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Serra do Divisor: parque atrai turistas do mundo todo e avança no ecoturismo

Belezas naturais de 8 cachoeiras catalogadas, trilhas, piscinas naturais e um mirante no topo da serra encantam turistas e pesquisadores que visita...

14/04/2022 às 09h32
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Secom Acre
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Foto: Reprodução/Secom Acre
Foto: Reprodução/Secom Acre

Belezas naturais de 8 cachoeiras catalogadas, trilhas, piscinas naturais e um mirante no topo da serra encantam turistas e pesquisadores que visitam a unidade de conservação

O Parque Nacional da Serra do Divisor, o ponto mais ocidental do Brasil, atrai olhares do mundo todo por ter, em seus 837 mil hectares preservados, a beleza e a diversidade de pássaros, borboletas, árvores endêmicas e belíssimas cachoeiras.

Parque Nacional da Serra do Divisor possui uma das maiores biodiversidades da Amazônia. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Parque Nacional da Serra do Divisor possui uma das maiores biodiversidades da Amazônia. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Situado no Acre, na região do Juruá, um dos maiores biomas do planeta é também o quarto maior parque nacional brasileiro e possui uma comunidade muito consciente do seu valor, incluindo as duas etnias indígenas, Naua e Nukini, que são completamente integradas às famílias ribeirinhas que vivem ao longo do Rio Moa.

Rio Moa, cheio de curvas, cachoeira e corredeiras, abraça a Serra do Divisor. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Rio Moa, cheio de curvas, cachoeira e corredeiras, abraça a Serra do Divisor. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Beleza à parte, o rio cheio de curvas que abraça o parque nacional possui corredeiras, cachoeira que deságua direto no afluente e uma queda d’água um tanto inusitada, pois surgiu por uma interferência humana e se tornou um dos grandes atrativos turísticos da região: o Buraco Central, utilizado como ofurô pelos banhistas.

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Buraco Central foi cavado há mais de seis décadas em busca de Petróleo, mas a riqueza descoberta no local foi uma água cristalina. Local acabou virando ponto turístico. Foto: Pedro Devani/Secom.
Buraco Central foi cavado há mais de seis décadas em busca de Petróleo, mas a riqueza descoberta no local foi uma água cristalina. Local acabou virando ponto turístico. Foto: Pedro Devani/Secom.

Com cerca de 600 metros de profundidade, o buraco foi cavado há mais de seis décadas pelo Conselho Nacional do Petróleo, que atualmente é a Petrobras. A prospecção visava o petróleo, mas a riqueza descoberta no local foi água, muita água, que jorra com tanta força que não permite que o banhista afunde. A profundidade alcançou o lençol freático e a água que sobe de lá tem a temperatura bem diferente das águas frias do rio e cachoeiras da região.

Rosy disse que já esteve na Serra três vezes e gosta de ir ao Buraco Central por causa da sensação relaxante que a água aquecida proporciona. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Rosy disse que já esteve na Serra três vezes e gosta de ir ao Buraco Central por causa da sensação relaxante que a água aquecida proporciona. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

“Esse lugar é incrível, é a terceira vez que venho ao parque e todas as vezes entro no Buraco Central porque a água é quentinha e relaxante, parece ser água termal”, disse a turista Rosy Souza, 25.

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Os turistas chegam ao Buraco Central com facilidade, por estar a menos de 200 metros da margem do rio – a 15 minutos de barco das pousadas localizadas no parque – e entram um por vez para experimentar o exótico ofurô.

Turistas entram um por vez para experimentar o exótico ofurô, que jorra água com grande força. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Turistas entram um por vez para experimentar o exótico ofurô, que jorra água com grande força. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Esse é apenas um dos pontos turísticos mais visitados do parque. A equipe da Agência de Notícias esteve no local para mostrar quais são os mais acessíveis e os que requerem um pouco mais de espírito aventureiro para ser desbravados.

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Trilhas e cachoeiras são indicações para relaxar em uma imersão à natureza

O casal Raimundo Silva e Aline Bezerra escolheu a Serra do Divisor para comemorar um ano de casamento. Moradores de Cruzeiro do Sul, eles saíram em uma sexta-feira da cidade e percorreram meia hora de estrada até Mâncio Lima (município que abriga 34% do parque), onde já havia um barco à sua espera, para transportá-los até o Parque Nacional da Serra do Divisor.

