A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) alerta que a utilização inadequada de defensivos agrícolas, também conhecidos como agrotóxicos, pode causar prejuízos a mananciais, como rios, riachos e nascentes, e impactar negativamente o acesso à água potável. Isso porque o contato dos produtos químicos com os corpos hídricos é capaz de inviabilizar o tratamento da água conforme parâmetros e padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Sem o devido controle e manejo, os resíduos gerados a partir do uso dos pesticidas, armazenados na superfície de folhas de plantações e no solo, podem ser levados pela força da água da chuva até a calha de rios, por exemplo, prejudicando a saúde do manancial. “Então, compromete-se a qualidade da água com uma certa contaminação desses defensivos. Nem todo rio tem capacidade de depurar esses resíduos e eliminá-los. Por isso, é necessário ter consciência e realizar a aplicação desses produtos seguindo a legislação”, explicou o coordenador de Preservação de Mananciais e Segurança de Barragens (Cops) da Deso, Luiz Carlos Sousa Silva.
Importantes para proteger as lavouras de insetos, plantas daninhas e doenças que afetem o ciclo de uma cultura, quando empregados de maneira inapropriada, os agrotóxicos podem ser especialmente danosos a regiões que dependem de apenas um manancial para o fornecimento de água potável. De acordo com Luiz, caso o corpo hídrico tenha um elevado nível de contaminação, a estação de tratamento de água (ETA) não terá condições de torná-la adequada para consumo humano, até que haja uma redução das impurezas químicas ou descontaminação.
Ações
A fim de reduzir riscos e impactos em potencial aos recursos hídricos do estado, a Deso desenvolve ações de educação ambiental que visam conscientizar a população sobre o uso regular não apenas dos defensivos agrícolas, mas dos itens utilizados no manejo dos produtos. Artigos com resíduos de pesticidas são capazes de contaminar corpos de água ao, por exemplo, entrarem em contato direto com rios, ou mesmo quando descartados de modo impróprio.
“Quando realizamos atividades para explicar o ciclo hidrológico por meio de nossos projetos sociais e de educação ambiental, seja em comunidades, audiências públicas ou reuniões comunitárias, também tratamos da importância da utilização adequada dos implementos agrícolas e dos seus recipientes, pois podem alterar totalmente o sistema de tratamento”, frisou o gerente Socioambiental (Gesa) da Deso, Mário Léo de Oliveira.
Além disso, a corporação promove o ‘Deso + Verde’, programa de doação de mudas arbóreas de vegetação nativa a instituições públicas, organizações sociais, entidades privadas e pessoas físicas. O objetivo é contribuir para o reflorestamento do estado e proteger e recuperar as matas ciliares, aquelas que ficam às margens dos mananciais e que são cruciais para a qualidade e volume de água das fontes hídricas. Em cerca de cinco anos, já foram doadas mais de 115 mil mudas, com meta de chegar a 200 mil.
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