ACM Neto, procurando se colocar à margem da disputa entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela presidência do Brasil. Como candidata a vice foi escolhido o nome da empresária Ana Coelho, do Republicanos (PRB), e a candidatura do deputado federal Cacá Leão (PP) ao Senado.
Cientistas políticos consideram essa estratégia de estadualizar a campanha, não trazendo a disputa presidencial para o debate e evitando que a polarização nacional penetre na Bahia, muito inteligente por parte do candidato.
“Nos últimos anos vimos os investimentos indo embora, vimos empresas fecharem as suas portas. E vimos o governador de braços cruzados enquanto outros estados no Nordeste, como Pernambuco e Ceará, crescerem muito mais do que cresceu a Bahia. É hora de levar adiante um grande programa de industrialização no interior da Bahia para retomar esse protagonismo”, declarou ACM Neto.
"Minha principal bandeira de campanha é a convicção de que a Bahia precisa passar por um processo de mudança. Quando olhamos as principais questões da Bahia a gente enxerga problemas. Os que estão aí há 16 anos tiveram muitas chances e a situação real é que a Bahia é campeã nacional em violência e último lugar na educação”, alfinetou ACM Neto.
Neto afirma que infelizmente a Bahia é campeã nacional de desemprego, segundo dados citados pelo IBGE, desde 2017 é campeã nacional do número de homicídios, e não está apenas em último lugar na educação a distância durante a pandemia, mas também é o último lugar em qualidade do ensino pelos dados do Ideb da rede pública Estadual de Ensino Médio.
A Bahia ainda tem, segundo ele, problemas seriíssimos na saúde pública. “Essas são as questões que interessam aos baianos, alguns candidatos aqui falam mais nos seus padrinhos políticos do que de si próprio. No meu caso eu tenho meu padrinho povo da Bahia a nossa discussão tem a ver com o futuro do Estado”, sentenciou.
Neto do ex-prefeito de Salvador, ex-governador da Bahia e ex-senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), Antonio Carlos Magalhães Neto é o herdeiro político do chamado “carlismo” – como ficou conhecido o movimento de apoio a seu avô. Assim sendo, Neto decidiu fortalecer a memória afetiva dos eleitores baianos ao adotar o jingle da campanha do avô para o governo da Bahia, em 1990, "ACM, Meu Amor".
Além da possibilidade do retorno da família Magalhães ao Palácio da Ondina, uma eventual eleição de ACM Neto também significaria o fim da hegemonia de 16 anos do PT na Bahia.
ACM Neto começou cedo na política, com 20 anos, ao assumir o cargo de assessor da Secretaria de Estado da Saúde da Bahia, durante o mandato de César Borges (na época, do PFL). Ele deixou o órgão em 2002 e foi eleito deputado federal, sendo reeleito em 2006 e 2010. Especialmente a partir do segundo mandato na Câmara, tornou-se uma das vozes mais combativas na oposição aos governos de Lula e do PT.
Disputou a prefeitura de Salvador em 2008, mas não chegou ao segundo turno. Tentou novamente em 2012, desta vez com sucesso, derrotando Nelson Pelegrino (PT). Em 2016, foi reeleito com uma votação estrondosa (74%), ainda no primeiro turno. Quatro anos depois, deixou a prefeitura da capital baiana com altíssima aprovação e elegeu o sucessor, Bruno Reis, com mais de 64% dos votos.
A candidata a vice de ACM Neto, Ana Coelho, é dirigente do Grupo Aratu, proprietário da TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia. Publicitária de formação, é presidente da Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP). Ela é esposa do deputado estadual Tiago Correia (PSDB).
"Me senti honrada pela oportunidade de poder ser a primeira mulher vice-governadora da Bahia. Precisamos de mais protagonismo. Tenho estudado questões de educação e segurança, mas a bandeira da representatividade feminina é uma que pretendo ouvir, trabalhar e defender", afirmou.
Ficha do candidato
Nome: ACM Neto
Vice: Ana Coelho
Partido: União Brasil
Idade: 43 anos
Data de nascimento: 26/01/1979
Ocupação: Advogado
Grau de Instrução: Superior completo.
Estado Civil: Casado
Município de nascimento: Salvador/BA
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