Raimundo Silva e Aline Bezerra escolheram a Serra do Divisor para comemorar um ano de casamento. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Raimundo Silva e Aline Bezerra escolheram a Serra do Divisor para comemorar um ano de casamento. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Após oito horas de viagem pelos rios Japiim e Moa, com o bônus de contemplar as belezas típicas da Amazônia, o casal desembarcou no Pé da Serra, a última comunidade do ponto mais ocidental do Brasil.

É lá que os turistas se hospedam, local que atualmente possui três pequenas pousadas, próximas dos principais pontos turísticos. Raimundo e Aline se hospedaram em um chalé de casal na Pousada do Miro, mas levaram barraca para pernoites com mais aventura dentro do parque.

Raimundo e Aline se hospedaram em um chalé de casal na Pousada do Miro, mas levaram barraca para pernoites com mais aventura dentro do parque. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Raimundo e Aline se hospedaram em um chalé de casal na Pousada do Miro, mas levaram barraca para pernoites com mais aventura dentro do parque. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Eles contam que estavam em dúvida sobre o destino escolhido, mas que valeu cada momento em que ficaram no paraíso serrano. “A Serra do Divisor é um lugar aconchegante, para quem procura paz e conhecimento também. Meu marido é biólogo, então para ele está sendo muito especial passar estes dias aqui”, disse Aline.

Cachoeira do Ar Condicionado é uma das mais recomendadas pelos turistas por sua beleza e facilidade de acesso. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Cachoeira do Ar Condicionado é uma das mais recomendadas pelos turistas por sua beleza e facilidade de acesso. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Sair do estresse da zona urbana e se conectar à natureza é algo muito prazeroso, segundo Raimundo, que recomendou a Cachoeira do Ar Condicionado como um dos pontos que os turistas não podem deixar de conhecer: “É uma cachoeira belíssima, bastante alta, que te leva a um momento de muita paz e sossego. Foi o local que mais gostamos de visitar”, reforçou.

Cachoeira do Amor e o seu percurso encantador

Cachoeira do Amor possui trilha curta e maior parte do caminho é percorrido por água e pedras. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Cachoeira do Amor possui trilha curta e maior parte do caminho é percorrido por água e pedras. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Com menos de 1km de caminhada, maior parte dela com os pés dentro de uma água cristalina, o turista chega à Cachoeira do Amor. A trilha é uma das mais bonitas a ser visitada. Desde o comecinho já se pode ouvir o barulho da queda d’água, que por sinal, é a mesma que percorre todo o caminho por onde o turista pisa.

Mirante da Serra, o topo mais alto do parque

A trilha ao lado da Cachoeira do Amor é a que sobe para o Mirante da Serra, onde está o topo mais alto do parque, com 609 metros de altura. É um dos pontos mais visitados, com uma trilha bem íngreme, de 1,2km. Apesar da distância relativamente curta, a trilha exige muito fôlego de quem resolve se aventurar por ela. A recompensa é uma bela vista de todo o Parque Nacional da Serra do Divisor.

Apesar da distância relativamente curta, a trilha para o Mirante da Serra exige muito fôlego. Foto: Pedro Devani/Secom.
Apesar da distância relativamente curta, a trilha para o Mirante da Serra exige muito fôlego. Foto: Pedro Devani/Secom.

É possível fazer os dois passeios em uma única manhã. A recomendação dos guias locais é para que o turista suba até o mirante primeiro e depois desça para pegar a trilha ao lado e relaxar na Cachoeira do Amor.

A recompensa é uma bela vista de todo o Parque Nacional da Serra do Divisor. Foto: Pedro Devani/Secom.
A recompensa é uma bela vista de todo o Parque Nacional da Serra do Divisor. Foto: Pedro Devani/Secom.

Cachoeira Formosa, a escolhida para acampar

Aos que preferem um pouco mais de aventura, o parque possui outros atrativos, como a Cachoeira Formosa, que pode ser contemplada após 14km de trilha dentro da floresta.

