Para debater as práticas ambientais e tecnologias do futuro a favor da sustentabilidade para o desenvolvimento por meio da terra, estados, sociedade civil, grupos indígenas e organizações realizam mais um encontro do GCF Task Force
A primeira reunião do GCF Task Force (Força-Tarefa de Governadores pelo Clima e Florestas), de que participou o governador Gladson Cameli, foi realizada na Colômbia, no fim de abril e início de maio de 2019.
Na ocasião, a pauta sensível já focava o desenvolvimento social atrelado às baixas emissões de carbono, fornecendo a proposta de união entre a sustentabilidade e o agronegócio para a produção de alimentos e geração de renda e qualidade de vida para a população da floresta.
Em 2022, após a pandemia, a Força-Tarefa GCF sedia sua 12ª Reunião Anual em Manaus (AM), Brasil, entre os dias 16 e 18 de março. Organizado pelo governo do Amazonas, o encontro mantém os objetivos comuns dos membros parceiros (38 estados e dez países), de proteger as florestas tropicais, reduzir as emissões do desmatamento e da degradação florestal e promover o desenvolvimento sustentável e de baixas emissões.
Entre os participantes do encontro, há governadores, sociedade civil, povos indígenas e representantes da comunidade local, do setor privado e outros que se conectam e colaboraram em iniciativas conjuntas para proteger o planeta e a população.
Abrindo os discursos da reunião deste ano, no Centro de Convenções Vasco Vasques, o governador do Amazonas, Wilson Lima, atual presidente da Força-Tarefa de Governadores, agradeceu a presença dos grandes gestores e fomentadores das práticas sustentáveis nos estados amazônicos e países parceiros; os membros do GCF, Willian Boyd, líder de Projetos do GCF Task Force; Colleen Scanlan Lyons, diretora de Projetos do GCF Task Force; e Carlos Aragon, coordenador Regional do GCF no Brasil.
Situada na região que ocupa mais de 45% do território brasileiro, Manaus recebeu diversos governadores parceiros, como Gladson Cameli, do Acre; Waldez Góes, do Amapá; Mauro Mendes Ferreira, do Mato Grosso; Helder Barbalho, do Pará; Marcos Rocha, de Rondônia; Antônio Denarium, de Roraima; Wanderlei Barbosa Castro, do Tocantins; e Carlos Brandão, vice-governador do Maranhão.
O evento também recepcionou governadores de países da Amazônia andina, como Jaime Guevara, governador de Pastaza (Equador); Pedro Bogarin Vargas, de San Martin (Peru); Arnulfo Gasca Trujillo, de Caquetá (Colômbia), e Mauricio Vila Dosal, de Yucatán (México).
Houve também a presença ilustre de Ridfwan Rumasukun, vice-governador de Papua, Indonésia, que que levou 34 horas para chegar à capital amazonense e foi aplaudido ao ser mencionado, tanto por Wilson Lima, governador do Amazonas, quanto por Gladson Cameli, que fez questão de salientar o esforço como meio de atingir resultados.
Abrindo o momento dos discursos, o anfitrião Wilson Lima iniciou lembrando o espaço restrito por conta da covid-19. Seguiu agradecendo os protagonistas da Força-Tarefa, William Boyd, Colleen Scanlan Lyons e Carlos Aragon.
O gestor lembrou que o Amazonas é o maior estado do mundo. “Temos 97% da nossa floresta preservada. É um grande desafio e um esforço de nossa gente. Ninguém no mundo sabe preservar mais a floresta do que aqueles que vivem nela”, enfatizou. Lima também lembrou que este ano deverá entregar o “bastão” de presidente do GCF Task Force para o mexicano Mauricio Vila Dosal.
Na sequência, foi a vez de discursar do governador do Acre, Gladson Cameli, que pontualmente reforçou o compromisso ambiental e com as pautas do GCF: “Estamos comprometidos com esta força-tarefa. Do Rio Negro ao Môa, do Rio Juruá, de suas barrancas, onde nasci, ao Solimões. O que expresso nesta frase é que precisamos estar juntos e unidos com um propósito. Vamos encontrar formas de garantir o desenvolvimento de nossas populações. A pauta ambiental é para sempre. Não tem fim”.
Gladson seguiu reforçando que enquanto não se busca o meio termo para ajustar o encontro dos rios, ou seja, o encontro das agendas do desenvolvimento, preservação, tecnologia e sustentabilidade, a tendência é continuar no discurso e as ações e projetos ficarão no campo da boa vontade. “Temos que parar de falar e agir”, resumiu.
Em entrevista coletiva concedida a diversas emissoras nacionais e internacionais, o governador acreano foi questionado sobre sua estrutura de monitoramento de queimadas. “Nosso papel vai além da notificação e punição por ilícitos ambientais, passando primeiro pela educação ambiental, para explicar para as pessoas o que é certo e o que é errado. Queremos falar a linguagem das pessoas e temos hoje a mais avançada tecnologia de monitoramento de queimadas, que muitos acham que são apenas rurais. Mas elas ocorrem também nos bairros, dentro da cidade,” declarou.
O governo do Estado do Acre está fazendo um trabalho que nunca foi feito antes, envolvendo várias equipes em missões aéreas e terrestres, praticamente sem interrupção. E principalmente está apoiando o produtor rural na ponta, levando informações e serviços da pasta ambiental para as comunidades.
Além da atividade itinerante de educação ambiental, com a recomposição florestal realizada pelo Programa de Regularização Ambiental (PRA), junto com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Viveiro da Floresta, o trabalho de descentralização e desburocratização com a construção dos Centros Integrados e Meio Ambiente, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi), continua articulando as missões integradas de Meio Ambiente para coibir os crimes ambientais.
O monitoramento e as ações de comando e controle foram triplicadas no ano de 2021, ressaltando ainda que mais uma aeronave, além das que já estavam sendo utilizadas nas missões, foi locada para reforçar o monitoramento aéreo.
As equipes estão em campo, auxiliadas pela tecnologia do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), com mapas detalhados para facilitar a fiscalização, com os alertas, além de drones, dois helicópteros e avião.
A Força-Tarefa dos Governadores sobre Clima e Florestas (GCF) é uma iniciativa conjunta de estados e províncias dos EUA (Califórnia, Wisconsin e Illinois), Brasil (Acre, Amapá, Rondônia, Tocantins, Amazonas, Pará e Mato Grosso), Peru, Colômbia Equador, México, Indonésia (Aceh, Papua, Kalimantan do Leste e Kalimantan do Oeste), Nigéria (Cross River State) e México (Campeche).
A proposta é criar e implementar mecanismos de incentivo para a redução de emissões do desmatamento e degradação florestal (REDD+) entre seus partícipes. Em grande parte, a iniciativa é motivada pelos estados norte-americanos, liderados pela Califórnia, que estão estabelecendo sistemas internos decap & trade(modalidade dentro do mercado de carbono), em que as empresas submetidas aocappoderiam compensar parte de suas reduções adquirindo créditos de carbono gerados por atividades de REDD dos estados ricos em florestas tropicais.
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