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Fapespa debate soluções para enfrentar desafios da bioeconomia na Amazônia

Organizada pela Iniciativa Amazônia+10, formada por 25 Fundações de Amparo à Pesquisa, a programação discutiu a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável

05/08/2023 às 02h00
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Secom Pará
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Crédito: Gustavo Pêna/Ascom Fapespa
Crédito: Gustavo Pêna/Ascom Fapespa

Estruturar o financiamento em ciência, tecnologia e inovação, além de garantir apoio técnico para resolver desafios concretos enfrentados pelas populações no fortalecimento da bioeconomia. Esse foi um tema das discussões durante a atividade “Inovação Orientada para Missões para alavancar as Bioeconomias da Amazônia”, mediada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), realizada nesta sexta-feira (4), dentro da programação de abertura do “Diálogos Amazônicos”, no Hangar - Centro de Convenções da Amazônia, em Belém.

A mesa de debate, que envolveu convidados da academia, governo, terceiro setor e comunidades tradicionais, foi organizada pela Iniciativa Amazônia+10, formada por 25 Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais, entre elas a Fapespa. As Fundações enfatizam a importância de apoiar e financiar a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia, por meio da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Pesquisadores e representantes de outros segmentos querem a ciência na busca por soluções para impulsionar a bioeconomia

Uma das discussões foi o desafio que as populações amazônidas têm para se inserir nos mercados nacionais e internacionais apenas como fornecedores de matérias-primas. Uma das saídas é gerar produtos de alto valor agregado, com base na combinação de conhecimentos tradicionais e novas tecnologias.

“Tradicionalmente, os alimentos são produzidos de forma artesanal. E hoje, para acessar mercados, são necessárias embalagens, processos e maquinários. Há, também, uma alteração da cultura. É necessário que as populações da Amazônia não fiquem em uma posição de seguir vendendo apenas matérias-primas”, disse Raquel Tupinambá, coordenadora do Conselho Indígena Tupinambá do Baixo Tapajós (Citupi).

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Mapeamento- Na busca de soluções, a Iniciativa Amazônia+10 propõe a adoção de inovação orientada por missões ou desafios. A ideia é estruturar financiamento em ciência, tecnologia e inovação, assim como apoio técnico para resolver problemas enfrentados pelas populações regionais, por meio do mapeamento desses desafios de forma participativa e da elaboração de soluções conjuntas.

“Há um paradoxo na Amazônia. Há populações que vivem há milhares de anos na região e detêm conhecimentos sobre manejo dos recursos florestais. Mas essas populações, hoje, muitas vezes vivem em situação de pobreza. Para resolver esse paradoxo, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) fez um processo participativo de entender os gargalos e passar a produzir soluções para eles”, informou Judson Ferreira Valentim, pesquisador do Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre, da Embrapa.

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Presidente da Fapespa, Marcel Botelho, mediou o debateCiência e desafios- Para o diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho, que mediou os debates, é preciso coordenar esforços multidisciplinares e desenvolver uma ação coordenada de fomento à pesquisa, que busque solucionar problemas e apontar caminhos ao desenvolvimento da Amazônia.

“Hoje foi um dia de muito aprendizado para aqueles que buscam soluções para os desafios da Amazônia. Ângulos e pontos de vistas divergentes, mas focados no mesmo objetivo, nos demonstraram que a complexidade desses desafios irá demandar não só investimento financeiro, mas, principalmente, grande capacidade de mobilização e integração dos diferentes atores. Certamente, o esforço das Fundações de Amparo à Pesquisa com a Iniciativa Amazônia +10 ocorre no momento oportuno para trazer a luz da ciência sobre todos esses desafios”, frisou Marcel Botelho.

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