Com o lema "Se precisar, peça ajuda!", a campanha Setembro Amarelo deste ano busca promover ações de prevenção ao suicídio e de conscientização para a importância da escuta e acolhimento aos indivíduos que passam por intenso sofrimento psíquico. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em 2019 foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Levando em conta os episódios subnotificados, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano.
A campanha pretende incentivar a sociedade a oferecer escuta empática e sem preconceitos a quem passa por situação de angústia extrema. Maurício Okamura, especialista de excelência em Psiquiatria e Saúde Mental da Amil, explica que embora todos os indivíduos em algum momento da vida passem por momentos de grande tristeza e aflição, há fatores que indicam quando se trata de um problema de saúde mental.
“Na psiquiatra, avaliamos o quanto isso tem de impacto na vida da pessoa, a ponto de ela não conseguir realizar tarefas do cotidiano, ou se está afetando o trabalho e as relações com familiares e amigos. É preciso entender que os casos de intenso sofrimento psíquico não estão relacionados a fraqueza, e que não se deve julgar, mas sim ouvir esse sofrimento com respeito e acolhimento”, explica o psiquiatra.
Combater o sofrimento mental é fundamental para a qualidade de vida dos indivíduos e para a saúde como um todo, acrescenta o especialista, que destaca o importante papel da rede de apoio, proveniente dos laços sociais e familiares, quando alguém necessita compartilhar experiências em momentos difíceis.
“A pessoa com ideação suicida ou com ideias de morte está sofrendo bastante e muitas vezes não consegue transformar em palavras toda a angústia que sente. Às vezes, é um indivíduo que perdeu os vínculos sociais e precisa de respeito e empatia. Além do apoio de um profissional de saúde mental, uma pessoa isenta que possa orientar para uma direção que atenue a dor”, afirma o Dr. Okamura, lembrando que além das questões existenciais, há também as da psiquiatria, transtornos mentais que podem estar subjacentes, como a esquizofrenia ou um quadro depressivo.
Segundo o psiquiatra, nos casos de gravidade elevada com risco iminente, é indicado levar a pessoa em sofrimento a um pronto-socorro para que ela possa ser assistida e encaminhada a um atendimento psiquiátrico de urgência, quando necessário.
Para evitar situações limite é que ações de prevenção são tão importantes, como alerta o Setembro Amarelo. Com unidades hospitalares e ambulatoriais próprias, a operadora de planos de saúde Amil mantém desde 2018 o Programa de Saúde Mental, que oferece assistência multiprofissional a pacientes com transtornos mentais graves e persistentes, de forma presencial e através de telemonitoramento.
Em 2022 foram realizados mais de 65 mil atendimentos, principalmente a quadros depressivos graves, com ideação suicida, e quadros psicóticos. Deste total, foi possível manejar 97% das crises em nível ambulatorial, evitando 1.711 internações psiquiátricas, o que comprova a importância da assistência preventiva. “O programa acompanha a jornada do paciente de forma humanizada para que ele possa retomar as suas atividades e relacionamentos com a saúde mental reestabelecida”, explica o especialista da Amil.
Atualmente, há 3.686 pacientes atendidos pelo programa, que conta com equipes de saúde mental em municípios de São Paulo (Guarulhos, Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo, Santo André e Jundiaí, além da capital) e do Rio de Janeiro (Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Niterói, além da capital).
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