A política de humanização dos serviços de Saúde, promovida pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), propicia às equipes da Maternidade do Juruá, em Cruzeiro do Sul, a realização de um trabalho construído por muitas mãos, que se torna referência em assistência à saúde especializada em ginecologia, obstetrícia e neonatologia na segunda maior e mais populosa região acreana. Um verdadeiro exemplo de cuidado com a vida na primeira infância.
“Doar leite é um ato de amor”, define Liliane Alencar da Silva, que é uma das 371 doadoras registradas no Banco de Leite da Maternidade do Juruá, em 2024. A mãe da Ágata Sophia se diz abençoada pela oportunidade de ajudar no crescimento e reestabelecimento de crianças, com a doação de potinhos de leite, que são coletados e recolhidos na sua própria casa, numa ação desenvolvida por equipes da unidade hospitalar.
Do lar de Liliane, o líquido segue para a Maternidade, onde é pasteurizado e usado como recurso para salvar vidas de milhares de bebês na região do Juruá, Tarauacá e Envira, além de municípios do Amazonas. “Eu me coloco no lugar de mães que, muitas das vezes, não podem amamentar por algum motivo. Fico agradecida a Deus e me sinto abençoada, porque só em pensar nas crianças que serão beneficiadas por esses potinhos, eu fico cheia de alegria no coração”, disse.
No organismo dos bebês, o leite protege contra infecções, previne doenças futuras, favorecendo o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, além de contribuir com o desenvolvimento do sistema imunológico, entre outros benefícios.
A Maternidade do Juruá cobre uma população de mais de 200 mil mulheres que residem numa área de mais de 74 mil km², o que corresponde à extensão territorial de países como a Irlanda. Sua estrutura de 4 mil m² é composta dos centros Obstétrico, de Observação Clínica e de Alojamento conjunto, além das clínicas Ginecológica e Cirúrgica, e as unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru (Ucinca), totalizando 79 leitos e 12 poltronas.
Em 2024, a unidade realizou 12.617 atendimentos de urgência e mais de 10 mil procedimentos de emergência, entre medicação e oferta de exames laboratoriais e de ultrassom (USG). Foram realizados 2.891 partos normais, 293 cirurgias eletivas e 351 procedimentos cirúrgicos por meio do programa Opera Acre.
Um total de 366 internações foram notificadas nos setores de neonatologia e Ucinca; contabilizadas 1.648 consultas de gestações de alto risco e 1.993 consultas clínicas ginecológicas. Somente no laboratório de análises clínicas foram efetuados 260 mil exames.
Além disso, o Serviço de Arquivo Médico e Estatística (Same) da unidade hospitalar registrou o investimento de R$ 4.137.482,22, em recursos oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS), e 52 transferências por meio de TFD foram registradas no Núcleo Interno de Regulação (NIR).
“A cada dia nos esforçamos para aprimorar os nossos serviços, como determina o governador Gladson Camelí e o secretário Pedro Pascoal. Trata-se de um trabalho incansável do Estado para que crianças e mulheres tenham acesso à saúde, que é um direito deles resguardado pela Constituição. Nosso foco é desempenhar nossa missão, garantindo ao usuário o melhor atendimento”, ratifica a gerente-geral da Maternidade, Iglê Montes.
O Banco de Leite do hospital, que em 2022 deixou de ser ponto de coleta e passou a ser integrante da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, apresentou, em 2024, um balanço de 362, 6 litros de leite coletados, com distribuição de 142, beneficiando a vida de 245 recém-nascidos.
Com o fornecimento do leite com excelente qualidade para a Mãe Canguru e UTI Neonatal, o governo Gladson Camelí salva milhares de vidas, como é o caso do pequeno Isaac Daniel da Silva, que há sete dias veio ao mundo na Maternidade do Juruá.
Ao lado do filho, Maria Rosa de Souza, natural de Guajará, no Amazonas, compartilha a alegria de ver o seu menino se reestabelecendo. “Sou muito grata às doadoras, pessoas que eu não conheço, e também às equipes do hospital pelos cuidados com o meu filho. Sem dúvidas, o leite salvou a vida do meu Isaac”, afirma.
