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Brasil possui um médico para cada 2,65 mil habitantes

Segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), o país possui mais de 500 mil médicos atuando em todo país. A maior densidade de profis...

20/02/2023 às 19h11
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
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Foto: Reprodução
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O Conselho Federal de Medicina lançou uma plataforma – chamada de Demografia Médica – que reúne informações sobre os médicos em atividade no país. Segundo os dados, o Brasil possui 564.385 médicos, sendo um profissional para cada 2,65 mil habitantes. São Paulo é o estado com o maior número de profissionais (72.262), enquanto o Amapá é o estado com o menor número (883).

Em relação ao total de médicos registrados em cada estado, o estado com a maior quantidade de profissionais é o Espírito Santo, com 14,5 médicos para cada mil habitantes. O Amapá possui a menor densidade, com 1,7 profissionais para cada mil moradores do estado. Na lista entre os quatros estados com menor densidade de profissionais para atender a população, o Amazonas possui 2,3 médicos para cada mil habitantes.

Maior estado do país, com uma área de 1,571 milhão de quilômetros quadrados, o Amazonas possui, segundo os dados da plataforma, 5.518 médicos. Em relação ao número de habitantes (sem considerar registros, que podem ser mais de um por profissional), o estado concentra 1,29 médico para cada mil habitantes. Considerando os municípios menores, com população entre 20 e 50 mil pessoas, a densidade baixa para menos de um profissional para cada mil habitantes. São 32 municípios no estado que possuem essa faixa populacional, com um total de 1.017.641 pessoas. Para atender a esse montante, existem apenas 104 médicos.

Com mais de 20 anos de experiência de atuação na Amazônia peruana e no estado do Amazonas, o médico Edwin Alberto Bustamante Rios afirma que o trabalho do médico na região é composto por vários desafios, ligados às singularidades do estado. Natural do Peru e com diploma revalidado no Brasil, ele explica que atuou como generalista e ginecologista em diversos municípios amazonenses, entre eles Alvarães, Autazes, Coari, Codajás, Itacoatiara, Juruá, Maraã, São Sebastião do Uatumã, Tefé, além da capital, Manaus.

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“Os desafios para atuar como médico no interior do Amazonas são similares em quase todos os municípios distantes e passa por aspectos social e cultural representado nas idiossincrasias de cada povo”, diz ele. 

O profissional também informa que ao longo de sua atuação na região, enfrentou o problema da falta de políticas públicas que possibilitem aos profissionais médicos se fixarem em cada município ou que possam ter a garantia de um contrato de trabalho estabelecido. Além disso, outros problemas dificultam a atuação desses profissionais na região, o que pode explicar a baixa densidade de profissionais nos municípios do interior do estado.

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“As distâncias entre as cidades, especialmente em relação à capital Manaus, que dificultam a transferências de pacientes, também são um desafio. Faltam unidades de resgate aéreo durante as 24 horas do dia, pois o serviço de resgate existente hoje em alguns municípios só funciona o período diurno”, relata.

Dificuldades existem, mas não impedem atendimento

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Apesar dos desafios e dificuldades encontrados em municípios distantes de Manaus e, na maior parte das vezes, com recursos limitados para investimento em saúde, o médico Edwin Alberto Bustamante Rios afirma que é possível que médicos possam atender a população do interior do Amazonas. Hoje atuando em maternidades da capital, o profissional explica que opta por continuar prestando serviços em municípios com menos recursos em saúde que a maior cidade do estado.  

“Mesmo na época em que fiz a residência médica na capital, arrumava tempo nos finais de semana pra fazer o serviço nesse pequenos e afastados municípios ávidos pela contratação de mão de obra especializada e conhecedora da realidade dessas localidades”, comenta, afirmando que o trabalho de médicos em regiões afastadas, especialmente de profissionais de áreas especializadas como a ginecologia, significa a diferença entre a vida e a morte dos pacientes dessas regiões.

Perfil - Maioria dos profissionais médicos é do sexo masculino

A plataforma do Conselho Federal de Medicina com informações sobre os médicos que atuam no Brasil mostra que a maior parte deles é do sexo masculino, mas a diferença para as profissionais do sexo feminino é pequena. Os homens representam 50,92% dos profissionais.

Os dados mostram que, em média, os profissionais possuem 19,15 anos de formado e a maior parte dos profissionais, tanto homens quanto mulheres, tem entre 29 e 44 anos. Outro dado trazido pela plataforma é que do total de médicos, 21.313 se formaram no exterior e, entre os que se formaram no Brasil, a maior parte – 273.948 – estudou em instituições privadas. Já as instituições públicas formaram 264.648 profissionais.  

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