pública para elevar a poupança pública para investimento,  promover o aumento da arrecadação pública com a taxação das grandes fortunas, dos dividendos de pessoas físicas e dos bancos e a eliminação de gastos supérfluos em todos os poderes da República com a redução de órgãos públicos e de pessoal comissionado. Estas medidas contribuiriam para o governo federal dispor de recursos para reativar a economia e robustecer os programas sociais de combate às desigualdades sociais e a pobreza extrema.

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O combate à violência que se registra no Brasil deveria consistir, portanto, na adoção de estratégias emergenciais a curto prazo contemplando, de imediato, a recuperação da capacidade do Estado brasileiro para realizar investimentos econômicos e sociais e de reforço à ação policial de combate ao crime organizado. Para que isto aconteça, o governo federal precisa aumentar a arrecadação de tributos com a cobrança de imposto sobre dividendos (uma parcela do lucro das empresas distribuído aos acionistas), o aumento da tributação sobre a herança no Brasil (alíquota de 60%) e a taxação progressiva do estoque de capital que poderia incluir um imposto sobre a fortuna, bem como reduzir os encargos com o pagamento de juros e amortização da dívida pública renegociando com seus credores o alongamento do pagamento da dívida para o Estado brasileiro dispor de recursos para investimento em vários setores, inclusive no setor social. Só assim, o governo federal disporá de recursos necessários ao desenvolvimento de políticas sociais capazes de reduzir o desemprego, a evasão escolar e as desigualdades econômicas e sociais. A adoção destas estratégias são fundamentais para que o Estado brasileiro adote a curto, médio e longo prazos amplas medidas de justiça social e de educação que são as mais eficazes soluções para eliminar a violência no futuro no Brasil. A prática da justiça social com a adoção de políticas de bem-estar-social contribuiria decisivamente para a redução da violência no Brasil. Para fazer com que os seres humanos não pratiquem a violência, tenham comportamento construtivo e sejam capazes de mudar o mundo ao seu redor, é preciso, também, educá-los. Justiça social e educação são as armas mais eficazes para combater a violência no Brasil. Estas são, portanto, as medidas necessárias para eliminar a violência no Brasil. Não basta a ação policial para que a violência deixe de existir no Brasil.

Para assistir o vídeo, acessar o Canal Fernando Alcoforado do YouTube através do  website https://www.youtube.com/watch?v=u1VPS1MYzrY

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Para ler o artigo completo de 6 páginas em Português, Inglês e Francês, acessar os websites do Academia.edu <https://www.academia.edu/108231664/CAUSAS_DA_VIOLENCIA_NO_BRASIL_E_SUAS_SOLUCOES>,  <https://www.academia.edu/108231694/CAUSES_OF_VIOLENCE_IN_BRAZIL_AND_THE_NECESSARY_SOLUTIONS>  e <https://www.academia.edu/108231733/CAUSES_DE_LA_VIOLENCE_AU_BR%C3%89SIL_ET_LEURS_SOLUTIONS>, do SlideShare <https://www.slideshare.net/Faga1939/causas-da-violncia-no-brasil-e-suas-soluespdf>, <https://www.slideshare.net/Faga1939/causes-of-violence-in-brazil-and-the-necessary-solutionspdf>, e  <https://www.slideshare.net/Faga1939/causes-de-la-violence-au-brsil-et-leurs-solutionspdf>, do WordPress <https://wordpress.com/post/blogdefalcoforado.com/3811>, <https://wordpress.com/post/blogdefalcoforado.com/3814> e <https://wordpress.com/post/blogdefalcoforado.com/3817>  e do Linkedin <https://www.linkedin.com/pulse/causas-da-viol%2525C3%2525AAncia-brasil-e-suas-solu%2525C3%2525A7%2525C3%2525B5es-fernando-a-g-alcoforado-4bsxf%3FtrackingId=XnGaMWIAJxiHjTHtJ2t%252BoA%253D%253D/?trackingId=XnGaMWIAJxiHjTHtJ2t%2BoA%3D%3D>, <https://www.linkedin.com/pulse/causes-violence-brazil-necessary-solutions-fernando-a-g-alcoforado-pkakf%3FtrackingId=zmnids4sMRBBFkx8Dri0Yw%253D%253D/?trackingId=zmnids4sMRBBFkx8Dri0Yw%3D%3D> e <https://www.linkedin.com/pulse/causes-de-la-violence-au-br%2525C3%2525A9sil-et-leurs-solutions-alcoforado-u495f%3FtrackingId=qLNekQBQ5oPzNFeRi6pYTA%253D%253D/?trackingId=qLNekQBQ5oPzNFeRi6pYTA%3D%3D>.

  • Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017),  Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023) e A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023).
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Sobre Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona. Professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997),De Collor a FHC — O Brasil.
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