Em larga escala, a iniciativa do Estado contribui para a melhoria da nutrição, educação e saúde da população, avançando na redução dos índices de mortalidade infantil na região. Uma corrente do bem, que cuida daqueles que são considerados o futuro do Acre. “O investimento no Banco de Leite da Maternidade foi essencial e histórico à sociedade local, porque cuidamos da primeira infância, de modo a dar condições para que essas crianças tenham melhor desenvolvimento e qualidade de vida. Os bebês saem daqui saudáveis”, destaca a coordenadora do Banco de Leite, Márcia Soares de Paula.
Seja no trabalho de parto ou na realização de cirurgias, o acolhimento e cuidados com as mulheres que chegam à Maternidade em busca de assistência fazem diferença. As práticas têm transformado o medo em alegria.
Mãe de gêmeos, Tatiane Luma de Oliveira relata que a gravidez de risco lhe obrigou a vir de Marechal Thaumaturgo, mas especificamente da aldeia Nova Esperança, localizada na terra indígena Apolima-Arara, às margens do Rio Amônia, para realizar o acompanhamento em Cruzeiro do Sul. Ela enfatiza que o suporte da Maternidade foi a chave para que seus filhos viessem ao mundo com vida e saudáveis. “Quando descobri que estava grávida de gêmeos, comecei apresentar inúmeras complicações, que foram superadas com o cuidado que recebi neste lugar”, pontua.
Com uma de suas crianças nos braços, a mãe sorri e afirma: “Desde a chegada aqui, fui bem atendida e os meus filhos foram recebidos com muito zelo. Só tenho gratidão”.
A mesma felicidade foi observada no sorriso de Bárbara de Queiroz, uma cruzeirense e mãe de três filhos, após realizar cirurgia de laqueadura, em fevereiro de 2024, por meio do programa Opera Acre, uma iniciativa do governo do Estado.
Na época, Bárbara reforçou a importância dos cuidados da equipe para o sucesso da cirurgia e agradeceu o acesso ao serviço na sua terra natal. “O sentimento que hoje me domina é o de felicidade”, proferiu Bárbara.
Para o diretor técnico da unidade, Billy Rodrigues, os esforços das equipes se concentram na busca pela satisfação da sociedade e na redução de intercorrências. “É nosso compromisso prestar uma assistência necessária em todos os momentos de gestação, bem como na oferta de procedimentos cirúrgicos. Temos ampla estrutura, que nos permite oferecer todo suporte aos pacientes. Além da satisfação da sociedade, atuamos para reduzir significativamente as intercorrências na unidade”, pontua.
Investimentos pontuais da gestão Gladson Camelí aprimoram os serviços ofertados no Hospital da Criança e da Mulher do Juruá. Recentemente, o Executivo do Estado reforçou o quadro de profissionais da unidade, totalizando 90% dos servidores efetivos, além de entregar veículo e equipamentos, estabelecer como política permanente a realização de cirurgias eletivas e promover a educação permanente dos profissionais, por meio de capacitações.
“Nos últimos anos, apresentamos importantes avanços na Saúde local, especialmente na Maternidade, com bebês tendo acesso ao leite fornecido pela unidade, além de cirurgias eletivas e de laqueadura. Investimentos que melhoraram a qualidade de vida da população”, frisou a gestora local da Sesacre, Diani Carvalho.
Fruto da política de humanização da Saúde, o Estado reduziu o número de transferência de pacientes por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD). No período de um ano, entre 2023 e 2024, a queda representa quase 22%, de acordo com a Sesacre. “Com isso, economizamos recursos que são utilizados na aquisição de equipamentos para a Maternidade e também na oferta de outros serviços para a regional”, explica Diani Carvalho.
O trabalho recebe reconhecimentos, e Vitória Santiago Barbosa protagonizou um momento marcante durante a Semana da Prematuridade, realizada na unidade, em novembro de 2023, 15 anos após o seu nascimento.
A adolescente lutou pela vida desde as primeiras horas do seu nascimento, aos seis meses de gestação, quando pesava apenas 800 gramas. Com três dias de vida, Vitória apresentou redução no peso, chegando aos 650 gramas. Mas o drama foi vencido quando completou três meses e recebeu alta médica, pesando 2,5 quilos.
“Quando nasci, o médico me deu duas horas de vida e disse que, se a luta fosse vitoriosa, eu me chamaria Vitória. Hoje estou aqui para agradecer a todos pelo zelo que tiveram com a minha vida. Graças a Deus e ao trabalho desses profissionais, sigo viva e cheia de sonhos”, enfatizou.
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