“Faça o que falo, mas …”
O cantor do “sertanojo infato-pornográfico”, Eduardo Costa, que já se declarou bolsonarista por diversas vezes e também um severo crítico contra a Lei Rouanet, é mais um daqueles que gosta de seguir o ditado “façam o que falo, mas não faça o que eu faço”! Esta semana veio a público a informação de que uma das empresas do “cantador” está na fila para conseguir captação de recursos junto à Lei Rouanet que já foi tão atacada por bolsonaristas mil.
Rouanet.
A Lei Rouanet, que homenageia o diplomata e filósofo Sérgio Paulo Rouanet (criador desta ideia), passou a existir desde o final do ano de 1991, quando o Brasil era presidido pelo então caçador “fake” de marajás, o direitista e neoliberal Fernando Collor de Mello. A ideia da legislação consta que cada empresa que investe recursos em eventos artístico-culturais possa ter o direito de deduzir parte deste dinheiro aplicado para o fomento da cultura nacional e regionais junto ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).
Rouanet 2.
Porém, como a base do setor ligado a cultura possui mais simpatias às ideias políticas mais à esquerda, a direita brasileira começou a atacar os artistas e beneficiários desta lei com informações falsas de que quem promovia uma peça teatral, uma exposição de obras de arte, ou uma produção musical estaria recebendo de “graça” esse dinheiro. O que nunca existiu! A não ser nas cabeças de pessoas com má-fé, má-índole ou totalmente ignorantes em relação à referida lei.
“… Mas não faça o que faço”.
E foi assim que o intérprete de canções de gosto duvidoso rotuladas dentro daquilo que eu chamo de “sertanojo infanto-pornográfico” em virtude do que a indústria cultural resolveu chamar este segmento musical de (falso) “sertanejo universitário”, visto que este tipo de música fica bem distante do que é realmente sertanejo que se originou das canções caipiras de Alvarenga & Ranchinho e muitos outros. E, claramente, também, passa ao largo de ser uma canção, digamos assim, de formação superior.
Tese sociológica.
No máximo, o tal deste “sertanojo infanto-pornográfico” é uma expressão musical (se é que possamos chamar isso de música), que une traços daquilo que foi inaugurado no campo do pensamento sociológico e trazido à luz pelo cientista social, doutor Gilberto Felisberto Vasconcellos, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), nos anos 90, em sua obra “O cabaré das crianças”, que versa sobre o uso político do “Xou da Xuxa” com objetivo claro e evidente de “adultizar as crianças e infantilizar os adultos” como forma manipulativa da sociedade pelos meios midiáticos.
Massacre conduzido pela mídia.
O massacre de palestinos realizado pelo Estado terrorista de Israel, conduzido de maneira covarde pela mídia pertencente ao Status Quo ocidental (vide EUA), e que já deixou mais de 17 mil palestinos feridos e quase sete mil palestinos mortos, sofreu um pequeno abalo em sua cobertura na última sexta-feira, 20 de outubro. Nesta data, de acordo com a agência de notícias síria Sana, toda a equipe que prestava serviço à inglesa BBC (British Broadcasting Corporation, sigla em inglês [Corporação Britânica de Radiodifusão]) demitiu-se. A razão? Em virtude da “contínua recusa da BBC em divulgar informações verdadeiras sobre os acontecimentos em Gaza e em continuar a espalhar informações falsas”, escreveu o perfil da conta do noticioso sírio na rede social “X”, antigo twitter.
Dados do massacre.
De acordo com a embaixada da Palestina no Uruguai até a noite desta quinta-feira, 26 de outubro, além das mais de 6850 mortes de palestinos provocados pela conduta nazista do Exército de Israel, 149 famílias palestinas perderam mais de 10 de seus membros; 123 famílias perderam entre 6 e 9 membros; 416 famílias perderam entre 2 e 5 membros; 73 profissionais de saúde foram mortos e mais de 100 ficaram feridos; 20 jornalistas foram mortos; 38 representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) foram mortos; 12 hospitais estão fora de serviço; 34% dos hospitais em Gaza não estão funcionando; 1,4 milhão de pessoas foram deslocadas; mais de 37 mil deslocados estão sofrendo de doenças não transmissíveis, incluindo 4,6 mil mulheres grávidas, das quais 15% têm várias deficiências; 219 escolas foram destruídas; 29 escolas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) foram destruídas; e 45% das residências na Faixa de Gaza foram reduzidas a pó.
Solidariedade dos torcedores do Celtic.
Mas mesmo pela terrível cobertura midiática pró-Status Quo, os últimos dias registraram diversas passeatas de multidões nas cidades europeias pedindo que o Estado de Israel pare imediatamente de aplicar a “Lei de Talião” contra o povo palestino, em virtude do igualmente covarde e terrorista ataque que a organização política do Hamas promoveu contra civis israelenses no último dia 7 de outubro. Mesmo com toda propaganda pró-EUA e Israel, parte da população não aceita o que o governo fascista de Benjamin Netanyahu vem promovendo. Além dos protestos nas vias públicas, um em especial chamou a atenção: o da torcida do Celtic da Escócia na última quarta-feira, 25 de outubro, durante uma partida válida pela Liga dos Campeões da Europa contra o Atlético de Madrid. Antes do início da partida, os torcedores do Celtic organizaram um mosaico com a bandeira da Palestina, além de quase todos também estarem agitando pequenas bandeirinhas da Palestina.
Caixa do Lira.
Demorou, mas, enfim, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o seu “centrão” conseguiram se apropriar do comando da Caixa Econômica Federal (CEF). A entrega da presidência do banco estatal ao grupo político chefiado por Lira era a principal contrapartida que o heterogêneo e multi-partidário grupo de parlamentares vinha pleiteando para poder em troca oferecer apoio à terceira gestão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na sequência da troca do comando Caixa, Arthur Lira, enfim, pautou o projeto de interesse da área fazendária do governo federal para aumentar a arrecadação e que foi aprovado na quarta-feira, 25 de outubro, em que passa a taxar as fortunas aplicadas em fundos de investimentos situados fora do país.
Nova CPI.
Encerrada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que deveria apurar as responsabilidades daqueles que organizaram o maior atentado à democracia no último dia 8 de janeiro e que pouco acrescentou às investigações que vêm sendo realizadas pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Poder Judiciário, o Senado Federal criou na última terça-feira, 24 de outubro, a CPI da Braskem com objetivo de apurar um dos maiores desastres ambientais do mundo que vem afundando, literalmente, cinco bairros centrais da capital alagoana. Em virtude da tragédia foram desalojadas mais de 55 mil famílias.
Respostas e dona de Maceió.
Em resposta aos danos, a empresa buscou acordos extrajudiciais oferecendo o pagamento de alguns míseros reais aos moradores e proprietários das casas, com valor que representaria apenas cerca de 5% dos valores dos imóveis antes da tragédia iniciada em 2018. Ainda em resposta ao ocorrido, a prefeitura de Maceió e o governo estadual promoveram um acordo com a empresa que ressarciu os cofres dos dois entes federados e em troca passou a ser a dona das antigas ruas e equipamentos públicos situados nos locais da tragédia provocada pela extração do sal-gema encontrada no subsolo e um importante insumo utilizado na fabricação de fertilizantes.
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