Cachoeira Formosa é a escolhida pelos turistas para acampar, devido a distância. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Cachoeira Formosa é a escolhida pelos turistas para acampar, devido a distância. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Por ser mais distante que as demais cachoeiras, os turistas têm duas opções: sair muito cedo da pousada para ir e voltar no mesmo dia, ou levar barraca e comida para acampar no local e retornar no dia seguinte.

Cachoeira Formosa pode ser contemplada após 14km de trilha dentro da floresta. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Cachoeira Formosa pode ser contemplada após 14km de trilha dentro da floresta. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Ao todo, são oito cachoeiras para explorar dentro do parque: Ar Condicionado, do Amor, Pedernal, Pirapora 1, Pirapora 2, Grande, Mapinguari e Formosa.

Novos pontos turísticos estão sendo descobertos

O Parque Nacional da Serra do Divisor foi criado há 30 anos e sua grande biodiversidade deixa pesquisadores convictos de que há muito ainda a ser descoberto no local, inclusive novas cachoeiras.

Parque Nacional da Serra do Divisor foi criado há 30 anos e ainda tem muito a ser descoberto dentro dele. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Parque Nacional da Serra do Divisor foi criado há 30 anos e ainda tem muito a ser descoberto dentro dele. Foto: Marcos Vicentti/Secom

O território do parque está distribuído nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Porto Walter, Santa Rosa do Purus e Marechal Thaumaturgo, e faz fronteira com o Peru. “Há evidências de grandes descobertas a serem feitas, principalmente na região do parque que cobre Mâncio Lima. Recentemente tomamos conhecimento de um lago até então desconhecido, dentro de uma elevação de serra”, destacou o secretário de Meio Ambiente e Turismo do Município de Mâncio Lima, Rosaldo Marques.

Território do parque está distribuído nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Porto Walter, Santa Rosa do Purus e Marechal Thaumaturgo, e faz fronteira com o Peru. Foto: Pedro Devani/Secom.
Território do parque está distribuído nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Porto Walter, Santa Rosa do Purus e Marechal Thaumaturgo, e faz fronteira com o Peru. Foto: Pedro Devani/Secom.

O lago foi visto por meio de uma foto de satélite, há menos de um ano. Ainda não se sabe qual a dimensão dele, mas está a cerca de 5km da fronteira com o Peru, dentro do município de Mâncio Lima. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, é quem administra o parque. Pesquisadores já estão em tratativa com o órgão para que um estudo mais aprofundado sobre o lago seja autorizado.

Grande biodiversidade deixa pesquisadores convictos de que há muito ainda a ser descoberto no local, inclusive novas cachoeiras. Foto: Marcos Vicentti/Secom
Grande biodiversidade deixa pesquisadores convictos de que há muito ainda a ser descoberto no local, inclusive novas cachoeiras. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Além do lago, uma caverna com aproximadamente 15 metros de diâmetro, próximo à comunidade Pé da Serra, foi descoberta, porém, não é de fácil acesso e nem está liberada para o turismo, ainda, por questões de segurança.

Comunidade Pé da Serra, a guardiã da riqueza natural

O turismo no Parque Nacional da Serra do Divisor está em plena expansão. De uns três anos para cá, os seis barqueiros que atuavam transportando turistas ao paraíso natural se transformaram em 16.

Edmilson Cavalcante é um dos guias mais experientes da Serra do Divisor. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Edmilson Cavalcante é um dos guias mais experientes da Serra do Divisor. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

“Já recebi turistas da França, Bélgica, Argentina, Austrália, Estados Unidos e Nova Zelândia. Do Brasil, recebi muitos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Mas, do Acre mesmo, passei a receber recentemente, eram poucos os que vinham aqui antes”, disse o guia turístico Edmilson Cavalcante, que já foi proprietário de uma pousada na Serra.

Seu Edmilson conta com orgulho que o parque em que mora com a sua família é muito rico em “turismo de passeio e turismo de pesquisa” Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Seu Edmilson conta com orgulho que o parque em que mora com a sua família é muito rico em “turismo de passeio e turismo de pesquisa” Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Seu Edmilson é um dos guias mais experientes do local. Ele conta com orgulho que o parque em que mora com a sua família é muito rico em “turismo de passeio e turismo de pesquisa”, mas esse valor a comunidade aprendeu a reconhecer com o tempo, depois de cursos e ações que qualificaram os profissionais da região para a condução dos turistas e visitantes em espaços naturais ou áreas legalmente protegidas.

