Educar exige dedicação e comprometimento, por isso, a Escola Estadual de Tempo Integral Professora Ruth dos Santos Almeida, no bairro do Tenoné, em Belém, tem implementado práticas pedagógicas inovadoras para fortalecer e aprimorar o ensino-aprendizado dos estudantes com o desenvolvimento de projetos que unem Educação Ambiental e Projeto de Vida de forma prática, colaborativa e interdisciplinar.
Na unidade escolar, os projetos de educação ambiental são mais do que atividades escolares, são ferramentas de cidadania, sustentabilidade e protagonismo juvenil. Os estudantes - do Ensino Fundamental ao Médio - estão envolvidos em projetos como a Horta Escolar, o Jardim Medicinal, a Compostagem e a Química Verde. Essas iniciativas são trabalhadas em espaços ao ar livre, construídos pelos próprios estudantes.
Segundo a gestão da escola, mais do que atividades pontuais, as ações são experiências vivas e contínuas, onde o conhecimento popular se entrelaça com o saber científico, valorizando a cultura local e fortalecendo a autonomia dos estudantes.
Desenvolvimento de atitudes sustentáveis
A professora de Filosofia, Roseane Gomes, acredita que os projetos ultrapassam os muros da escola com a conscientização da comunidade. “Os projetos propiciam a valorização do meio ambiente, e o papel que cada cidadão tem com a sustentabilidade”, disse a educadora.
Na Horta Escolar, por exemplo, os alunos cultivam hortaliças de forma natural e aprendem sobre agricultura sustentável, nutrição e responsabilidade ambiental. Já no Jardim Medicinal, ervas como hortelã, capim-limão e cidreira são plantadas e estudadas, muitas trazidas pelas próprias famílias dos alunos, o que reforça o vínculo entre escola e comunidade. A partir das plantas, os estudantes desenvolvem produtos ecológicos, como velas aromáticas feitas com essências naturais — resultado de pesquisas empíricas e acadêmicas realizadas por eles mesmos.
A base para o sucesso dessas produções está nos projetos de Compostagem e Química Verde, que fornecem os nutrientes necessários ao solo e promovem a criação de biofertilizantes e defensivos naturais, reduzindo o impacto ambiental e ensinando ciência de forma aplicada, explica o professor Artur Silveira. “Os projetos estão conectados como uma cadeia: um alimenta o outro, e todos juntos constroem uma educação mais significativa, integrada e consciente”, destacou.
A estudante da 2ª série do Ensino Médio, Sarah Moura, afirma que participar das iniciativas é um convite ao autoconhecimento. “Me envolvi com o projeto do Jardim e hoje penso e começo a decidir qual carreira acadêmica devo seguir. Estar aqui me faz querer aprender mais e entender o impacto das minhas escolhas no mundo”, compartilhou.
O professor de Matemática, Antônio Sales, afirma que “a pedagogia de projetos rompe com a lógica” e mostra aos estudantes que “a educação não se limita à sala de aula, ela está no fazer, no plantar, no cuidar e no transformar.”
“Como gestora, acho de suma importância para o desenvolvimento dos alunos, tanto o Projeto de Vida, quanto na Educação Ambiental e PPA. As práticas e pesquisas realizadas na comunidade servem de base para o aprendizado. É gratificante ver o quanto os alunos estão avançando”, celebra a diretora da escola, Alba Freitas.
Ensino voltado para autonomia e consciência cidadã
As escolas estaduais de ensino integral mantêm jornada de 9 horas diárias e 45 horas semanais ou 7 horas diárias e 35 horas semanais. A jornada integral proporciona mais recursos para o desenvolvimento do estudante, a fim de formar indivíduos autônomos, solidários e competentes. As escolas com jornada integral também garantem aos estudantes três refeições diárias (almoço e dois lanches).
“Esse é um modelo que melhora muito o aprendizado dos novos estudantes, garantindo maiores oportunidades de desenvolvimento pessoal e realização de seus projetos de vida. Não é só ter mais tempo na escola; é contar com um suporte pedagógico robusto, com projetos, clubes e outras ações que potencializam o processo de ensino. Além disso, os estudantes do ensino integral geram maiores vínculos com a escola, o corpo docente e outros estudantes, fortalecendo o pertencimento e, consequentemente, aprendendo mais”, explicou Rossieli Soares, secretário de Estado de Educação do Pará.
Para 2025, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) efetivou mais 49 unidades que adotaram o Programa de Ensino Integral (PEI), totalizando 161 escolas com esse modelo pedagógico.
Além do aumento no número de escolas, o impacto positivo dessa expansão é claramente visível no crescimento das matrículas. Em 2018, as escolas na modalidade integral no Pará atendiam 6 mil alunos; em 2025 houve um salto para 48 mil matrículas, um aumento oito vezes maior na capacidade de atendimento. Um resultado que reflete o compromisso do Estado em proporcionar mais oportunidades aos estudantes, com o acesso a uma educação integral de qualidade.
Com essa expansão, o Pará consolida um modelo de educação que busca a equidade e a excelência, garantindo que mais estudantes tenham acesso a uma formação educacional integral que prioriza o conhecimento e o desenvolvimento humano.
Educação Ambiental
A Seduc oferece, desde o primeiro bimestre de 2024, o componente de Educação Ambiental em todas as etapas do ensino, de forma obrigatória nas escolas estaduais. Este componente pode ter a adesão dos Municípios, alicerçada na Política de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima.
A Seduc destaca que o conteúdo ambiental torna o Pará pioneiro na garantia de um componente curricular obrigatório de sustentabilidade, o que incentiva a participação e o engajamento de alunos nas discussões sobre agenda fundamentais no contexto do Pará, como sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), no ano de 2025.
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