Cerca de 1.100 pessoas morrem por dia no Brasil devido a doenças cardiovasculares, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Isso representa cerca de 400 mil mortes no país por conta de doenças cardiovasculares, o que torna este tipo de enfermidade a maior causadora de óbitos no Brasil.
Pessoas com fatores de risco (como comorbidades e maus hábitos) ou idosos são as mais propensas a ter este tipo de doença. Os principais sintomas de problemas cardiovasculares são dor no peito e falta de ar.
Segundo Dra. Marcella Leite de Mattos Miranda, médica cardiologista, o crescimento de mortes por problemas cardiovasculares está atrelado ao aumento de fatores de risco. “Esse crescimento está basicamente relacionado ao aumento dos fatores de risco como obesidade, elevação do colesterol, diabetes e hipertensão mal controlados, associados a hábitos pouco saudáveis como tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, sono ruim, sedentarismo, entre outros”, explica a médica.
A especialista acredita também que o estilo de vida moderno e os desafios socioeconômicos contribuem significativamente para esse cenário alarmante.
Comparação com outras causas de mortalidade
Ainda segundo dados da SBC, as doenças cardiovasculares são responsáveis pelo dobro das mortes causadas por todos os tipos de câncer juntos. Em relação às mortes por causas externas (acidente ou violência), as doenças cardíacas matam 2,3 vezes mais.
Se comparadas às doenças respiratórias, as doenças cardiovasculares são responsáveis por três vezes mais óbitos. E em comparação às mortes por doenças infecciosas (como a AIDS), a diferença passa a ser 6,5 vezes maior.
Conscientização e prevenção
Dra. Marcella Leite aponta que o maior desafio para combater doenças cardiovasculares está na conscientização da população em geral sobre a necessidade da prevenção cardiovascular, como a importância de consultas de rotina, além da melhora dos hábitos alimentares e a prática de atividade física.
“Muitos pacientes não procuram atendimento, ou interrompem e abandonam o acompanhamento cardiológico com o passar dos anos. Educação em saúde e políticas públicas voltadas para a promoção da saúde cardiovascular são fundamentais para reverter essa situação”, pontua a cardiologista.
A especialista reforça que a consulta com cardiologista precisa ser enxergada como uma consulta preventiva e que investimentos em pesquisa e inovação tecnológica na área cardiovascular são essenciais para desenvolver novas estratégias de prevenção e tratamento.
“Uma vez que as doenças, na maioria das vezes, se iniciam de forma silenciosa, o diagnóstico precoce e o tratamento direcionado trarão benefícios lá na frente, melhorando a qualidade e expectativa de vida, bem como reduzindo o risco, por exemplo, de infarto, arritmias, AVCs, e outros”, explica Dra. Marcella Leite.
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