O Brasil, como sempre, independente de quem seja o chefe do executivo, continua demonstrando a genialidade e espetaculosa estranha mania de apresentar soluções simplistas para problemas estruturais, (logo se cria comissões interministeriais, libera-se milhões de reais em recursos para estados e municípios e, se vacilar, cria-se até Ministérios). O problema é mais embaixo.
Com o devido respeito a opiniões contrárias, religião e crucifixos nas escolas não resolverão o problema. Polícia na escola tampouco é a solução. A grande prova, é que em 2022 uma escola CPM no Oeste baiano teve uma aluna morta a tiros e alguns alunos feridos, após um jovem efetuar vários disparos no interior da unidade de ensino.
Vivemos numa sociedade marcada cada vez mais por desigualdades sociais gritantes e com famílias inteiras dilaceradas pelas drogas, pelo álcool e pela violência doméstica, dentre outros males. Vivemos numa sociedade adoecida, inclusive por problemas psicológicos, e a escola é a caixa de ressonância dessa mesma sociedade.
Precisamos ter coragem para discutir o tema e buscar soluções menos simplistas e mais eficazes.
Ah! Precisamos parar de subestimar o perigo e achar que essas coisas, é problema do outro, que somente acontece com o outro.
Algumas ações podem contribuir para prevenir tragédias e outras para redução de riscos, diante de eventuais situações de perigo e emergências.
Primeiramente, as escolas precisam interagir mais e melhor com a comunidade. Se aproximar mais da comunidade onde estar inserida é essencial. A comunidade precisa se sentir parte da escola e a escola, membro da comunidade.
As Secretarias de Educação precisam promover capacitação de professores e gestores escolares para saberem identificar alunos com problemas de ordem emocional e psicológica para que os mesmos e suas famílias recebam atendimento e acompanhamento de profissionais habilitados na própria escola. (O artista tem que ir aonde o povo estar).
É preciso também que se encontre mecanismos capazes de fornecer informações de comportamento pregresso dos alunos, sem violar direitos a eles assegurados.
Apesar de sernos uma rede, não raras às vezes deixamos de atuar como rede.
As Secretarias de Educação precisam equipar as unidades de ensino (creches e escolas) com sistemas de monitoramento eletrônico e botões de pânico.
É preciso serem elaborados protocolos de segurança (planos de ação) para eventuais situações de emergências e que seja ofertado periodicamente treinamento à equipe e aos alunos, quando couber.
Nossas escolas e creches estão sob ameaça e todos devemos ser protagonistas de um novo tempo, mas, ao poder público, cabe a responsabilidade de viabilizar soluções menos simplistas e mais, muito mais eficazes.
Por: Jaqueson Silva (Membro do coletivo Inteligência Brasil Imprensa IBI).
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