Garantir a tranquilidade dos servidores e o controle total do sistema carcerário paraense, com impactos diretos na segurança pública, são os principais objetivos da operação Revista Geral, iniciada nesta quarta-feira (1º) pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). As 54 unidades penais sob responsabilidade da secretaria passarão por uma ampla e minuciosa fiscalização até o dia 5 de maio. O estado de alerta será intensificado durante todo esse período.
Embora a ação ocorra de forma simultânea em todo o estado, o foco principal está no Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará, localizado na Vila de Americano, na Região Metropolitana de Belém. O local concentra a maior população carcerária do estado, exigindo maior atenção da Seap.
Para garantir a efetividade e segurança da operação, a Seap mobilizou equipes do Grupo de Ações Penitenciárias (GAP) e do Comando de Operações Penitenciárias (COPE), que deram suporte aos demais policiais penais envolvidos na revista de celas e blocos. Cerca de mil policiais participam diretamente da operação durante os quatro dias de ações preventivas.
Coordenada pela Secretaria Adjunta de Gestão Operacional (SAGO), liderada por Ringo Alex Rayol Frias, a ação teve sua primeira etapa acompanhada in loco pelo gestor, além do coronel PM Odenir Margalho, diretor da Administração Penitenciária (DAP); Bruno Pinheiro, corregedor da Seap; representantes da Assessoria de Segurança Institucional (ASI); e diretores das unidades prisionais do Complexo.
Segundo Ringo Frias, ações como a Revista Geral são rotineiramente realizadas antes de feriados, períodos de férias e festas de fim de ano. A medida busca se antecipar a possíveis movimentações identificadas pelo serviço de inteligência da Seap.
“Promovemos essas ações sempre que identificamos ‘ruídos’ nas informações ou sinais de situações que possam comprometer a integridade do sistema penitenciário. Atuamos preventivamente para evitar qualquer tipo de ocorrência reativa. Isso demonstra o controle e a organização do nosso sistema”, afirmou o secretário adjunto.
Resposta imediata
A rápida mobilização de cerca de mil policiais penais para inspecionar, em um único dia, as unidades do Pará evidencia o nível atual de preparo e resposta da Seap a qualquer situação que possa surgir nas casas penais.
“O ambiente carcerário é território exclusivo do Estado. Quem controla esse espaço é o Estado, por meio da Polícia Penal e dos servidores da Seap. Nossa atuação contribui diretamente com a segurança pública e com a paz social da sociedade paraense”, ressaltou Ringo Frias.
O corregedor Bruno Pinheiro reforçou que as revistas fazem parte dos procedimentos regulares da Seap e são fundamentais para manter o controle das unidades. A presença da Corregedoria garante ainda mais rigor e qualidade no trabalho realizado tanto para os servidores quanto para os internos.
“Essas operações preventivas já fazem parte da rotina. A cada nova ação, estamos consolidando protocolos que previnem irregularidades administrativas e de segurança por parte dos presos. A Corregedoria acompanha tudo de perto, atuando junto à gestão operacional”, afirmou Pinheiro.
Fiscalização contínua
O corregedor destacou também que o trabalho de fiscalização permite identificar e processar condutas irregulares, tanto de internos quanto de servidores.
“Não estamos imunes a falhas humanas ou crimes. No entanto, observamos uma redução significativa nas irregularidades administrativas e criminais cometidas por servidores. Já as ocorrências envolvendo internos estão sendo devidamente apuradas e punidas conforme a lei, o que contribui para a estabilidade da segurança pública no âmbito da Seap”, completou.
Wallace Pereira Silva, diretor da Unidade de Reinserção de Regime Semiaberto (URRS) de Santa Izabel do Pará — que abriga o maior número de custodiados do Complexo Penitenciário — avaliou positivamente a realização de mais uma Revista Geral. Para ele, a simples presença ostensiva dos policiais penais já exerce um forte efeito inibidor.
“Quando o interno se sente vigiado, ele se aquieta. Isso evita comportamentos prejudiciais à unidade ou ao sistema penal todo, mantendo a ordem e a tranquilidade necessárias para o bom funcionamento da casa penal”, finalizou o diretor.
Texto: Márcio Sousa / NCS Seap Pará
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