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Tentações alimentares: profissional explica como resistir

Uma dieta balanceada e saudável, rica em frutas e vegetais, além de hábitos alimentares e tipos específicos de alimentos podem ajudar a reduzir a v...

23/11/2022 às 16h50
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
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O excesso de peso afeta muitos brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, 67% dos brasileiros e 57% das brasileiras estavam acima do peso ou obesos e a cada 5 brasileiros, 1 era obeso. 

Para alcançar uma dieta balanceada, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) recomenda que o consumo de açúcar seja menor que 10% das calorias totais ingeridas no dia, e indica a necessidade de reduzir o consumo de açúcar a menos de 5% da ingestão total de calorias, como forma de obter uma dieta balanceada. 

A dieta pode ser tanto para emagrecimento e manutenção do peso, quanto para auxiliar em alguma condição médica. O problema parece ocorrer quando chegam as tentações. Segundo um artigo publicado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, a tentação alimentar pode ir além do autocontrole e tornar-se um vício ou compulsão. Assim, a preocupação vai além de efeitos nocivos gerados pela ingestão de calorias em excesso por longo período. 

Quando perguntada sobre como a tentação alimentar ocorre no corpo humano, a nutricionista Midian Amorim respondeu que “a compulsão por doces surge devido a um processo biológico: ao ingerir alimentos ricos em açúcar, gordura ou cafeína, o organismo libera substâncias que geram satisfação e combatem o estresse.” A nutricionista ainda completou dizendo que “ao comer doces, o corpo libera serotonina e dopamina, dois hormônios que oferecem ao cérebro a sensação de bem-estar e ajudam a relaxar. Quando o consumo se torna regular, é criado um ciclo difícil de parar.”

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Os malefícios do consumo exagerado de doces não param por aí. “Os carboidratos cristalizados (simples) podem influenciar no desenvolvimento de diferentes tipos de doenças, como diabetes, obesidade, demência e insônia. Além disso, há um aumento significativo do nível de colesterol pelo acúmulo de gordura no sangue e da possibilidade de problemas cardíacos”, explica Midian. 

Como resistir às tentações no dia a dia

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A fim de resistir às tentações, principalmente ao doce, recomenda-se investir em hábitos alimentares saudáveis. A nutricionista ressalta que “privar-se não é a solução, mas sim ter em mente que uma alimentação de qualidade, bem distribuída e nutritiva se torna primordial para o controle de um alto consumo de doce.” Além disso, indica: 

  • Comer a cada 3 horas e adicionar uma fruta em cada refeição, pois elas ajudam a regular a glicemia. Além disso, há presença de sabor adocicado natural em muitas delas, e também fibras, que ajudam a diminuir a absorção de açúcar pelo intestino. Frutas podem ser consumidas como sobremesa ou adicionadas nos lanches em forma de vitaminas, com iogurte ou na salada de fruta;
  • Comer cereais, leguminosas, frutas, verduras e legumes no almoço e no jantar, para se ter acesso a todos os nutrientes que o organismo precisa; 
  • Tomar água ao longo do dia, pois ajuda a oxigenar o cérebro e fazer com que ele capte mais glicose;
  • Incluir na rotina alimentos como abacate, batata doce, linhaça, amaranto e chia, pois estes ajudam a regular a liberação de energia;
  • Evitar o excesso de carboidratos refinados em uma única refeição, principalmente se forem consumidos isoladamente. Assim como o açúcar, eles dão picos e quedas de glicose e o organismo entende que é preciso aumentar novamente a glicose no sangue, resultando em um estímulo do apetite e da vontade de comer doce. Exemplo desses alimentos: pão branco, biscoito recheado, bolos e salgadinhos;
  • Evitar substituir o açúcar pelos adoçantes artificiais porque eles podem conter aspartame, sacarina sódica e sucralose, que também podem aumentar a resistência à insulina;
  • Incluir alimentos que tenham boa fonte de triptofano, pois estes ajudam a reduzir a vontade de comer doces; por exemplo: amendoim, carnes, queijos, aveia, ovos, leite, tâmaras, ameixa e banana.

Resistir às tentações alimentares em viagens

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Durante viagens, principalmente em locais com culturas e alimentos diferentes do Brasil, pode ser comum aos viajantes sentirem vontade de provar os pratos típicos e alimentarem-se de forma diferente à que estão acostumados. Desta forma, a profissional dá as seguintes dicas para viajantes: 

  • Comer bem, focado em comida de verdade, ou seja, pouco processada. Fazendo refeições completas no café da manhã, no almoço e no jantar, é provável que seja possível ficar sem comer lanches entre as principais refeições; 
  • A salada pode ser um importante aliado para manter o peso durante a viagem porque elas são ricas em fibras alimentares. As fibras ajudam a pessoa a sentir menos fome ao longo do dia, influenciando-a a comer menos;
  • Fugir das tentações das comidas de rua (como hot dogs, pipocas e qualquer outra variação não saudável). Boas opções de lanches para o dia de turismo são: biscoitos integrais, frutos secos, barrinhas de cereais (sem açúcar), frutas e até pequenos sanduíches com peito de frango desfiado e queijo. 

Como o nutricionista e o psicólogo podem ajudar?

A vontade de comer alimentos ricos em calorias como doces e carboidratos, e a compulsão ou vício alimentar preocupa cientistas que estudaram a resistência às tentações e o autocontrole em 124 mulheres entre 18 e 24 anos. A acessibilidade cognitiva previu uma menor ingestão de alimentos, mas somente entre os participantes com alto autocontrole. Os resultados sugerem que mudar os processos envolvidos à experiência da tentação, como ingerir alimentos que aumentam a saciedade, mudar a percepção psicológica sobre a alimentação, e evitar situações que no passado geraram tentações alimentares, podem aumentar e tornar mais efetiva a autorregulamentação entre indivíduos com baixo autocontrole.

Desta forma, pessoas com tentações alimentares podem necessitar tratamento por psicólogos e nutricionistas. De acordo com a especialista, especificamente sobre a tentação ao doce, “além dos fatores psicológicos, é preciso investigar se a origem é alimentar. Isso pode ser sinal de uma dieta pobre em carboidratos ou ainda um alerta vermelho para a presença de doenças, como o diabetes.” 

Portanto, há formas diferentes de lidar com as tentações alimentares e, mantendo uma alimentação saudável, controlada e variada, podem auxiliar no controle das mesmas. 

Mais informações sobre a nutricionista Midian Amorim, que participou desta matéria, em: doctoranytime.com.br/d/nutricionista/midian-amorim

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