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Migrações para o Brasil impulsionam representações culturais

Texto sobre migrações e arte fomentada pelos intercâmbio migratório da América Latina no Brasil

03/05/2024 às 15h29
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
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O fluxo de migrações internacionais para o Brasil, entre 2013 e 2022, resultou no nascimento de 129,8 mil crianças de mães imigrantes que chegaram ao país. O balanço foi feito pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), e foi apresentado em dezembro de 2023.

Ainda de acordo com o estudo, em 2022, a Polícia Federal (PF) registrou 1,2 milhão de registros de residência de longo termo e temporárias de migrantes, dez vezes mais ao observado no início do período.

O crescimento da população migrante jovem nos grandes centros urbanos reflete no aumento das conexões e expressões artísticas influenciadas culturalmente por diversas regiões do continente americano. De acordo com José Marcos Pinto da Cunha, em seu artigo "Migração e urbanização no Brasil: alguns desafios metodológicos para análise", este intercâmbio estimula o desenvolvimento de novos grupos, comunidades e a procura do jovem em expor a sua individualidade.

“A tatuagem é uma afirmação de autoridade sobre o próprio corpo. Ela reafirma a autonomia e a identidade do indivíduo perante a sociedade. Em comunidades específicas, ela contrapõe o domínio do Estado perante comunidades. Ela passa um sinal claro de autodeterminação e escolha sobre o que fazer com o próprio corpo.”, explica Henrique Costa, tatuador.

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Nascido na Zona Sul de São Paulo, Henrique começou a tatuar há 13 anos. Durante a sua trajetória, se especializou em tatuagens com inspiração latina. Conhecido pelos traços finos em preto e sombreamento, o estilo chicano foi influenciado pela migração mexicana nos EUA. Nos dias atuais, a tatuagem chicana representa diversos aspectos da cultura latina, inspirando aspectos culturais como música, moda, filmes e livros.

"Assim como o blues, a música rap e a moda de rua atual, o que conhecemos como a tatuagem moderna e a iconografia de diversos símbolos latinos devem-se muito aos migrantes mexicanos. A forma de tatuar com linhas finas e sombras começou em 1970, na California, e depois se ampliou para a cultura geral. Isso para apenas citar um dos inúmeros exemplos”, complementa Henrique.

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Atualmente, as expressões culturais latinas crescem em São Paulo impulsionadas pela migração vinda ao país nos últimos anos. Grupos de rap como Blenzer e coletivos como o Otra Vida amplificam os aspectos culturais da migração latina.

“Quando me mudei para São Paulo, eu já gostava de reggaeton e outros estilos, mas, incrivelmente, quando vim para cá comecei a ter mais contato com outros aspectos do país que nasci, Bolívia. Entendi a universalidade de muitos símbolos e como eles me integram dentro da onde vivo e de onde eu vim”, finaliza Roberto Calizaya, estudante de 19 anos.  

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