O gigante asiático vem ganhando os holofotes dos economistas nas últimas semanas com dados econômicos mais fracos e com o recente noticiário de piora no setor imobiliário, um dos principais pilares da sua economia. A fraqueza da economia chinesa ocorrida no segundo trimestre, se persistir, vai interferir no agronegócio brasileiro. De abril a junho, os indicadores apontaram uma evolução de apenas 0,8% no PIB. O país está habituado a taxas bem acima dessa.
Dado o atual cenário, as repercussões começaram. O Morgan Stanley cortou a previsão de crescimento econômico da China para este ano. O banco de Wall Street agora vê crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês em 4,7% neste ano, abaixo da previsão anterior de 5%.
Para a Gavekal Research, há uma preocupação de que o país esteja passando por um "momento Lehman", que ameaça a solvência do sistema financeiro da China. A boa notícia é que a vigilância regulatória significa que uma reprise da crise americana de 2008 é improvável. A má notícia é que as tensões da dívida de incorporadores imobiliários e veículos de financiamento do governo local estão se espalhando pela economia da China, avalia a consultoria.
A Capital Economics destaca, entretanto, que o setor já passou por um ajuste doloroso e seus problemas já foram precificados. É improvável que o impacto dos problemas do Country Garden seja tão severo quanto as consequências do calote do Evergrande há dois anos, considera a consultoria britânica.
Já o economista Felipe Bernardi Capistrano Diniz enxerga que os sinais de desaceleração da economia da China ganharam um novo estágio em meio a crises de grandes empresas imobiliárias do país. Diz ele, “enquanto a gigante Evergrande Group protocolou pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Capítulo 15 do código de falência americano), a bolsa de Hong Kong anunciou na sexta-feira 18, a remoção da incorporadora imobiliária Country Garden do índice Hang Seng, pouco após ela sair da Bolsa de Xangai”.
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