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Aumento de temperatura em março no Brasil e em outros países intensifica alerta climático às vésperas da COP30.

O mês foi o segundo mais quente de todos os tempos no planeta, exigindo que o enfrentamento da crise climática seja prioridade nas estratégias de desenvolvimento, na avaliação da Climatempo.

11/04/2025 às 15h02
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: GPCOM Comunicação Corporativa / Mário César B. de Mauro
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COP30 no Brasil: urgência nas ações climáticas após recorde de temperatura global – Foto: Ilustrativa
COP30 no Brasil: urgência nas ações climáticas após recorde de temperatura global – Foto: Ilustrativa

O mês de março registrou as temperaturas mais altas de todos os tempos no planeta. Foi o segundo mês mais quente em âmbito global, com a temperatura se situando, pelo 20º mês entre os últimos 21, acima de 1,5 °C — patamar superior ao limite estabelecido pelo Acordo de Paris para conter os piores impactos das mudanças globais, segundo dados da Copernicus (C3S).

“Os dados sobre os níveis da temperatura em março reforçam o que a ciência tem alertado seguidamente, que os impactos das mudanças climáticas estão se intensificando rapidamente e criando situações extremas diferentes em cada região do planeta”, alerta Patricia Madeira, CEO da Climatempo.

Em março, a temperatura média da superfície do ar foi de 14,06 °C — 0,65 °C acima da média entre 1991 e 2020 e 1,60 °C mais alta que os níveis pré-industriais.

Na Europa, a temperatura média se situou 2,41 °C acima do patamar normal climatológico. O calor foi especialmente intenso no leste europeu e no sudoeste da Rússia. O calor acima da média também atingiu os Estados Unidos, o México, partes da Ásia e a Austrália. Áreas do Ártico, como o arquipélago canadense e a Baía de Baffin, também registraram temperaturas anormalmente altas.

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As altas temperaturas em algumas regiões contrastaram com outras, abaixo da média, em poucas localidades, como as registradas no norte do Canadá, a Baía de Hudson e o leste da Rússia, incluindo a Península de Kamchatka.

O que evidência efeito de mudança do clima é ficar acima da média normal dos últimos anos. “As variações acima da média normal por longos períodos, como têm ocorrido nos últimos anos, expressam os efeitos das mudanças climáticas, assim como a alteração na temperatura dos oceanos”, observa Patricia, ao destacar que a temperatura média dos oceanos em março de 2025 foi a segunda mais alta registrada para o mês, situando-se em 20,96°C, com destaque para o Mar Mediterrâneo e o Atlântico Norte. “O cenário de calor anômalo contribui diretamente para a perda de gelo marinho, especialmente nas regiões polares”, ressalta a CEO da Climatempo.

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No Ártico, a extensão do gelo foi 6% menor que a média, o menor valor já registrado para março desde o início das medições por satélite, em 1979. Já na Antártida, a situação também preocupa: a cobertura de gelo ficou 24% abaixo da média, com reduções expressivas em quase todos os setores oceânicos da região.

Secas e enchentes ao redor do mundo.

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As anomalias de precipitação revelam um planeta dividido entre extremos. No hemisfério norte, a América do Norte enfrentou um março mais seco que o normal, com destaque para os Estados Unidos e o Canadá. A Ásia central, o sudeste da Austrália e partes da América do Sul também registraram menos chuva.

Por outro lado, algumas áreas tiveram chuvas excessivas, como o leste do Canadá, o oeste dos Estados Unidos, a África Austral e o nordeste da Austrália. O Oriente Médio e partes da Rússia também registraram precipitações acima da média, reforçando os extremos climáticos que marcaram o mês ao redor do mundo.

Alerta da ciência e oportunidade para o Brasil.

Diante das alterações climáticas extremas, a CEO da Climatempo alerta que é imprescindível que os líderes dos setores público e privado definam o enfrentamento da crise climática como eixo central de suas estratégias de desenvolvimento e tomada de decisão.

“As mudanças climáticas estão criando um cenário de riscos intensos, e nenhum país está imune a eles. E isto requer uma visão estratégica sobre como se antecipar a essas ameaças e minimizar seu impacto sobre a sociedade, a infraestrutura e as empresas”, afirma Patricia Madeira.

Ela lembra que o momento também é particularmente estratégico, em função da proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que terá como sede a cidade de Belém, no Pará. “A realização do evento em território brasileiro representa uma oportunidade histórica para que o Brasil assuma um papel de protagonismo na agenda climática global, posicionando a justiça climática e a preservação dos biomas tropicais como eixos centrais das discussões e dos compromissos internacionais”, conclui a CEO da Climatempo.

Sobre a Climatempo.

A Climatempo é a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, oferecendo soluções personalizadas para diversos setores da economia. Com tecnologia avançada e uma equipe de especialistas altamente qualificada, a empresa fornece previsões precisas e análises climáticas estratégicas para auxiliar na tomada de decisão em segmentos como energia, infraestrutura, agronegócio, setores públicos, entre outros. Para o público em geral, fornece informações sobre o clima por meio do seu website e aplicativos. Juntos, esses canais alcançam, em média, 20 milhões de usuários mensalmente, além de disponibilizar boletins com previsão do tempo para diversos veículos de comunicação, como Globo, BandNews, Record TV, Canal Rural, entre outros.

Comprometida com a inovação, foi a primeira empresa privada a oferecer análises climáticas customizadas no mercado brasileiro e, em 2015, instalou o LABS Climatempo no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), para atuar na pesquisa e no desenvolvimento de soluções para tempo severo, energias renováveis (eólica e solar), hidrologia, comercialização e geração de energia, navegação interior, oceanografia e cidades inteligentes. Fundada em 1988, a Climatempo foi adquirida, em 2019, pela StormGeo, empresa líder global em serviços de inteligência meteorológica e suporte à decisão, sediada na Noruega, com presença em 26 países e 550 funcionários, e que, desde 2021, integra o grupo Alfa Laval, líder global no fornecimento de produtos nas áreas de transferência de calor, separação e manuseio de fluidos.

 

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