Apresentar as medidas necessárias para evitar a mudança climática catastrófica global. 1.5 ºC como limite do aumento da temperatura média do planeta foi mencionado no acordo, mas muito pouco foi feito para garantir que o aquecimento global ficará dentro destes limites. Os países não conseguiram chegar a um acordo para a redução gradual de todos os combustíveis fósseis. A transição das energias baseadas em combustíveis fósseis para energias renováveis como uma forma de resolver a atual crise climática não apresenta nenhum avanço. Um dos temas apontados como centrais para a COP 27 foi a crise de alimentos, mas a ação sobre este tema e sobre a natureza ficaram à margem do texto.
A COP 27 deixou claro o enorme desafio que o mundo tem que escalar para evitar a mudança climática catastrófica global. Percebe-se que, apesar dos esforços desenvolvidos com a COP 27 para evitar o agravamento da mudança climática global, os resultados obtidos até o momento demonstram que os esforços têm sido insuficientes para o alcance dos objetivos haja vista que cada um dos últimos oito anos foi mais quente do que todos os registros conhecidos até agora, de acordo com um relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial). As concentrações de CO2 na atmosfera são tão altas que a meta de 1,5°C é quase inatingível. As emissões de metano, por exemplo, gás com grande efeito estufa, aumentaram drasticamente em 2021.
Uma importante questão não tratada na COP 27 e que a COP 28 deveria considerar é o fato de que há grandes desigualdades nas emissões de gases do efeito estufa pela população mundial haja vista que as populações dos países ricos são os maiores poluidores razão pela qual deveriam pagar impostos sobre o carbono mais do que o restante da população mundial. A COP 28 deveria adotar políticas climáticas visando taxar mais os poluidores ricos, ou seja, os 10% da população mundial que são responsáveis por 40% da emissão dos gases do efeito estufa e menos os 50% da população pobre do mundo que responde por 12% da emissão dos gases do efeito estufa.
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra e da humanidade, numa época em que é preciso escolher o melhor caminho a ser seguido rumo ao futuro. À medida que o mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, a humanidade enfrenta ao mesmo tempo grandes perigos em relação ao seu futuro. Devemos reconhecer que no meio de uma magnífica diversidade de culturas e modos de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos unir forças para criar uma sociedade global sustentável baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e na cultura da paz para evitar a mudança climática catastrófica global. Para chegar a esse propósito, é imperativo que todos nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade para com cada um e para com todos, visando a continuidade da vida no planeta e das futuras gerações.
A verdadeira solução dos problemas relacionados com a mudança climática global só acontecerá quando houver profunda transformação da sociedade atual. A insustentabilidade do modelo atual de desenvolvimento capitalista é evidente, uma vez que tem sido extremamente destrutivo das condições de vida no planeta. Diante disso, é imperativo substituir o atual modelo econômico dominante em todo o mundo por outro que leve em conta o homem integrado ao meio ambiente, com a natureza, ou seja, o modelo de desenvolvimento sustentável. Isto precisa ser considerado na próxima COP 28.
Por fim, é importante considerar na próxima COP 28 a necessidade da construção de um sistema de governança no planeta Terra capaz de garantir que o meio ambiente do planeta não seja ameaçado por mudanças climáticas catastróficas e contribua para que as relações internacionais que pioram a cada dia não alimentem a proliferação de guerras. Sem a existência de um sistema de governança no planeta Terra que assegure a defesa do meio ambiente e a paz mundial, a humanidade não reverterá a mudança climática que tende a ser irreversível e catastrófica.
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* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.
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