Moradores da comunidade quilombola de Lagoa dos Patos, no distrito de José Gonçalves, tiveram uma manhã diferente nesta terça-feira (29), quando puderam dançar e cantar ao som do atabaque e apreciar uma roda de capoeira do grupo Arte e Movimento, além de usufruírem de serviços oferecidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Rural, a exemplo do CadÚnico.
Essa foi mais uma ação do Novembro Negro, que marca a importância de discussões e ações de combate ao racismo e às desigualdades sociais. O secretário de Desenvolvimento Social, Michael Farias, participou da ação e comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelo povo negro, e principalmente, pela população que vive nas comunidades quilombolas, em acessar serviços que os governos têm a oferecer. “Por isso, ao invés de realizar atividades do Novembro Negro só na cidade, optamos por vir até aqui vivenciar essa ancestralidade que faz parte de todos nós enquanto brasileiros”, disse.
“Trago o abraço da prefeita Sheila Lemos, que, junto com toda a nossa equipe, está comprometida em pensar uma maneira de facilitar o acesso de vocês às políticas públicas. É um direito de vocês, é uma responsabilidade nossa”, declarou o secretário de Desenvolvimento Social aos presentes.
Focado nesta atenção as comunidades rurais, Michael revelou que, no próximo ano, o Governo Para Pessoas lançará um programa voltado para este público. A partir do que se ouviu dos presentes na roda de samba – que se tornou uma roda de conversa nesta manhã -, o secretário se comprometeu a incluir, no programa e nas ações do Cras, atividades que resgatem culturas de matrizes africanas, a exemplo da capoeira, maculelê e cantigas de roda.
E por falar nas cantigas, Clarice de Jesus Pereira, de 57 anos, nascida e criada em Lagoa dos Patos, relembrou uma canção ensinada por sua primeira professora, que na entrevista ela fez questão de citar: Anita Aguiar. “Recordei minha infância. É muito importante ter esses momentos”, resumiu.
O lavrador Paulo Nascimento, de 70 anos, aproveitou a ação para fazer o NIS – Número de Identificação Social. “Dependendo do horário, você pega até duas conduções para Conquista, então foi importante, foi bom eles virem aqui”, disse o morador de Lagoa dos Patos.
O Novembro Negro começou com uma caminhada no dia 19 e contou com palestras e oficinas, além de apresentações culturais de grupos de hip hop, Grupo Xorokê, capoeira e afoxé, e uma oficina de turbante, ao longo da última semana.
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