Festejo Junino: Gigantes do Norte Mirim e Adulto vão homenagear Círio de Nazaré e Capim Dourado

Em 2025, a Gigantes do Norte Mirim levará a temática “Capim Dourado: Ouro que brota da terra”, para a Arena Z-30, resgatando o tema desenvolvido na temporada de 2019 e se apresentará com 14 pares. Os ensaios ocorrem três vezes por semana, na Rua Benjamin Constant, com crianças entre 7 e 13 anos.

O fundador e marcador da junina, Rayr Wanderson Sales, explica o conceito da apresentação e reforça o quanto o apoio da comunidade e dos pais é importante para que as crianças se apresentem na quadra.

“A gente vai fazer uma homenagem ao Tocantins. A gente vai levar um pouquinho da riqueza cultural junina e, principalmente, o dourado do capim, o ouro do capim. Então, a gente vai fazer uma grande surpresa dentro da quadra. Todo ano é um desafio, cada ano é uma surpresa. A gente trabalha bastante, já tivemos vários empecilhos, mas a gente continua”, explica, contando que a junina vai falar sobre a colheita do capim dourado e a utilização em artesanato.

Atualmente, a junina mirim levanta fundos para ajudar na aquisição de figurinos, por meio de rifas, sorteios e outras formas de arrecadar valores. Kelly Sales faz parte do apoio da junina e observa o quanto o grupo tem um impacto social na comunidade.

“A gente ajuda com o intuito de melhorar o nosso bairro, trazer mais cultura, trazer coisas que a gente possa aproveitar. Toda ajuda é bem-vinda. O fundamental de tudo isso é aproveitar a idade deles, trazendo benefícios para nossa comunidade, que é bem carente”, pontua.

Mellany Coelho, de 11 anos e a rainha da junina Gigantes do Norte Mirim, dança no grupo pelo terceiro ano. “Minha expectativa está a mil. Eu amo muito dançar quadrilha. Eu comecei em 2023 por causa de uma amiga minha que pediu para a minha mãe. Dancei como brincante, ano passado dancei como rainha e esse ano estou na mesma expectativa de novo”, conta.

O pequeno Ismael Costa, de 8 anos, vai dançar pela primeira vez na junina e está animado com os ensaios. “É divertida, a pessoa faz mais amigos, não se estressa e é bom. Eu me sinto confortável. Estou ansioso. Eu gosto na hora que nós fazemos a roda para fazer o roceirão”, relata.

Junina Adulto

A Gigantes do Norte Adulto tinha uma temática escolhida, mas por intuição quase espiritual, Rayr Wanderson Sales, fundador e marcador da junina, mudou para realizar uma apresentação com o tema “Círio de Nazaré: Da fé à promessa”. O objetivo é mostrar na arena os aspectos sagrados e profanos da festa, assim como as simbologias.

“Eu acredito que sejam coisas espirituais. Eu sou católico e teve alguma coisa, a gente não pode explicar as coisas de Deus. A gente não explica, então, Nossa Senhora nos abraçou e ela está sempre nos protegendo, nos guiando para a gente mostrar essa linda mensagem, que é o Círio de Nazaré”, descreve.

Anderson Alves é da Paraíba e vai se apresentar pela segunda vez com a Gigantes do Norte. Quando mudou-se para Marabá, não veio com o intuito de se estabelecer aqui, mas conheceu a junina e ficou. Anderson trabalha até às 22h30 e se empenha para participar dos ensaios que, nessa reta final, acontecem todos os dias. Ele destaca a diferença entre a dança junina daqui e do estado natal e a experiência de saber mais sobre o Círio de Nazaré.

“Lá, eu tinha experiência com junina, só que não era a mesma daqui, não é a mesma marcação, não é o mesmo contexto. Lá, é uma coisa bem mais puxada, é bem forró. O nordeste tem uma cultura totalmente diferente do Pará. Está sendo uma experiência mais incrível do que no ano passado porque você está superando o que dançou no ano passado. Está sendo um encanto conhecer o Círio porque como eu já era católico, eu não conhecia também o Círio, vim conhecer aqui no Pará. O Círio de Nazaré é uma coisa que, meu Deus, é lindo”, explica.

Jamilly Sales é filha de Kelly e sobrinha de Rayr Wanderson. Além disso, é devota de Nossa Senhora de Nazaré, tudo a ver com a temática deste ano. Ela conta que cresceu em um ambiente familiar culturalmente rico. Dançando há cerca de dez anos na Gigantes do Norte, viu o desenvolvimento da junina ao longo do tempo.

“A nossa cultura em casa é muito participando de festa junina, carimbó, danças típicas, regionais. Eu fui muito influenciada pela minha família. É muito gratificante porque é um trabalho de formiguinha, que vai crescendo a cada ano, vai evoluindo. Eu acompanhei a maior parte da evolução da Gigantes porque viemos de baixo, é uma quadrilha humilde e é muito bonito ver o trabalho do meu tio evoluindo. Eu sinto orgulho dele e da junina também”, afirma.

A servidora pública Rita Guimarães é mãe de brincantes que participam das juninas mirim e adulto. Moradora da Rua Benjamin Constant, ela ressalta o papel social da junina junto às crianças e jovens, e a satisfação em poder apoiar a Gigantes do Norte.

“É muito bom, é gratificante esse período de correr atrás, de ser mãe, ao mesmo tempo ser apoio. Tenho um filho que dança, tenho uma filha que está na mirim e a filha que está na mirim. Para nós, que moramos na rua Benjamin, que tem projetos sociais que não vem exatamente para nós, é gratificante ver os filhos da gente, ver as crianças que moram perto, dançarem, procurando coisas novas”, declara.

No dia 24 de maio, ocorre o Arraial da Gigantes do Norte, a partir das 19h, na Praça São Félix de Valois. Além da apresentação dos dois grupos e de juninas convidadas, haverá venda de feijoada e outras iniciativas para arrecadar fundos para a Gigantes do Norte.

Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sara Lopes

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