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Saúde Envelhecimento

Com aumento de população idosa, Bahia avança em ações para envelhecimento saudável.

Na Bahia, a população idosa corresponde a 13,26% dos mais de 14 milhões de habitantes.

15/06/2024 às 21h42
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA.
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Foto: Divulgação / Marina Avdibegovic/Divulgação.
Foto: Divulgação / Marina Avdibegovic/Divulgação.

O Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, celebrado neste sábado (15), chama a atenção para um aumento preocupante nos casos de agressões contra idosos no Brasil. Dados divulgados pelo “Disque 100”, responsável por receber denúncias de agressão contra idosos, evidenciam a necessidade urgente de medidas eficazes para combater este tipo de crime. No primeiro semestre de 2024, mais de 74 mil queixas chegaram ao Ministério dos Direitos Humanos, aumento de 14% em relação ao primeiro semestre de 2023.

Em um país onde a população idosa cresce a cada ano, para além da violência contra esse grupo vulnerável, buscar estratégias para um envelhecimento mais saudável é um desafio. Na Bahia, a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, recentemente, viajou, a convite da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), a Paris, onde pode conhecer experiências internacionais sobre o envelhecimento da população.

“A nossa população idosa dobrou nos últimos 12 anos e fomos até a França para conhecer os programas franceses. São iniciativas interessantes e importantes para a gente, já que a França tem uma percentagem de idosos em sua população bem semelhante à nossa, atualmente. Com essas informações e experiência, vamos planejar ações para atender os nossos idosos ainda melhor”, explica Roberta. 

A viagem à França faz parte de um esforço mais amplo da Sesab para promover o envelhecimento saudável. Em Salvador, o Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi) tem sido um pilar fundamental nesse processo, oferecendo apoio especializado e desenvolvendo programas voltados para a saúde e bem-estar dos idosos.

O Creasi realiza um trabalho abrangente que inclui atendimento ambulatorial especializado, apoio a cuidadores, e distribuição de medicamentos para doenças crônicas, como Alzheimer e Parkinson. Além disso, a instituição oferece exames de eletrocardiograma e densitometria óssea, essenciais para o acompanhamento da saúde dos idosos. Em 2023, foram realizados mais de 106 mil procedimentos, demonstrando o impacto significativo deste centro na vida dos idosos baianos. Foram 6.409 consultas de geriatria, 527 consultas de cardiologia, 208 consultas de neurologia, 971 consultas de psiquiatria e 397 consultas de reumatologia.

“Há 25 anos, o Creasi assumiu esse papel de cuidar dos nossos idosos na rede pública. Sabemos da nossa importância e estamos sempre em busca de melhorias e de ampliar o nosso atendimento à população baiana. A velhice, além da questão da saúde, evidencia um problema social, infelizmente, por conta dos abandonos constantes que os idosos sofrem. Isso dá uma dimensão da nossa responsabilidade enquanto instituição pública”, afirma Helena Pataro Noaves, diretora do Creasi.

A Secretaria da Saúde do Estado também coordena ações intersetoriais para monitorar e apoiar as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) em toda a Bahia, contribuindo para menores taxas de mortalidade por COVID-19 entre os residentes dessas instituições em comparação com outros estados brasileiros. Esse trabalho inclui desde o cadastramento de ILPIs até o treinamento das equipes e a elaboração de protocolos de cuidado.

Foto: Creasi/Saúde GOVBA/Divulgação

Essas iniciativas são passos importantes, mas o caminho ainda é longo. A violência contra idosos é um problema complexo que exige a mobilização de toda a sociedade. Governos, organizações não-governamentais, e a população em geral devem unir esforços para garantir que os direitos dos idosos sejam respeitados e protegidos.

Neste Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, a reflexão e a ação são essenciais. Precisamos transformar a maneira como pensamos, sentimos e agimos em relação à velhice, promovendo uma cultura de respeito e dignidade para todos os idosos.

Números.

Na Bahia, a população idosa corresponde a 13,26% dos mais de 14 milhões de habitantes, ou seja, quase 2 milhões de pessoas e 99% dos municípios considerados envelhecidos. Conforme o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa do estado aumentou 50% em relação ao estudo anterior, de 2010. A Bahia também é a unidade da federação com maior número de centenários.

O Índice de Envelhecimento, que corresponde ao número de pessoas com 65 anos ou mais para cada 100 pessoas até 14 anos, da população baiana triplicou nos últimos 30 anos. O município baiano com maior percentagem de idosos é Jussiape, na Chapada Diamantina, com quase 27% da população acima dos 65 anos. 

As doenças do aparelho circulatório configuram-se como as principais causas de morbidade e mortalidade em idosos, com destaque para as doenças vasculares cerebrais.

Ao todo, 137 municípios baianos possuem Conselhos Municipais de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, 32 municípios contam com Fundo Municipal da Pessoa Idosa e 85 municípios possuem ILPIs.

 

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