Um seminário on-line realizado na última sexta-feira (29) apresentou resultados preliminares da implantação das Unidades de Pesquisa Participativa (UPPs) em Sistema de Café Arborizado na região do Sul-Caparaó, no Espírito Santo. A atividade reuniu agricultores, pesquisadores, extensionistas, professores, bolsistas e estudantes para discutir os dados sobre a sustentabilidade e os custos operacionais desses sistemas agroflorestais.
As UPPs fazem parte do projeto "Desempenho agronômico e econômico do cafeeiro em sistemas arborizados", desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com recursos do edital 20/2018 do Programa Café da Embrapa Café e Consórcio Café. O projeto avalia a performance de cafeeiros arábica e conilon em cultivos arborizados, com o objetivo de ampliar os conhecimentos técnicos e científicos sobre o cultivo de café em consórcios perenes e sistemas agroflorestais.
Organizado pelo Incaper e pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – Campus de Alegre, o seminário contou com a moderação do pesquisador do Incaper, João Batista Araújo da Silva, apresentações dos professores da Ufes Haloysio M. Siqueira e Ana Cláudia Hebling Meira, além de participação dos debatedores Fábio Morandi de Moraes (extensionista do Incaper) e Ayana Zanúncio Araujo (professora do Ifes – Campus Montanha).
De acordo com o coordenador do projeto, o extensionista do Incaper, Ricardo Eugênio Pinheiro, o seminário foi um momento crucial para discutir os resultados obtidos nas avaliações participativas das unidades. "A proposta da atividade foi debater os custos de implantação e os indicadores de sustentabilidade, levando em conta a percepção das famílias agricultoras participantes do projeto sobre as vantagens e desafios do sistema, além da reorganização do trabalho e a necessidade de mão de obra", explicou.
O projeto também tem foco na capacitação de extensionistas, alunos e agricultores, especialmente importante em uma região onde há carência de profissionais especializados em sistemas agroflorestais.
A bolsista Wanessa Rocha Teixeira compartilhou sua experiência no projeto, destacando a importância do contato direto com os agricultores e a transformação nas práticas agrícolas. "O mais gratificante foi ver meu pai, um agricultor convencional, mudando seus métodos após participar do projeto. Este tipo de pesquisa não se resume a números de produção, mas também a mudanças no comportamento e na forma de cultivar", afirmou.
Segundo o extensionista Ricardo Eugênio, os resultados do projeto serão divulgados após as análises finais, contribuindo para o aprimoramento das práticas agroflorestais no cultivo de café.
Atualmente, o projeto conta com três UPPs, implantadas em propriedades rurais nos municípios de Alegre, Ibitirama e Iúna. Para o próximo ano, há previsão de implantação de novas unidades em Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Alegre e Cachoeiro de Itapemirim.
Informações à Imprnesa
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