Visando aquecer a economia com o turismo após tempos de isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19, o governo argentino liberou a entrada de turistas brasileiros sem necessidade de testes, desde que o viajante apresente comprovante de vacinação contra a Covid-19.
A resolução, publicada no Diário Oficial em 26 de janeiro, estende aos turistas brasileiros e sul-americanos as mesmas medidas vigentes aos argentinos e residentes. Com isso, brasileiros com esquema vacinal completo, que tenham recebido a última dose há mais de 14 dias, também ficarão isentos de cumprir a quarentena preventiva.
“A Argentina quer facilitar a entrada dos brasileiros, os turistas estrangeiros que mais visitam e que gastam mais dinheiro no país”, afirma Peter Marks, sócio e diretor de tecnologia da Brasileiros em Ushuaia, empresa que atua com atividades turísticas na Patagônia.
Para Marks, as mudanças nas exigências de entrada de turistas na Argentina, com a dispensa da apresentação de teste PCR negativo, mostram que a crise sanitária está cada vez mais controlada no país vizinho, no Brasil e no mundo. “A medida terá um impacto no ingresso de brasileiros na Argentina, pois facilitará para o turista entrar e sair do país”.
O especialista destaca que, mesmo com o relaxamento das medidas, há elementos obrigatórios para quem deseja viajar para a Argentina, como o seguro saúde, que deve cobrir serviços de internação, isolamento e transporte médico em casos de Covid-19.
“Além de ser uma exigência, contar com uma opção que garanta atendimento médico em uma viagem ao exterior é essencial para proteger o viajante e o país visitado de possíveis problemas médicos de todos os tipos - não somente de Covid-19”, afirma. “Por isso, o seguro saúde é uma alternativa para viajar para a Argentina e outros países da América do Sul, considerando fatores como novas variantes e síndromes gripais”.
Medidas para menores de idade e não vacinados
O sócio e diretor de tecnologia da Brasileiros em Ushuaia ressalta que, conforme as atualizações recentes, menores de idade não precisarão mais cumprir a quarentena na Argentina, mesmo sem a apresentação da carteira de vacinação com esquema vacinal completo para Covid-19.
“Ainda assim, as autoridades recomendam que crianças e adolescentes se abstenham de atividades coletivas na primeira semana após o desembarque”, explica.
Por outro lado, complementa, os menores de idade ficam obrigados a realizar o exame para Covid-19 com 72 horas de antecedência à viagem, sendo que as despesas para a execução do teste ficam a cargo do turista. “Segundo os novos protocolos, os menores de seis anos de idade ficam desobrigados de apresentar o exame negativo e de cumprir a quarentena”.
Para os não vacinados contra a Covid-19, permanece a exigência quanto ao cumprimento de todos os requisitos já exigidos, como o exame negativo, cumprimento de quarentena e posse de seguro de saúde.
“Nesses casos, as autoridades argentinas também requerem que os turistas tenham em mãos um certificado médico que comprove a isenção do dever de se vacinar contra a Covid-19”, informa. “Vale destacar que, para brasileiros, o documento deve incluir o aval da autoridade sanitária do Brasil, além de certificação consular da Argentina”.
Argentina vive retomada do turismo
De acordo com o sócio e diretor de tecnologia da Brasileiros em Ushuaia, o mercado de turismo para a Argentina sofreu um impacto ao longo destes quase dois anos de pandemia. “A Argentina ficou a maior parte do tempo com as fronteiras totalmente fechadas e, após a abertura total, em 30 de setembro de 2021, o turismo só vem crescendo, mês após mês”.
Dados da Decolar, empresa líder de viagens na América Latina, indicam que a procura de turistas brasileiros por viagens à Argentina aumentou 30% em abril, em relação ao mês de março - o levantamento considera a busca por passagem aérea nos canais de vendas (site e app) da empresa.
Segundo Marks, o avanço recente da variante ômicron não interferiu no turismo para o país vizinho: "Ushuaia, em particular, vê seus turistas aumentarem todos os meses, em sua maioria europeus, com a chegada de, em média, dois a três cruzeiros por dia, fora a entrada de viajantes por vias aérea e terrestre”.
O especialista destaca que, para além do turismo aos lugares remotos da Argentina, como a Patagônia, o país como um todo foi impactado com a pandemia de Covid-19. “A crise sanitária afetou o turismo em geral na Argentina. A economia já é fraca e a pandemia se agravou ainda mais, por isso a flexibilização para turistas brasileiros e sul-americanos é tão importante para eles”.
Para mais informações, basta acessar: https://www.brasileirosemushuaia.com.br/
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