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Guardiãs do futuro: mulheres lideram ações ambientais na Paraíba

As mulheres desempenham um papel essencial na luta pela preservação do meio ambiente e na promoção de uma produção justa, limpa e sustentável. Elas...

08/03/2025 às 09h11
Por: Redação Fonte: Secom Paraíba
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Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba

As mulheres desempenham um papel essencial na luta pela preservação do meio ambiente e na promoção de uma produção justa, limpa e sustentável. Elas representam cerca de 30% dos pesquisadores em áreas ambientais e climáticas, são responsáveis por até 80% da produção de alimentos e pela gestão de recursos naturais, além de constituírem a maioria da população brasileira.

Na Paraíba, a política ambiental passa pelas mulheres. Elas compõem 50% da força de trabalho da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que é comandada por uma mulher, Rafaela Camaraense. “Travamos uma luta diária por respeito, igualdade e representatividade, mas precisamos reconhecer os avanços. Em relação ao meio ambiente, temos uma força feminina muito grande, impulsionando o desenvolvimento sustentável, a produção limpa, a pesquisa e a formulação de políticas públicas”, destacou.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), nos países em desenvolvimento, as mulheres são responsáveis por até 80% da produção de alimentos e pela gestão de recursos naturais. Esses números evidenciam a conexão entre as mulheres, o sustento das comunidades e a promoção da segurança alimentar, além do uso sustentável dos recursos.

No município de Cubati, Sara Constâncio, agricultora e presidente da Associação de Cooperação Agrícola dos Produtores Rurais - Nova Esperança / São Domingos, é uma força feminina que incentiva a produção agroecológica e o reflorestamento. Ela reforça a importância de produzir em harmonia com a natureza. “Iniciei aqui em 2003, comecei com umas mudinhas, pouca coisa. Ia para um evento e trazia algo. A gente produz alimento com qualidade, a gente produz vida. Agroecologia, produzir em consórcio com o meio ambiente, é o futuro. Quem quiser ter futuro vai ter que fazer sua parte”, afirmou a agricultora, que já plantou mais de 2 mil árvores.

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No campo científico, as mulheres também têm se destacado. Segundo o UNESCO Science Report: Towards 2030, elas representam cerca de 30% dos pesquisadores em áreas ambientais e climáticas. A médica-veterinária Patricia Oliveira faz parte desse número. Ela é autista e atua na área aquática, trabalhando junto a comunidades de pescadores e marisqueiras. Para ela, unir ciência e saberes populares fortalece a gestão ambiental, trazendo soluções inovadoras e mais humanas para os desafios enfrentados.

“Ser mulher e trabalhar com o meio ambiente é também um ato de resistência e transformação. Em um campo historicamente dominado por homens, ocupar esse espaço significa abrir caminhos para outras mulheres e promover uma abordagem mais integrativa na pesquisa e na conservação. Nossa visão amplia o olhar sobre a biodiversidade, levando em conta não apenas os dados científicos, mas também as relações sociais e culturais que envolvem os ecossistemas. Isso fortalece tanto a ciência quanto as comunidades, garantindo que a preservação ambiental caminhe lado a lado com a justiça social”, afirmou.

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Na luta pela preservação, as mulheres indígenas também têm um papel essencial. Os povos originários são guardiões do meio ambiente, convivendo em harmonia com a natureza e estabelecendo modelos de trocas equilibradas.

A indígena Iasypitã, ecóloga formada pela UFPB e graduanda em Ciências Biológicas, mora na Baía da Traição e atua como articuladora entre os povos originários e o Governo do Estado. Ela ressalta que a preservação do meio ambiente é fundamental para o sustento das famílias indígenas, já que muitas mulheres garantem a subsistência a partir das sementes e frutas colhidas da natureza.

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“Preservar a natureza é preservar o povo indígena, porque muitas de nossas famílias são lideradas por mulheres. Elas retiram da natureza as sementes, são artesãs, pescadoras. Minha mãe me criou tirando mangaba. Ela colhia a fruta e a levava para a feira para comercializar. Dentre outras atividades que realizava, essa foi a que sustentou sozinha cinco filhas. Então, preservar a natureza é preservar o sustento dessas mulheres, que muitas vezes lideram suas casas”, contou a ecóloga.

Campanha -Como parte das comemorações do mês, a Semas está desenvolvendo a campanha “Mulheres que inspiram – Sua força move o mundo”, que retrata o dia a dia de mulheres paraibanas que utilizam o meio ambiente como meio de vida, sobrevivência e sustento familiar, enquanto preservam os recursos naturais. A série conta com quatro episódios, que serão disponibilizados no perfil oficial da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (@semaspbgov). O primeiro já está no ar, e os próximos serão publicados ao longo de março, celebrando as histórias inspiradoras dessas mulheres.

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