Cachoeira Pirapora 1 deságua direto no Rio Moa. Com o rio cheio, queda d’água fica mais curta Foto: Pedro Devani/Secom.
Cachoeira Pirapora 1 deságua direto no Rio Moa. Com o rio cheio, queda d’água fica mais curta Foto: Pedro Devani/Secom.

“Aprendemos a proteger o meio ambiente, a valorizar o patrimônio natural que temos. Aqui dentro do parque as nossas famílias são as guardiãs de toda essa riqueza”, destaca.

Serra do Divisor possui um dos maiores biomas do planeta. Foto: Pedro Devani/Secom.
Serra do Divisor possui um dos maiores biomas do planeta. Foto: Pedro Devani/Secom.

Ao todo, 97 famílias habitam no parque. Entre elas estão as famílias das etnias Nukini e Naua.

Turismo de base movimenta economia local

Muito querido na comunidade, Agimiro Magalhães, mais conhecido como Miro, é um grande incentivador do turismo na região. Há 20 anos ele tem uma pousada que leva o seu nome, a primeira do parque. Antes disso, trabalhava como guia turístico de pesquisadores, logo que o parque foi criado.

Agimiro Magalhães, mais conhecido como Miro, é um grande incentivador do turismo na região. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Agimiro Magalhães, mais conhecido como Miro, é um grande incentivador do turismo na região. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

“Eles vinham pesquisar a variedade de morcegos, borboletas, cobras, lagartos e abelhas. Temos também uma variedade de plantas típicas da região, como as bromélias gigantes, que conhecemos como abacaxi brabo, por causa da semelhança com o abacaxi”, explica.

Bromélias gigantes podem ser vistas na subida para o Mirante da Serra e a sua função de armazenar água faz com que a vegetação do topo da serra esteja sempre verdinho. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Bromélias gigantes podem ser vistas na subida para o Mirante da Serra e a sua função de armazenar água faz com que a vegetação do topo da serra esteja sempre verdinho. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

A pesquisa leva um tempo considerável em campo e, como os pesquisadores não tinham onde ficar, Miro acabava abrigando-os em sua casa. Foi quando teve a ideia de abrir uma pousada.

Pousada do Miro recebe turistas e pesquisadores o ano inteiro. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Pousada do Miro recebe turistas e pesquisadores o ano inteiro. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

A visão empreendedora e de ecoturismo que Miro possui recebe o incentivo do governo do Estado do Acre, por meio de ações que, somente na atual gestão, já levaram mais de R$ 445 mil ao parque, entre valores investidos e em andamento, por meio de ações relativas ao turismo de base comunitária.

visão empreendedora e de ecoturismo que Miro possui recebe o incentivo do governo do Estado do Acre, por meio de ações que, somente na atual gestão, já levaram mais de R$ 445 mil ao parque. Foto: Pedro Devani/Secom.
visão empreendedora e de ecoturismo que Miro possui recebe o incentivo do governo do Estado do Acre, por meio de ações que, somente na atual gestão, já levaram mais de R$ 445 mil ao parque. Foto: Pedro Devani/Secom.

“Esse modelo proporciona para as comunidades a continuidade da atividade econômica, porque nele a comunidade é o principal ator das ações de turismo. Com isso, temos dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor um grande atrativo turístico, não somente pelos investimentos feitos pelo governo, mas pelo compromisso que o modelo gera com a comunidade. O governo atua como fomentador do processo e não como mantenedor. Isso tem sido o diferencial para o avanço do ecoturismo na região”, explica o secretário de Empreendedorismo e Turismo do Estado, Jhon Douglas Silva.

Governo entrará como parceiro no projeto de ampliação das três pousadas que existem no local. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Governo entrará como parceiro no projeto de ampliação das três pousadas que existem no local. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

O secretário anunciou que o próximo investimento do governo no parque será um projeto de ampliação das pousadas, em parceria com o Sebrae e o Banco da Amazônia. O Estado oferecerá o projeto sustentável de ampliação das três pousadas.

