App estará disponível nas plataformas iOS e Android
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), equipamento da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), lança nesta sexta-feira (13), a partir das 8h, o aplicativo SOS Hemofilia. Voltado para pacientes hemofílicos, a plataforma visa informar, em tempo real, casos de urgência e emergência ao serviço especializado do Ambulatório de Coagulopatias e Hemoglobinopatias do hemocentro cearense. O lançamento faz parte da programação do Simpósio Cearense com o memso tema, que acontece nos dias 12 e 13 de dezembro no auditório da sede da instituição, em Fortaleza.
A ferramenta SOS Hemofilia foi criada pela equipe de desenvolvimento da Prefeitura de Campina Grande–PB, a mesma que desenvolveu “Júlia”, um aplicativo de denúncia de casos de assédio sexual em ônibus, inspiração que despertou o interesse do Hemoce para a elaboração do app.
Com apenas um clique no celular, os pacientes com hemofilia poderão informar que estão em quadros complexos e se deslocando para unidades hospitalares, garantindo uma conduta célere e adequada. Caso o paciente não tenha condições de clicar no aplicativo, quem estiver acompanhando pode acionar a plataforma, que promete facilitar e agilizar a comunicação do serviço especializado com o hospital. Por meio de georreferenciamento, os profissionais do Hemoce poderão monitorar a localização dos pacientes, contactar os locais de atendimento e auxiliar na condução, em casos de acidentes e sangramentos graves.
Luany Mesquita, diretora de hematologia do Hemoce, explica como vai funcionar a plataforma. “Os pacientes realizarão o cadastro no sistema no momento da consulta no hemocentro. Em situações de emergência, com sangramentos que tenham risco de morte e acidentes, por exemplo, a pessoa acionará o botão SOS e o hemocentro receberá em tempo real a informação, bem como a sua geolocalização. Dessa forma, a equipe do hemocentro poderá orientar a equipe do hospital onde o paciente será atendido para que haja condução correta, bem como enviar imediatamente fatores de coagulação para infusão, o mais precocemente possível”. Ela explica que, atualmente, as pessoas com hemofilia acompanhadas pelo Hemoce contam com uma carteirinha de identificação que deve ser apresentada pelo usuário ao realizar atendimento nas unidades de saúde.
O hemocentro cearense conta com médicos plantonistas que oferecem suporte a todas as intercorrências dos pacientes com hemofilia. Com a plataforma digital, apenas clicando no aplicativo, os hemofílicos conseguirão passar todas essas informações para o profissional que estiver no serviço. Ainda neste mês de dezembro, o Hemoce iniciará o cadastro dos pacientes. A ferramenta digital estará disponível nas plataformas Android e iOS.
“Enquanto serviço de referência, imaginamos a possibilidade de auxiliar os pacientes hemofílicos em situações de urgência e emergência. Existem várias particularidades que precisam ser comunicadas nesses momentos complexos. A falta dessas informações qualificadas pode retardar e complicar o atendimento, porque o paciente pode demorar a receber o tratamento adequado. Informações qualificadas como diagnóstico, características clínicas (gravidade e presença de inibidores de coagulação), histórico de reações alérgicas estarão rapidamente disponíveis para a equipe médica do hospital”, explica Luciana Carlos, diretora-geral do Hemoce.
Entre os dias 12 e 13 de dezembro, o Hemoce realiza o Simpósio Cearense de Coagulopatias e Hemoglobinopatias. O evento visa a troca de experiência entre profissionais envolvidos com o atendimento de pacientes dos ambulatórios de Coagulopatias e Hemoglobinopatias da Hemorrede estadual e serviços parceiros.
No evento, serão discutidos temas e estratégias para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias e promover a atualização dos profissionais da saúde responsáveis pelo atendimento desses pacientes. A capacitação também é aberta para estudantes e demais interessados da área da saúde.
Hemoce é referência em tratamento de pessoas com hemofilia; instituição realiza os exames para detectar a deficiência na coagulação e faz o acompanhamento multidisciplinar de pacientes
A hemofilia é uma condição genética que afeta uma das proteínas do sangue, impedindo a coagulação e causando sangramento por mais tempo e com maior frequência. Considerada rara, atinge mais de 350 mil pessoas no mundo, a maioria homens. Segundo o Ministério da Saúde (MS), o Brasil possui a quarta maior população de hemofílicos, com cerca de 13 mil pessoas.
O Hemoce é referência em tratamento de pessoas com hemofilia. A instituição realiza os exames para detectar a deficiência na coagulação e faz o acompanhamento multidisciplinar de pacientes. A equipe é formada por médicos hematologistas, fisioterapeutas, farmacêuticos, enfermeiros, odontólogos, assistentes sociais e psicólogos. O hemocentro cearense acompanha cerca de 655 pacientes com hemofilia em todo o Ceará.
Em Fortaleza, o atendimento é feito na sede do Hemoce, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. A farmácia da unidade, responsável pela dispensação dos concentrados de fatores da coagulação aos pacientes, funciona 24h. No interior do Ceará, a assistência é oferecida pelos equipamentos regionais do hemocentro em Sobral, Crato, Iguatu e Quixadá.
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