Para as quase 6 mil famílias referenciadas pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) 2, cujo território abrange bairros como Vila América, Jurema, Boa Vista e Urbis 6, a manhã deste domingo (18) foi uma antecipação das confraternizações natalinas.
E para dar conta das faixas etárias do público atendido, os técnicos da equipe dividiram a festa em dois ambientes: um na sede do Cras 2, no Vila América, direcionada a crianças, adolescentes e seus familiares, onde havia brinquedos, dinâmicas, entrega de lembrancinhas e distribuição de lanches; e outro na sede da Associação de Moradores da Urbis 6, na qual foram reunidos integrantes dos dois grupos de idosos coordenados pelo Cras 2.
“Hoje é o Natal das crianças e dos idosos. É tudo feito para eles, pensando neles”, explicou a gerente do Cras 2, Thaís Lopes. Para organizar a confraternização, na qual foram distribuídos aproximadamente 500 brinquedos, ela e a equipe puseram em prática o que chamaram de “gestão de território”, formando uma parceria com representantes da Igreja Batista Nacional Candeias. “Trata-se de chamar quem está no nosso território para fortalecer a oferta do município”, explicou Thaís.
‘Queremos fortalecer essas pessoas’, diz técnica do Paif
A estudante Vitória Santos, 18 anos, levou o filho Artur, de dois anos. Moradora do Vila América, ela informou que confraternizações desse tipo são feitas periodicamente pela equipe do Cras 2. “As crianças gostam de vir por causa dos brinquedos”, afirmou Vitória, que cursa o Ensino Médio no Instituto de Educação Euclides Dantas (IEED).
Segundo a técnica do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), Camila Nunes, o contato com as famílias referenciadas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos vai muito além das festas organizadas pela equipe. Como as pessoas atendidas vivenciam situações de vulnerabilidade, o Cras 2 providencia a intermediação com programas e benefícios sociais a que elas têm direito, além de possibilitar sua participação em uma série de atividades lúdicas. “Queremos fortalecê-los. É nesse sentido que a gente trabalha. Tentamos superar as necessidades básicas que eles têm”, afirmou Camila.
‘Aqui a gente aprende a ser feliz’
Enquanto centenas de crianças e adolescentes disputavam espaços no pula-pula, no escorregador e em outros brinquedos, idosos confraternizavam na Urbis 6 ao som do grupo musical Roama, conhecido por se apresentar em cerimônias de casamento na cidade. Além da música, havia lanches e um aguardado amigo-secreto.
“Aqui a gente aprende a ser feliz. Eles nos ajudam a ser cidadãos. Aprendemos sobre nossos direitos e deveres”, afirmou a aposentada Cícera Pereira, 72 anos, integrante do grupo Esperança, um dos dois agrupamentos de idosos mantidos pelo Cras 2. Nesses grupos, que reúnem quase 70 pessoas, os participantes têm acesso a orientações e encaminhamentos sobre documentação e direito a benefícios sociais. Na área lúdica, eles participam de passeios a locais públicos e privados, além de encontros semanais com atividades artísticas, palestras e rodas de conversa sobre temas variados.
‘No Cras, elas cuidam de nós melhor do que a nossa família’
“Nossa ideia é fortalecer os vínculos familiares e comunitários, e oportunizar a vivência, porque é isso que eles precisam: conviver. Por isso, nossa intenção é fazer com que eles saiam de casa e tenham contato uns com os outros”, explicou a educadora Cristiane Bitencourt, que define a autonomia e o protagonismo como os principais objetivos a serem atingidos pelas pessoas idosas.
Aos 94 anos, a aposentada Maria Florência da Silva demonstrou ter autoridade para falar sobre esses assuntos. “Sou muito feliz, mesmo com todos os problemas”, assegura ela, que integra o grupo de idosos Uva e participa das atividades das atividades semanais. “No Cras, elas cuidam de nós melhor do que a nossa família”, garante Maria Florência.
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