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Brasil pode ter até 29% da população obesa até 2030

Cenários nacional e mundial trazem números alarmantes referentes à obesidade, podendo atingir mais de 1 bilhão de pessoas em oito anos; especialist...

24/05/2022 às 14h00
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
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Foto: Reprodução
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Segundo o estudo realizado pelo Atlas Mundial da Obesidade em 2022 e divulgado pela Federação Mundial da Obesidade, é esperado que o Brasil viva com 29,7% da população adulta com obesidade até 2030. Deste total, 33,2% serão mulheres e 25,8% serão homens.

No cenário mundial, o número é ainda mais impactante. O estudo estima que mais de um bilhão da população adulta apresentará algum grau de obesidade nos próximos oito anos, o que representa 17,5% da população global. Dessa forma, a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de interromper o aumento desta condição na sociedade até 2025, não será atingida. 

No Brasil, o relatório Vigitel 2021, realizado pelo Ministério da Saúde, constatou que a população com sobrepeso é de 57,25%, e o índice de obesidade ficou em 22,35%, números que obtiveram alta quando comparados a 2019, sendo 55,4% para quem está acima do peso e 21,55% para indivíduos com algum grau de obesidade.

Um dos principais fatores desse aumento dos casos de obesidade pode estar diretamente relacionado com a pandemia de Covid-19. Dados apontados na pesquisa realizada pelo Ipsos Global Advisor mostram que os brasileiros engordaram em, ao menos 6,5 kg desde 2020, deixando o Brasil em primeiro lugar no ranking de países que mais ganharam peso, com 31% de média global.

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Para o Dr. José Afonso Sallet, cirurgião e diretor-médico do Instituto de Medicina Sallet, centro médico especializado no tratamento da Obesidade e Doenças Metabólicas, a obesidade afeta diversas pessoas ao redor do mundo e atua como uma doença crônica. “A prevalência crescente desta doença é considerada, em alguns países, como uma epidemia ligada à sociedade moderna. O impacto negativo deste problema afeta não somente o portador da doença, mas a sociedade de forma geral”, comenta.

“Atualmente, com números tão alarmantes, a comunidade médica e os governos estão preocupados com os índices cada vez mais crescentes de comorbidades”, relata o especialista. “Diante disso, iniciativas visando a conscientização da sociedade, que incluem campanhas de reeducação alimentar e incentivo à prática de exercícios físicos, tornaram-se comuns na mídia. As pessoas estão cada vez mais informadas sobre os riscos da obesidade e, muitas vezes, buscam soluções extremas para tratar este grande mal”, pontua.

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Segundo um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (SBCBM), a quantidade de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil aumentou 84,73% de 2011 para 2018, disparando de 4.629 para 63.969. 

Para o Dr. Sallet, “a cirurgia bariátrica é uma solução eficiente para doenças e problemas relacionados, desde que seja recomendada por médicos”. O Ministério da Saúde recomenda que a cirurgia seja realizada em pessoas a partir dos 16 anos, com IMC (Índice de Massa Corporal) maior que 40 g/m2 ou maior que 35 g/m2, com doenças de risco relacionadas à obesidade, como diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão. 

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Entretanto, em alguns casos, nos quais o paciente apresenta quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados, o procedimento não é indicado. “Ainda existem situações nas quais os fatores de risco pré e pós-operatório impedem a cirurgia bariátrica. Por isso, só é indicada quando os benefícios são consideravelmente maiores do que os riscos. Em suma, o tratamento cirúrgico da obesidade só é recomendado em 5% dos casos”, explica o médico.

O cirurgião aponta também a vinda de um novo tratamento como opção ao tradicional, a gastroplastia endoscópica, também chamada de endossutura gástrica. “Trata-se de um procedimento bariátrico minimamente invasivo como alternativa para pacientes com obesidade, realizado por via endoscópica. O paciente fica internado poucas horas, retornando para a casa no próprio dia. Por ser realizada por via endoscópica, não deixa cicatrizes externas e a recuperação costuma ser mais rápida do que os outros procedimentos bariátricos convencionais”. 

Ainda que no Brasil o número seja alarmante, uma vez que, segundo o estudo do Atlas, está entre os 11 países com mais mulheres obesas no mundo e entre as nove nações com a maior quantidade de homens que carregam a comorbidade, para o especialista, por ser uma doença multifatorial, é de extrema relevância que sejam considerados os fatores de risco sob análise criteriosa de uma equipe multidisciplinar. 

“A indicação cirúrgica somente ocorrerá mediante avaliação nutricional, clínica, laboratorial e psiquiátrica, reforçando sempre o ponto de não ser apenas resultado de maus hábitos alimentares e sedentarismo, mas sim uma doença crônica multifatorial, envolvendo também fatores genéticos e emocionais”. finaliza. 

Para saber mais, basta acessar: www.sallet.com.br

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