A Arquitetura movimenta o mercado dos materiais de construção que, segundo o índice da ABRAMAT — Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção —, mostrou-se estável em fevereiro e com expectativa de otimismo moderado em março e de performance regular para o mês de abril. “Todo empresário sabe o quanto é desafiador se manter no mercado, se reinventar todos os dias e vencer também no período pós-pandemia, ou seja, sobreviver aos tempos de vacas gordas e de vacas magras”, afirma a arquiteta Renata Pisani que possui escritório de arquitetura há 20 anos no mercado.
Em março, a utilização da capacidade fabril da indústria de materiais de construção foi de 71%, 2 pontos percentuais abaixo em relação a fevereiro de 2022, e 9 pontos percentuais a menos do que em março de 2021, mas em patamar similar ao período pré-pandemia, segundo dados da ABRAMAT. De acordo com Renata Pisani, o período de pandemia foi o de maior crescimento do escritório e de busca realmente pela Arquitetura, ou seja, de pessoas procurando terrenos maiores e com conexão com a natureza. “Tivemos a oportunidade de projetar muitas casas legais, apresentando o nosso trabalho de arquitetura biofílica, trazendo o verde para dentro das construções”, disse.
Arquitetura para os fortes
Apesar de a Arquitetura ter ganhado ainda mais destaque e importância na vida das pessoas no período de pandemia em que elas tiveram que olhar para dentro de suas casas, ainda assim, para fechar um projeto de construção ou de reforma, é preciso negociar com pedreiros, empreiteiros, fornecedores e clientes. Por isso, Renata Pisani é pontual em dizer que na Arquitetura só ficam os fortes. “Eu costumo dizer que o projeto é o namoro, onde a gente acha tudo um sonho, e a obra é o casamento onde a gente enfrenta todas as dificuldades e busca soluções para os conflitos”, disse. “O arquiteto é um grande maestro de mais ou menos 30 fornecedores diferentes dentro de uma obra, orquestrando mais de nove mil detalhes, tudo milimetricamente projetado e executado”, disse.
A Arquitetura é uma profissão desafiadora onde se mexe com os sonhos e expectativas dos clientes e, assim como em qualquer profissão, o arquiteto também enfrenta a necessidade do imediatismo. “Todo mundo quer tudo para ontem, mas na arquitetura a gente precisa tempo, pois quando tudo é bem planejado, as chances de ser bem-sucedido também são bem maiores”, disse, referindo-se ao tempo de 3 a 6 meses necessários para o planejamento de projeto, orçamentário e de execução.
Segundo Renata Pisani, a experiência no mercado da Arquitetura engloba relacionamento com fornecedores, atendimento e convivência com os clientes. “A gente entra na casa do cliente e sonha junto com ele. Todo o projeto que sai do papel e vira uma realidade é muito importante. Eu posso dizer que existem dois momentos marcantes, quando a gente finaliza o 3D, que é a visualização do sonho do cliente e o momento em que a gente entrega a obra concluída”, afirma.
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