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BPES libera materiais de Carmélia Maria de Souza na Midiateca Capixaba

Manuscritos, cartas, crônicas datilografadas, bilhetes, comandas de bar e declarações de amor da escritora capixaba Carmélia Maria de Souza estarão...

12/02/2025 às 14h43
Por: Redação Fonte: Secom Espírito Santo
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Foto: Reprodução/Secom Espírito Santo
Foto: Reprodução/Secom Espírito Santo

Manuscritos, cartas, crônicas datilografadas, bilhetes, comandas de bar e declarações de amor da escritora capixaba Carmélia Maria de Souza estarão disponíveis na área da Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES) na Midiateca Capixaba, a partir desta quinta-feira (13), data em que se completam 51 anos da morte da autora, aos 38 anos.

Além do lançamento do material, os 51 anos da morte serão marcados pela estreia do quadro Crônicas de Carmélia, na Rádio Espírito Santo FM, em que amigos da cronista leem trechos de suas crônicas e relembram a convivência com ela.

O quadro, uma parceria da BPES com a 89.1 FM, terá veiculações em intervalos regulares da emissora pública capixaba.

“A Midiateca é uma importante ferramenta de preservação e difusão do acervo cultural e artístico do nosso Estado. Ter um material raro e revelador de uma de nossas maiores cronistas como parte deste acervo é motivo de grande alegria. O resgate inédito promovido pela parceria com a Espírito Santo FM completa a merecida homenagem”, avalia o secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha.

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As homenagens apresentam um lado menos conhecido da escritora e revelam o jeito de ser e pensar que moldaram seu trabalho. “Ver Carmélia Maria de Souza pelo olhar dela mesma nos materiais pessoais agora disponibilizados e pelo olhar de gente que conviveu de perto com ela nos permite aprofundar a compreensão sobre sua obra”, avalia a gerente de Formação, Livro e Leitura da Secretaria da Cultura (Secult), Ana Laura Nahas.

Memórias

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Na atração da Espírito Santo FM, amigos como a escritora Bernadette Lyra, os jornalistas Rubinho Gomes e Sandra Medeiros, o historiador Fernando Achiamé, o radialista Oswaldo Oleari, o produtor cultural Rogério Coimbra e o músico Afonso Abreu leem trechos de crônicas e relembram a autora.

“Mais do que ouvir as palavras da escritora, propomos um momento de escuta para os afetos que envolvem as suas escritas, no plural. Porque Carmélia escrevia com as mãos, mas também escrevia com o próprio corpo. É possível escutar esse corpo, na voz daqueles que testemunharam as vozes de Carmélia. Cada episódio tem cerca de cinco minutos e traz a leitura de uma crônica, atravessada por memórias e reflexões dos convidados. Acreditamos que essa programação atualiza a presença de Carmélia na medida em que age sobre corpos vivos e pulsantes agora: seus textos, suas memórias, esta ilha, seus amigos”, defende o gerente da Rádio Espírito Santo FM, Daniel Castanheira.

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Os materiais agora digitalizados apresentam as origens da visão de mundo que a chamada “Cronista do Povo” expressava nas crônicas de forma livre e autêntica. Os originais fazem parte da coleção pessoal da jornalista Mariângela Pelerano e foram cedidos à BPES pela escritora Kátia Fialho, ocupante da cadeira que homenageia Carmélia Maria de Souza na Academia Cariaciquense de Letras (ACL).

“Intermediar o acesso de toda a sociedade capixaba a esse material tão rico, simbólico e precioso é uma honra e um privilégio. Foi a leitura de Vento Sul que me trouxe ao caminho da escrita e poder fazer memória do legado de Carmélia. É uma missão que tenho abraçado de forma perene em minha carreira, tanto como escritora quanto como embaixadora para o livro, leitura e diversidade da Humaniza Brasil”, afirma Katia Fialho.

Vida e obra

Nascida em 1936, na Fazenda Rodeio, em Rio Novo do Sul, no Espírito Santo, Carmélia Maria de Souza é reconhecida por sua escrita direta, confessional, afetuosa e irônica. Seu amor pela vida, pela boemia e pela cidade de Vitória transparecia em suas crônicas, onde cunhou a icônica frase “Esta ilha é uma delícia”.

Além de escritora, foi servidora pública e jornalista, atuando no Museu Solar Monjardim, na biblioteca da Faculdade de Filosofia de Vitória (FAVI) e nos periódicos Sete Dias, O Diário, Vida Capixaba, A Tribuna, A Gazeta, O Debate e Jornal da Cidade.

Carmélia morreu de embolia pulmonar antes de completar 38 anos, em 13 de fevereiro de 1974. Em 2002, parte dessas crônicas foi reunida postumamente no livro “Vento Sul”.

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