1º Festival Gastronômico Sabores da Serra do Divisor

Algo que se comenta muito sobre a Serra do Divisor é a culinária local. Por causa de um café regional bem farto, almoço e janta que têm os sabores típicos da Serra, o dono da Pousada do Miro inscreveu o projeto do 1º Festival Gastronômico Sabores da Serra do Divisor na Lei Aldir Blanc, que recebe o apoio do governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM).

Festival Gastronômico Sabores da Serra do Divisor foi aprovado pela Lei Aldir Blanc. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Festival Gastronômico Sabores da Serra do Divisor foi aprovado pela Lei Aldir Blanc. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

O projeto foi aprovado com o valor de R$ 40 mil, investidos em tendas, locação de barcos, material publicitário, contratação de mão-de-obra e outros serviços para a realização do festival.

Pratos feitos na Serra do Divisor são muito elogiados por turistas. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Pratos feitos na Serra do Divisor são muito elogiados por turistas. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Além da culinária, o evento mostrou um pouco da cultura amazônica, com apresentações de danças e rituais de comunidades indígenas e, ainda, a produção do artesanato local.

Festival mostrou também um pouco da cultura amazônica, com apresentações de danças e rituais de comunidades indígenas Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Festival mostrou também um pouco da cultura amazônica, com apresentações de danças e rituais de comunidades indígenas Foto: Marcos Vicentti/Secom.

A chef de cozinha Vanessa Pinheiro falou um pouco sobre os pratos que escolheu para o festival: “Começamos o dia com o nosso café da manhã bem regional, com a tradicional baixaria [pão de milho, carne moída, ovo frito, tomate e cheiro verde], mingau de banana, banana frita, bolo de macaxeira e outras iguarias. Depois, no almoço, oferecemos piau na folha da bananeira, galinha caipira, risoto de porco e feijoada da serra”.

A chef de cozinha Vanessa Pinheiro falou um pouco sobre os pratos que escolheu para o festival e considerou o evento um sucesso Foto: Marcos Vicentti/Secom.
A chef de cozinha Vanessa Pinheiro falou um pouco sobre os pratos que escolheu para o festival e considerou o evento um sucesso Foto: Marcos Vicentti/Secom.

Vanessa disse que o resultado do festival foi muito positivo para atrair turistas e difundir a cultura local. Cerca de cem pessoas estiveram presentes no festival, realizado nos dias 2 e 3 de abril, e a ideia é realizar novos eventos a partir desta experiência.

Festival da Pesca é o próximo evento a ser levado para o parque, segundo Vanessa Pinheiro. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Festival da Pesca é o próximo evento a ser levado para o parque, segundo Vanessa Pinheiro. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

“Estamos pensando em fazer o Festival da Pesca, com a participação da comunidade e de turistas, ainda este ano”, anunciou.

Resgate da cultura indígena

Presente no evento, um grupo da Aldeia Nukini fez apresentação de músicas e danças indígenas, realizou pinturas na pele e expôs artesanatos. O vice-líder da etnia, Txane Pistyani, disse que aceitou o convite para participar do festival com muita alegria, pois para ele o evento é uma oportunidade de valorização do canto e da floresta.

Grupo da Aldeia Nukini fez apresentação de músicas e danças indígenas, realizou pinturas na pele e expôs artesanatos. Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Grupo da Aldeia Nukini fez apresentação de músicas e danças indígenas, realizou pinturas na pele e expôs artesanatos. Foto: Marcos Vicentti/Secom.

“A Serra do Divisor é um lugar muito importante para nós, somos um povo daqui e nossos ancestrais também são. Poder participar de eventos como esse, mostrando um pouco da nossa cultura para quem nos visita é algo muito valoroso e mostra também que possuímos uma conexão de comunidades, unidas em um só pensamento de preservação da natureza. Essa aliança de amizade é muito significativa para o nosso povo”, enfatizou.

Atendimentos de beleza foram levados às mulheres da comunidade Pé da Serra durante o festival Foto: Marcos Vicentti/Secom.
Atendimentos de beleza foram levados às mulheres da comunidade Pé da Serra durante o festival Foto: Marcos Vicentti/Secom.

A equipe da Assistência Social do Município de Mâncio Lima também esteve no festival com um projeto solidário voltado para as mulheres da comunidade. Elas receberam diversos atendimentos de beleza, como corte de cabelo, design de sobrancelha e serviço de manicure.