Nesta sexta-feira (14/4), Dia Mundial do Café, Minas Gerais só tem a comemorar: segue com o título de maior produtor do país e a cafeicultura é símbolo da agricultura do estado.
A área de cafezais em Minas Gerais é de 1.334.482 hectares, segundo levantamento Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) .
Só em 2022, os cafeicultores mineiros colheram cerca de R$21,6 milhões de sacas, respondendo por metade da safra nacional e 70% do café arábica produzido no Brasil.
A produção mineira apresenta boa diversidade de sabores e aromas, devido a variações de clima, de solos, de altitude e dos sistemas de produção e de beneficiamento. Uma bebida diferenciada, que tem conquistado clientes nos mais exigentes mercados mundiais.
Diante da importância da atividade para Minas, o Governo do Estado tem trabalhado em várias ações de apoio aos cafeicultores e para a valorização do grão mineiro.
Iniciativas
Além de prestar assistência técnica para agricultores de todo o estado como ação estratégica e fundamental para o desenvolvimento da cadeia produtiva, a Emater-MG promove ações como o Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, o Circuito Mineiro de Cafeicultura e o programa Certifica Minas Café.
O Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais é a maior competição de qualidade de café do país.
Criado há 19 anos, é promovido pela Emater–MG, em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) , Universidade Federal de Lavras (Ufla), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IF Sul de Minas) e a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepe).
“Em 2022, 1.422 amostras de café concorreram e foram submetidas a análises físicas e sensoriais, além de avaliação socioambiental na etapa final. A cada ano, temos verificado uma melhoria nos cafés finalistas, o que é comprovado por experts da área e renomados chefs de cozinha”, lembra o coordenador estadual de Cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussú.
Como o objetivo da premiação é incentivar a melhoria da qualidade dos cafés produzidos no estado, a Emater-MG também busca dar retorno a todos os participantes do concurso. Após as análises das amostras concorrentes, os produtores recebem laudo que identifica em quais pontos o processo produtivo precisa ser aprimorado para melhorar a qualidade do café.
“Acreditamos que todos os cafeicultores deveriam investir na melhoria da qualidade da bebida. É uma forma de agregar valor ao produto e melhorar a rentabilidade da atividade. Os produtores que acompanhamos e caminharam nesse sentido, hoje, têm uma vida mais confortável”, assegura Bernardino.
Ainda segundo ele, mostra dessa valorização dos cafés especiais (gourmets) é que, em 2022, os vencedores do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais comercializaram lotes com valorização de preços.
Exemplo vem de compra realizada por rede de supermercados, que adquiriu 80 sacas de cafés classificados em primeiro e segundo lugares por R$352,5 mil. O primeiro lugar teve o lote vendido a R$ 7 mil a saca, um valor 600% superior à cotação de mercado.
Certificação do café
Outra iniciativa para agregar valor à produção mineira é o Programa Certifica Minas Café, que a Emater–MG participa em conjunto com a Seapa, IMA e Epamig . A empresa orienta os produtores na adequação das propriedades às boas práticas agrícolas em todas as fases da produção, atendendo normas reconhecidas internacionalmente.
Ao final do processo, a propriedade passa por uma auditoria para o recebimento da certificação. “Atualmente, o Certifica Minas Café é o maior programa nacional de certificação de propriedades cafeeiras. Até o final de 2022, foram certificadas cerca de 700 propriedades e existem outros processos em andamento”, diz o coordenador da Emater.
Atualização constante
Também o Circuito Mineiro de Cafeicultura faz parte do grupo de estratégias para o desenvolvimento da cadeia produtiva.
Em 2022, foram realizadas etapas em 20 municípios do estado, que mobilizaram público superior a 7 mil participantes.
Temas como produção de café, sustentabilidade socioeconômica e ambiental, gestão, mercados, cooperativismo, agregação de valor e novas tecnologias foram debatidos.
Além dos 20 municípios que sediaram os eventos, participantes de outras cidades e regiões estiveram presentes com caravanas mobilizadas pelos escritórios da Emater-MG e parceiros.
“A relevância da cafeicultura em Minas não é apenas econômica. A atividade tem importante papel social, sendo fonte de emprego e renda para milhares de agricultores familiares e trabalhadores rurais. Esses eventos são importantes, pois ajudam o produtor a se manter atualizado e competitivo, num mercado que sempre apresenta grandes desafios como questões climáticas e econômicas”, explica Bernardino.
Além desses grandes projetos, a Emater–MG colocou a cafeicultura da agenda estratégica de atividades, assumindo o compromisso de promover a atividade com sustentabilidade.
Em 2022, foram atendidos 49.260 cafeicultores, além de 162 organizações ligadas ao setor.
“O cafeicultor tem sempre desafios como os climáticos, por exemplo. Nos últimos dois anos, tivemos geada, chuva de granizo e secas. Atualmente, os preços do café estão bons, mas os custos de produção subiram muito. O trabalho de assistência técnica ajuda o cafeicultor a enfrentar melhor essas dificuldades”, argumenta Bernardino.
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