O lançamento de obras da historiadora brasileira Mary Del Priore e do escritor angolano Ondjaki marcou a programação da segunda noite do Encontro Internacional de Escritores da Língua Portuguesa, nessa quarta-feira, 20. O evento ocorre até esta quinta, 21 de novembro, e reúne, em São Luís (MA), grandes escritores da língua portuguesa em atividade.
As atividades estão concentradas na Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), sediada no Convento das Mercês, no Centro Histórico da capital maranhense. O encontro é uma realização do Instituto Casa do Autor Maranhense e da FMRB, e integra o projeto Conversações de Além-Mar.
Foram lançados durante a programação dessa quarta-feira os livros “Segredos de uma Família Imperial”, de Mary Del Priore; e “Bom Dia, Camaradas”, de Ondjaki.
Em “Segredos de uma Família Imperial”, Priore apresenta detalhes da intimidade da família imperial Orléans e Bragança, após a proclamação da República, em 1889.
“O livro se centra na vida dos três príncipes que nós tivemos. Você não sabe que tivemos príncipes brasileiros e não sabe o que aconteceu com eles. E são histórias muito interessantes porque são histórias de relação entre pais autoritários e filhos que querem ter sua própria vida. O problema é que está desde Shakespeare, desde a Bíblia, e que aparece também nas famílias monárquicas”, revela Mary Del Priore.
Pela primeira vez em São Luís, o angolano Ondjaki - pseudônimo do poeta e escritor Ndalu de Almeida - avalia que o encontro em São Luís, “aproxima pessoas” por meio do idioma, da cultura e literatura.
“Estamos aqui, creio, para falar não só de livros, mas também de sonhos do que é que vamos escrever, do que é que ainda não escrevemos e do que é que gostaríamos de escrever. É através destes encontros que muitas vezes conhecemos outros escritores, outras culturas. É um modo de viajar e é como se faz na literatura”, pontua Ondjaki.
Intercâmbio de experiências
Para o presidente da FMRB, Kécio Rabelo, o Encontro Internacional de Escritores de Língua Portuguesa é uma oportunidade de “intercâmbio cultural e de experiências” entre escritores de países lusófonos.
“Esse é um encontro de intercâmbio cultural, de intercâmbio de ideias, de intercâmbio de interpretações, mas sobretudo de experiências. É uma comunidade inteira formada por oito, nove países que falam a língua portuguesa, mas com características históricas e culturais, de formação de um povo muito diverso”, frisa Rabelo.
O escritor maranhense e diretor do Instituto Casa do Autor Maranhense, Wilson Marques, reforça a importância desse tipo de integração cultural entre escritores que utilizam a língua portuguesa.
“A ideia é essa; aproximar quem faz literatura do país de língua portuguesa, na África ou mesmo em Portugal, da literatura produzida aqui no Brasil. A ideia é que a gente se conheça melhor, eles conhecem o que a gente produz aqui, e a gente conhece o que está sendo feito nesses outros países”, pontuou.
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