Segundo Gavin Menzies, a gênese do Renascimento e da Revolução Científica do século XIV ao século XVIII na Europa e da descoberta da América em 1492 pelos europeus ocorreram graças à contribuição do Império do Meio, a China. Gavin Menzies descreve um aspecto particularmente iníquo do Eurocentrismo de se apropriar dos avanços científicos do Oriente e muitos deles considerá-los como de sua realização, bem como não reconhecer que os chineses descobriram a América antes de Colombo. Menzies mostra que houve uma expropriação dos avanços científicos do Oriente pela Europa Ocidental e imposta ao resto do mundo que é refletido na visão amplamente difundida e falsa entre intelectuais e historiadores ocidentais de que uma das instituições-chave dos tempos modernos, como a ciência, foi inventada na Europa. Na realidade, a ciência foi uma invenção dos muçulmanos árabes e e chineses e apropriada pelos europeus. Isto significa dizer que a história da humanidade precisa ser reescrita.
A leitura do livro 1434 de Gavin Menzies, ex-oficial da marinha britânica na década de 1960, que tem como subtítulo “O ano em que uma magnífica frota chinesa velejou para a Itália e deu início ao Renascimento”, permite constatar que tanto o Renascimento quanto a Revolução Científica e a descoberta da América se realizaram efetivamente com a contribuição chinesa. O objetivo da expedição chinesa comandada pelo almirante Zheng He era o de ir "até o fim do mundo coletar tributos dos bárbaros espalhados pelo mar". O propósito da expedição de Zheng He era o de instruir os países estrangeiros distantes a fim de demonstrar deferência e submissão à China. Segundo Menzies, para instruir os países estrangeiros, a expedição do almirante Zheng He levou uma enciclopédia Yongle Dadian concluída em 1421 composta de 11.095 livros que compilaram todo o saber chinês dos dois mil anos anteriores cobrindo todos os assuntos do planeta. Menzies afirma que a enciclopédia Yongle Dadian abrangia assuntos como geografia e cartografia, agricultura, engenharia civil e militar, guerra, saúde e medicina, construção e planejamento de cidades, aço e siderurgia, queima e pintura de cerâmicas, bioquímica, enxertos, produção de álcool, produção e tecelagem de seda, fabricação de pólvora, construção naval e criptografia.
Há capítulos da enciclopédia Yongle Dadian que dão conselhos práticos de como usar trigonometria, nada menos do que 95 tratados matemáticos são mencionados e a criptoanálise que consiste no uso da matemática para decifrar códigos. Segundo Menzies, todo o saber chinês levado ao conhecimento de governantes e personalidades da Itália teria dado início à inventividade ocorrida durante o Renascimento e a Revolução Científica, inclusive à genialidade de Da Vinci, Copérnico, Galileu e muitos outros que tiveram acesso aos saberes chineses. Gavin Menzies constatou o plágio científico praticado por vários personagens como foi o caso de Leonardo da Vinci, considerado um dos maiores gênios da humanidade, senão o maior, que impressiona o mundo até hoje com seus desenhos de invenções fantásticas e máquinas mirabolantes de quase 500 anos atrás que teria plagiado com seus desenhos copiados de originais chineses por outros italianos e por ele aperfeiçoados, cujo maior mérito foi realmente o de da Vinci ter sido um bom ilustrador. Há quase duas décadas, no entanto, uma história alternativa da “descoberta das Américas” passou a ser considerada ao contrário do consenso historiográfico que atribui a Colombo a descoberta da América. Passou-se a admitir que frotas encabeçadas por dois almirantes chineses, Zhou Man e Hong Bao, haviam navegado da África até a foz do Rio Orenoco, na atual Venezuela, descendo depois por toda a costa do continente até o Estreito de Magalhães, ao sul da América do Sul, ainda no ano de 1421, portanto, 71 anos antes da viagem de Cristóvão Colombo.
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* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação e da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.
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