Como manda a tradição, após quase 8 km de caminhada em cortejo, o governador Jerônimo Rodrigues chegou à Colina Sagrada, no bairro do Bonfim, em Salvador, onde acompanhou baianas e filhas de santo fazendo a tradicional lavagem das escadarias e do adro da Igreja do Bonfim. Na quinta-feira (12), depois de dois anos, a festa voltou a reeunir devotos do Senhor Bom Jesus do Bonfim e de Oxalá, em celebração, homenagens e pagamento de promessas.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) falou da sensação de renovação na chegada ao Bonfim. “Hoje, eu marchei por oito quilômetros pra ganhar força, energia e poder marchar por quatro anos ao lado do povo da Bahia. Vim agradecer pela nossa vitória e quero pedir ao povo baiano e brasileiro que a gente se una pra combater a fome, desemprego e aumentar nossa esperança”, afirmou.
Quem também fez toda a caminhada, ao lado do governador, foi o vice-governador, Geraldo Junior. “A primeira palavra foi gratidão, quero agradecer a Deus por essa oportunidade de estar aqui, hoje, como vice-governador da Bahia. Vocês sabem minha trajetória, primeiro, como cidadão de Salvador, depois, como vereador e, agora, como vice-governador, ao lado de Jerônimo. A nossa palavra é gratidão nesse momento tão importante de fé e cultura para o povo baiano e, com certeza, para o mundo”, comemorou.
O secretário da Cultura, Bruno Monteiro, também deu destaque à grande festa. “O dia de hoje tem essa marca também da retomada, depois de dois anos sem essa e tantas outras comemorações. Mas essa, por todo o seu significado, foi a mais sentida. A gente está aqui para fortalecer esse momento, que é de fé, celebração da cultura e da melhor tradição baiana”, disse o gestor.
A baiana de acarajé Teresa Conceição, que participa da festa há 30 anos, se emocionou por estar de volta à festa do Bonfim. “Desde que passei a ser baiana de acarajé, eu vesti a roupa, vim em um primeiro ano e não quis mais deixar. Foi triste passar esses dois anos sem a festa, mas hoje estou aqui para agradecer ao Senhor do Bonfim e pedir muita paz para o nosso Brasil”, contou.
Segurança.
Ao longo do trajeto e na Lavagem da Basílica, foi reforçada a segurança com 2.500 profissionais, entre policiais militares, civis e técnicos, além do Corpo de Bombeiros. Conforme o secretário de Segurança Pública (SSP-BA), o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) e o Sistema de Reconhecimento Facial foram utilizados durante todo o evento.
“Estamos com o patrulhamento ostensivo nos oito quilômetros do percurso e estaremos também com o reconhecimento facial, as câmeras posicionadas a fim de deter foragidos da Justiça”, afirmou.
História
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a tradicional celebração do Bonfim ocorre desde o século XVIII, em devoção ao Senhor Bom Jesus ou Cristo Crucificado, articulada a matrizes religiosas católicas e afro-brasileiras. As últimas, com flores e água de cheiro, reverenciam o orixá Oxalá.
Em Salvador, a festa acontece, anualmente, desde 1740, mas esteve suspensa nos últimos dois anos, devido à pandemia da Covid-19. A celebração reúne, além das manifestações religiosas, expressões culturais da Bahia.
Repórter: Milena Fahel.
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